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Hipermercado Sonda em São Bernardo do Campo desrespeita e discrimina cliente com deficiência física

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"A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito" (Denis Diderot)Caro leitor,

O  leitor Vinícius Goulart indignado com que ocorreu com seu pai no Hipermercado Sonda, em São Bernardo do Campo, enviou um depoimento para que fosse publicado no blog, a fim de conscientizar as pessoas para a questão do desrespeito em relação às pessoas com deficiência.

Através do depoimento de Vinícius, percebe-se o quanto a sociedade ainda reluta em aceitar as pessoas com deficiência. Segundo a Drª Sandra Regina Schewinsky, “na nossa sociedade, em que o indivíduo “vale” pela sua produção e riqueza, no momento em que fica impossibilitado de exercer papéis profissionais que lhe conferem o status quo, recai sobre ele a imagem de inutilidade e de menos-valia.”. Infelizmente o preconceito em relação aos segmentos vulneráveis da sociedade  ainda é muito grande. É cultural o preconceituoso se sentir superior em relação a uma pessoa com deficiência. Na mente do preconceituoso, o indivíduo que tem uma deficiência é inútil e deveria ficar em casa esperando e dependendo de caridade alheia. Essa infeliz cultura precisa acabar urgentemente! Só assim a exclusão, um dia, findará.

As pessoas com deficiência já sofrem tanto por falta de acesso aos cuidados à saúde, educação, acessibilidade e trabalho, e agora também tem que ser desrespeitadas e mal tratadas por funcionários de supermercados, lojas e outros. Isso já é demais!

Esperamos que o proprietário  e o funcionário desse supermercado revejam essa postura injusta e discriminatória. Citamos o proprietário, porque afinal o hipermercado é dele, e ele que ensine seus funcionários  a tratar melhor seus clientes com deficiência, que é consumidor e paga seus impostos como qualquer outra pessoa.  Também esperamos que essa situação sirva de exemplo a outros comerciantes.

Acompanhe o depoimento:

Meu pai tem deficiência física, e alguns dias atrás foi ao hipermercado Sonda em São Bernardo do Campo. Dirigindo-se ao início da fila da peixaria para ser atendido, o peixeiro começou a humilhá-lo na frente de todos, chamando-o de folgado por estar querendo ser atendido com prioridade, que ficar em uma cadeira de rodas e ser folgado era fácil. Descontente, o peixeiro anunciou a todos na fila se estavam de acordo com uma pessoa na cadeira de rodas furando a fila. Após ser atendido, meu pai foi de encontro a minha mãe e aos prantos tentou contar tal humilhação. Minha mãe dirigiu-se a peixaria e perguntou o nome do peixeiro que havia atendido meu pai. O peixeiro negou-se a informar seu nome, e outros funcionários acabaram informando. Ao fim das compras, já no caixa, o peixeiro surgiu e as ameaças começaram. O peixeiro apontando o dedo na cara do meu pai, falou que iria “arrebentar” a cara da minha mãe e do meu pai, caso chegasse qualquer reclamação de algum superior, ou caso ele perdesse o emprego. Após mais uma humilhação na fila do caixa do supermercado, meus pais dirigiram-se ao segurança mais próximo, aonde o gerente da loja foi chamado. Este pediu para que meus pais não se preocupassem e que as ameaças não deveriam ser consideradas.

Chegando em casa, após meu irmão ouvir esta história contada pelos meus pais, insistiu que meus pais fossem a delegacia e assim registraram um B.O.

Fiquei extremamente indignado e revoltado com o ocorrido. Gostaria de instruções, ajuda de quem conhece as dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no dia-a-dia, para que isso não ocorra com mais ninguém em lugar algum. E que o Hipermercado Sonda e seu funcionário aprendam a lição de cidadania.

Não sabemos o que fazer realmente, eu até pensei em publicar uma matéria, preciso fazer algo para que esta história não seja mais uma que caia no esquecimento e todos saiam impunes.

