Deficiência FísicaHistórias Reais

Tetraplégico baladeiro

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Carlos Felix Ribeiro perdeu movimentos após acidente na piscina, mas sai à noite, namora e ainda faz projetos ‘radicais’

Músico, baladeiro e namorador, Carlos Felix Ribeiro Filho ficou tetraplégico aos 24 anos após um mergulho na piscina. Viveu as fases de choque e revolta, mas hoje é exemplo de superação por manter a capacidade de sonhar e fazer projetos, alguns deles ousados.

Uma de suas metas é montar ou fazer parte do primeiro time paraolímpico brasileiro de rúgbi sobre cadeira de rodas.

Outro projeto já tem até nome: “Prêmio Superação Destaques”, uma homenagem a profissionais portadores de deficiências nas áreas de publicidade, design, música, literatura e artes plásticas.

Carlos é personagem real de uma causa que chama a atenção do Brasil por causa da novela “Viver a Vida”: a capacidade de adaptação de tetraplégicos que perdem grande parte dos movimentos e, mesmo assim, seguem em frente.

Na novela, Luciana, interpretada por Alinne Moraes, acaba de assumir a paixão pelo médico Miguel (Mateus Solano). Os namorados protagonizam cenas românticas o tempo todo. Luciana também demonstra empolgação por causa de um blog em que divide suas experiências de portadora de deficiência física.

Hoje com 28 anos, Carlos não deixa de aproveitar sua juventude.

“Adoro uma baladinha, um barzinho. Reencontrar peças raras não tem preço”.

O limite é a falta de acessibilidade, uma realidade ainda cruel para quem precisa de cadeira de rodas para se locomover.

“Tem baladas em Bauru que têm bom acesso, mas ainda são necessárias modificações. Existem outras, entretanto, em que tenho muita vontade de ir, mas a escadaria é enorme e a porta estreita, impossível de entrar”.

Namoro
As dificuldades físicas também não impedem Carlos de namorar. Ele ficou noivo de sua primeira fisioterapeuta, o relacionamento terminou há um ano, mas o músico não desanima.

“Estou solteiro. Como diz um amigo meu, colhendo dados”, brinca.

Ele acredita que sua reabilitação psicológica foi rápida por causa da crença em Deus. Isso dá forças para acordar todos os dias, encarar o espelho e ser feliz.

‘Ver a emoção das pessoas é fantástico’
Carlos é autor de um livro, “Fênix – a arte do renascer”, em que fala de sua superação. Trechos do livro foram publicados num blog.

“Foi fantástico ver a emoção de algumas pessoas que leram. Tive um bom feedback via e-mail, via comentários”, conta.

O acidente que o deixou tetraplégico aconteceu na piscina de uma casa do Guarujá, recém-comprada pelo tio onde se divertia com amigos e familiares.

Ele resolveu pular para alegrar a filha de uma amiga, uma menina de quatro anos. Fez pose para imitar o golfinho pintado na piscina, bateu no fundo e sofreu uma lesão na sexta vértebra do pescoço.

O acidente paralisou os movimentos das pernas, tronco e alguns músculos dos braços.

Também deixou alteradas as sensibilidades táteis e térmicas de Carlos.

No blog, o texto impressiona pela descrição que o músico faz do acidente sofrido há quatro anos.
“Num instante meu corpo foi tomado por um gelo jamais sentido. O fundo azul da piscina com o golfinho super bem feito se transformou numa escuridão. Não sabia onde estava”.

Veja o blog
Site: artedorenascer.blogspot.com

Murderball’ documenta competição
O músico ficou 52 dias internado e dois anos e meio em casa, deitado, com muitas limitações. A partir daí começou a recuperação.

Há três anos faz tratamento na clínica de fisioterapia da USC (Universidade do Sagrado Coração), montada em 2001.

“Pacientes como o Carlos só podem ser atendidos em locais com a estrutura como a que temos: piscina na temperatura adequada, vestiário adaptado, condições para transporte e profissionais especializados”, explica o professor Eduardo Aguilar Arca, coordenador do curso de fisioterapia da USC.

Documentário
Indicado ao Oscar em 2006, o documentário “Murderball – Paixão e Glória” mostra o esporte que virou um dos objetivos de Carlos: o rúgbi para paraplégicos. O filme revela a disputa acirrada entre as equipes dos EUA do Canadá em torno da medalha de ouro na Paraolimpíada de Atenas, em 2004.

Questões como a sexualidade e a interação social também fazem parte.

Fonte: http://www.redebomdia.com.br/

Veja também nesse blog:

Sem limites
Vida sobre rodas Depoimento do tetraplégico Paulo Sérgio
Conheça a história do tetraplégico Rodrigo Hubner
Deficientes físicos: vida segue sobre 4 rodas
Jefferson Maia com determinação e alegria
Jefferson Maia – Exemplo de Superação
Um pouco da história da tetraplégica Flávia Cintra
Mara Gabrilli: uma mulher tetraplégica muito especial

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

4 comentários sobre “Tetraplégico baladeiro

  • Belo trabalho, uma feliz páscoa e paz no seu coração, Lisette.

    Resposta
  • Belo exemplo.As vezzes é preciso ler relatos como esses para que possamos refletir e darmos mais valor à vida.Pra ser feliz ,basta querer!

    Um beijo menina e uma Feliz Páscoa.

    Resposta
  • É isso mesmo, Felina, basta querer!

    Beijos, querida!

    Resposta
  • Obrigada, Lisette!
    Desejo o mesmo para você. Parabéns pelo seu trabalho na ONG Alerta!

    Abraços,
    Vera

    Resposta

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