Conheça os cinemas, teatros e museus mais acessíveis a deficientes em São Paulo
Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída da Revista Época.
Ranking foi apurado a partir de informações do primeiro guia online sobre acessibilidade cultural
Por Marina Ribeiro
Altura de obras de arte em exposições e balcões de informação, intérpretes de libras, folheador eletrônico, informações em braile, maquetes táteis, guia especializados… A lista de adaptações para se tornar verdadeiramente acessível aos mais diversos públicos é imensa. Na cidade de São Paulo, 61 bibliotecas, três casas de espetáculos, 37 centros culturais, 11 cinemas de rua, 44 museus e 30 teatros possuem estrutura para receber pessoas com algum tipo de deficiência. É o que mostra o Guia de Acessibilidade Cultural.
Para criar esse guia online foram avaliados 315 equipamentos. No final chegou-se a 186 estruturas adequadas a receber públicos com necessidades especiais. A nova ferramenta foi criada pelo Instituto Mara Gabrilli, criado pela deputada federal. “Tem mais coisa do que eu imaginava”, diz Mara, mas pondera que ainda há muito a ser feito.
A análise considerou não só os aspectos arquitetônicos, mas também os conteúdos e a disponibilidade de profissionais capacitados. O público alvo do guia ultrapassa os mais de 1,5 milhão de paulistanos com algum tipo de deficiência. Segundo a deputada, “o guia pode ser muito útil também para idosos, grávidas, pessoas engessadas, mulheres com carrinho de bebê”. O site permite aos usuários fazer comentários e avaliações sobre os locais.
“O guia é só o começo e queremos expandir para outras cidades de São Paulo e até outros estados”, diz Mara. Em setembro serão lançados aplicativos para iPhone e iPad. Já no primeiro semestre de 2013, equipamentos de todo o estado poderão solicitar sua inclusão. Em 2014, o site se tornará nacional.
A compilação do guia acabou revelando um ranking com as 20 estruturas mais acessíveis. Conheça abaixo os locais mais acessíveis de cada categoria:
MUSEUS MAIS ACESSÍVEIS
Museu de Arte Moderna de São Paulo
O MAM foi classificado como equipamento cultural mais acessível, em primeiro lugar com o Museu da Inclusão. Para a coordenadora de acessibilidade do museu, Daina Leyton, isso é fruto de um trabalho de dez anos. Em 2002 surgiu o Programa “Igual Diferente” que promove cursos regulares de diferentes modalidades artísticas. As inscrições são gratuitas e abertas ao público em geral. Além do programa, o museu é todo adaptado. Lá, seguranças e recepcionistas aprendem a falar na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e como conduzir e orientar corretamente deficientes visuais. O espaço conta também com intérprete de Libras, acervo em braile, áudio e vídeo guias, profissionais para receber deficientes intelectuais e arquitetura adequada para facilitar a mobilidade. Em julho, o MAM oferecerá o curso “Acessibilidade na Prática” voltado para arquitetos, engenheiros, designers, educadores e para quem mais quiser seguir o exemplo do museu. Nos encontros serão discutidas formas de implementar espaços mais acessíveis. “As pessoas pensam que acessibilidade é um anexo, que vem de fora, mas é possível manter o espaço e adaptá-lo melhor”, afirma a coordenadora.
Memorial da Inclusão (empatado em 1º lugar no ranking)
O Memorial da Inclusão, que fica dentro do Memorial da América Latina, ocupa também o primeiro lugar do ranking. Ele reúne fotografias, documentos, manuscritos, áudios, vídeos e referências aos personagens, às lutas e às várias iniciativas que viabilizaram conquistas e oportunidades às pessoas com deficiências. O local é o maior e o mais completo memorial das pessoas com deficiência da América Latina. Como não podia ser diferente, o local tem toda a estrutura necessária para receber diferentes tipos de deficiência física, como balcão de atendimento em altura ideal para cadeirante, informativo nos formatos braile, áudio e ampliado e intérprete de Libras.
CENTRO CULTURAL MAIS ACESSÍVEL
SESC Itaquera (2º lugar no ranking)
A estrutura da Zona Leste é a mais bem qualificada dentre os centros culturais. No SESC Itaquera, as obras estão dispostas em altura acessível e profissionais audiodescritores e guias-videntes estão a postos para ajudar. Alguns espetáculos da casa contam com intérprete de Libras em espetáculos e legenda closed caption. Além disso, podem ser agendadas visitas inclusivas.
BIBLIOTECA MAIS ACESSÍVEL
Biblioteca São Paulo (13º lugar no ranking)
Situada na Zona Norte da capital, a biblioteca dispõe, além de mobiliário especial para cadeirantes, de equipamentos para auxiliar a leitura de deficientes visuais (cegos ou pessoas com baixa visão): aparelhos com lupas possantes, computadores com leitores de tela, mouse ergonômico e mesas de altura regulável e adaptável. Merece destaque o Poet Scan, instrumento que escaneia páginas de livros, faz a leitura na velocidade desejada e escreve em braile. O local conta com funcionários capacitados para comunicar-se em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para prestae assistência aos usuários.
SALA DE ESPETÁCULO MAIS ACESSÍVEL
Salara São Paulo (14º lugar no ranking)
O espaço tradicional de óperas e apresentações de música erudita afasta a ideia de que locais tombados não podem se tornar acessíveis. Reformada em 1999, a Sala São Paulo tornou-se uma das mais modernas e equipadas salas de concerto do mundo. Para contemplar o público deficiente possui intérprete de Libras, elevador com aviso e sinalização braile, acervo nos formatos digital, braile e áudio, além de profissionais guias-videntes. Seu estacionamento possui 16 vagas reservadas.
SALA DE CINEMA MAIS ACESSÍVEL
Cinesesc (15º lugar no ranking)
A sala de exibição do SESC oferece oito lugares reservados para cadeirantes com acompanhante ao lado, bilheteria acessível e sinalização para deslocamento às salas para deficientes visuais. De todas as salas da cidade, somente o CineSabesp oferece eventualmente legenda closed caption.
TEATRO MAIS ACESSÍVEL
Teatro Alfa (17º lugar no ranking)
O teatro possui 16 lugares para cadeirantes com acompanhante ao lado, além de elevador com botoeiras internas e externas. Há material informativo em áudio para deficientes visuais e profissionais guias-videntes. Algumas apresentações contam com legenda closed caption.
Pelo tamanho da cidade de São Paulo são poucos os lugares acessíveis para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (Nota do blog).
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Veja: