Restaurantes acessíveis
Caro leitor, o blog Deficiente Ciente, às terças-feiras, terá uma seção chamada “Lugares Acessíveis”. Nesta seção, você conhecerá restaurantes, bares, cinemas e hotéis, preparados para receber pessoas com deficiência. Esta seção foi sugerida pelo querido amigo Salomão, do blog do Salô.
Hoje veremos a história da empresária, paraplégica, Andréa Schwarz, criadora do site Guia São Paulo Adaptada. No texto abaixo, Andréa Schwarz, relata sua experiência em relação aos restaurantes.
Quando a empresária Andréa Schwarz, paraplégica desde os 22, decidiu visitar um restaurante em Brasília, teve uma surpresa um tanto indigesta. O garçom, que se aproximava para anotar os pedidos, dirigiu-se ao seu então namorado e perguntou: “o que ela vai querer?”. Jaques Haber, hoje marido de Andréa, respondeu prontamente: “ela fala. Pode perguntar para ela”.
Constrangimentos como este, provocados pela falta de informação e de treinamento de pessoal, tornaram-se comuns na vida do casal no período que se seguiu à descoberta da deficiência física. “Sempre gostei de me divertir, de ir a restaurantes e não ia deixar de fazer por conta da deficiência. Sei até que alguns estabelecimentos que eu freqüentava antes acabaram se adaptando por minha causa. Acredito que o papel do deficiente também é de transformação”, afirma Andréa, que soube muito bem como cumprir seu papel. No final de 2001, cansada de ter que sempre ligar nos lugares antes de decidir onde sair, ela e o marido criaram o Guia São Paulo Adaptada, um roteiro com a descrição detalhada sobre o acesso em cada tipo de restaurante, cinema, casa noturna ou outros locais de diversão.
Para todos
O pequeno símbolo com uma cadeira de rodas indica, na maioria dos guias e roteiros culturais brasileiros, o acesso a deficientes físicos. Mas será que todos os estabelecimentos que se vangloriam da marquinha estão mesmo aptos a usá-lo? “Para ter aquele símbolo, o lugar tem que ter rampas com a ingrimidade correta, sanitário adaptado, mesa na altura certa para encaixar a cadeira de rodas e principalmente funcionários treinados. O que se vê em algumas casas é apenas um desses itens atendidos”, explica a empresária.
Ter um banheiro adequado não significa ser totalmente acessível – o que, aliás, é praticamente inexistente. A terapeuta ocupacional da seção de Adultos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) Léa Regina Rizzo conhece restaurantes paulistanos que até possuem uma mesa adequada para o encaixe da cadeira de rodas. Mas como apenas uma delas é adaptada, se mais de um cadeirante quiser jantar na casa, o outro será obrigado a comer mais rápido e sair? “Acho isso um absurdo. Também sempre vejo vaga em estacionamentos para deficiente. Mas também já notou que sempre tem um cone segurando a vaga? Como é que o deficiente vai descer do carro para tirar o cone?”, questiona Léa.
Para ela, a falta de conhecimento sobre as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é um dos fatores que atrapalham não apenas as pessoas com deficiência, mas também a população em geral. “Falo sempre que precisamos do acesso universal: tudo tem que estar adaptado para que qualquer pessoa, seja um velhinho, uma mãe com um filho no colo e até uma pessoa cheia de compras possa usar”, afirma a terapeuta. E nesse quesito, a maior cidade do país, São Paulo, deixa muito a desejar. “Quem potencializa nossa deficiência é a maior metrópole do país. Para viver aqui, tem que se preparar e enfrentar, porque ela ainda não está preparada para a gente. Infelizmente, mas para viver é preciso enfrentar”, conclui Andréa Schwarz, que já se prepara para escrever o Guia Brasil Adaptado.
A terapeuta ocupacional Léa Regina Rizo fala sobre o que é preciso para os restaurantes terem acesso universal:
- Portas de entrada largas, para facilitar o acesso de cadeirantes.
- Maçanetas retas, que possam ser puxadas pelo braço ou cotovelo. As de girar, mais comuns, dificultam a vida de quem não tem movimento nas mãos.
- Banheiros com barras, mas grandes: não adianta adaptar o sanitário, sem ter espaço para que um cadeirante possa se mover lá dentro.
- Mesas com uma altura de 70 a 75 cm, para a cadeira de rodas possa se encaixar com o braço. O importante é o restaurante ter todas as mesas altas e não apenas uma.
- Distância entre as mesas, para o deficiente possa transitar com tranqüilidade.
- Rampas de acesso, que favoreçam a entrada de cadeira de rodas. Caso a fachada do local não permita a colocação de uma rampa, é necessária a existência de um elevador que faça o mesmo transporte.
- Cardápios também em braile, para que o deficiente visual possa fazer seu pedido sozinho.
Hola! Sou profissional de restaurante e Instrutor, tenho um projeto que visa dar treinamentos aos colaboladores de como atender e servi portadores de necessidades especiais, que abrange as deficiencias fisicas, visuais e intelectuais. Estou dispondo o projeto para quem quiser conhecer (estilo crowdsourcing), pois conhecimento tem que ser expandido. Entre em contato e envio a copia do projeto:
andrericardos@gmail.com
OK André. Enviarei um email.
Oi André bom dia Gostaria de receber o se projeto.
Deste já agradeço.