Vinícius Goulart

DIREITO DE RESPOSTA – HIPERMERCADO SONDA

O Sonda Supermercados vem por meio desta pedir sinceras desculpas ao Sr. Vinícius Goulart e a sua família e informar que observações como a sua são muito importantes para que possamos aprimorar a qualidade dos nossos serviços.

Comunicamos que o ocorrido foi um acontecimento isolado e que não condiz com o padrão de atendimento do Sonda Supermercados. No entanto, mediante as observações, todas as providências cabíveis foram tomadas em relação ao caso, inclusive com o desligamento do colaborador envolvido.

Ressaltamos ainda que todos os nossos colaboradores frequentemente recebem orientação e treinamento em relação ao atendimento prioritário e relacionamento com os clientes.
Por fim, destacamos que estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários.

Atenciosamente,
SAC – Sonda Supermercados

Desde já agradeço e me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos.

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

5 comentários sobre “Hipermercado Sonda em São Bernardo do Campo desrespeita e discrimina cliente com deficiência física

  • Olá amigo,

    É lamentável o ocorrido com seu pai, sou deficiente e já passei por isso junto ao Banco do Brasil. Discriminação é crime previsto em lei, sugiro que procure um advogado de sua confiança e abra um processo penal contra o agressor e outro, civil, por constrangimento contra o mesmo e o supermercado. Nossa justiça é morosa, vai levar um tempinho para que o processo seja findado, mas é a única maneira de ensinar as pessoas a nossa volta, um pouco de cidadania. Abraços.

    Resposta
  • Carlos Eduardo Ferreira dos Santos

    Caro Vinicius,

    Não deixe isso queto e exija dessa empresa um comportamento digno para qualquer pessoa

    Como o seu querido pai também sou portador de uma “deficiência” por distrofia muscular.

    Já sofri várias vezes com as malezas preconceituosas dessa sociedade, e venho oferecer a minha solidariedade ao seu pai diante desse descalabro.

    Passei por uma situação no trabalho quando tinha 19 anos de idade no ano 2000, devido a minha doença que apenas começou a se manifestar após os 18 anos de idade, fui por várias vezes (por colegas e superiores) acusado de estar usando da deficiência para deixar de trabalhar.

    Nunca me conformei com essa situação, e após um breve período de reflexão, vi que isso era mais um motivo para que eu seguisse em frente!

    Voltei a estudar, pois entedia que poderia fazer algo contra essa situação, e vi que sendo advogado poderia ser um instrumento na luta contra essas e inúmeras outras injustiças que sofrem pessoas como Eu e seu querido Pai.

    Por isso, digo que devemos sempre exigir que a sociedade respeite as pessoas na sua singularidade, para que possamos viver com dignidade numa sociedade sem barreiras psicológicas, físicas ou de qualquer ordem!

    Um forte abraço

    Resposta
  • Bom dia Vera. Gostei muito da matéria e da conclusão. Também tenho um neto que tem necessidades especiais, e sei como é difícil a convivência com pessoas comuns. Ele teve até que mudar de escola por isso. A penúltima onde estudou, Meritum, não estava dando o suporte necessário a ele, ~já que ele tem dificuldade no aprendizado, e assim como a escola, os próprios colegas não o aceitavam, e ele se sentiu tão mal, que pediu para minha filha tirá-lo de lá. Consequência: ficou um ano sem estudar. Agora frequenta uma escola pública que o trata igual a qualquer outra criança. E ele está se dando bem com todos. É muito triste passar por uma situação de discriminação, só quem passa é que sabe. Nós “supostamente” normais, não temos às vezes a noção disso. Mas acredito que com matérias como essa sua, as coisas um dia vão melhorar para essas pessoas que para muitos são realmente ESPECIAIS, pois nos ensinam a cada dia, o que é ser melhor. Um abraço.

    Resposta
  • Tem que ser acionada a polícia, esse vagabundo tem que ser demitido e apodrecer na cadeia. A parte da injúria qualificada já é crime inafiançável e imprescritível, e depois as ameaças…

    Resposta

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