Passeata Superação luta por maior acessibilidade na cidade
Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do site Jornal do Brasil.
Por Íris Marini
Movimento de inclusão social de deficientes realiza passeata em Copacabana
Nesta manhã de domingo, centenas de cariocas foram para a orla de Copacabana, Zona Sul, realizar a passeata Superação Rio 2012, que luta pela inclusão social de deficientes físicos e o aumento da acessibilidade na cidade. Os participantes se concentraram na Avenida Atlântica rumo a Praça do Lido.
Com o tema “Pelo Respeito à Diversidade”, a passeata deste ano retornou à Copacabana para reivindicar os direitos, manifestar os desejos e anseios por uma cidade mais compatível com as necessidades de todos.
Diversas instituições marcaram presença na quinta edição da passeata na orla, como o Instituto e o Clube Novo Ser, o Superação São Paulo, a Anaer, o grupo Fisioalegria, entre outras. Ativistas consideraram o percurso em Copacabana mais confortável aos participantes, por possuir mais espaço e avenidas em melhores condições para cadeirantes, por exemplo.
O Superação tem como propósito tornar o Rio de Janeiro uma cidade mais acessível, justa e democrática. O evento celebrou também o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 21 de setembro.
Na última edição, o evento foi realizado no Centro do Rio de Janeiro, onde reuniu cerca de 400 participantes pela Av. Rio Branco com destino a Cinelândia – locais ainda inacessíveis para muitos como o restante do centro da cidade – e contou com apresentação de carta manifesto entregue há dois anos nas mãos do prefeito Eduardo Paes, do governador Sérgio Cabral e do então presidente Lula.
“A carta manifesto pede apoio governamental e emental com relação ao transporte público, local de trabalho, educação inclusiva, que respeite as diferenças, acessibilidade, entre outros itens. Nós atualizamos as reivindicações presentes na carta, de acordo com o que já foi feito. No transporte, por exemplo, percebemos um aumento de ônibus adaptados, mas não há muitas linhas disponíveis. Além disso, muitos funcionários não estão preparados para acolher o deficiente no veículo, ou as calçadas não tem rampeamento ou estrutura o suficiente para entrarem no ônibus”, afirma a diretora do Instituto Novo Ser, Lena Gonzalez, mãe de Ricardo Gonzalez, tetraplégico fundador e coordenador do instituto.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Futebol em Cadeira de Rodas Marcos Antônio dos Santos, também concorda que o “acesso ao transporte público ainda está muito ruim”. No entanto, ele vê avanços nos últimos dois anos: “De dois anos pra cá, todas as novas construções do Rio de Janeiro só são liberadas se houver o “ok” final da Prefeitura quanto à acessibilidade do local”, conta Marcos.
“A passeata deve despertar em autoridades e empresários a questão da acessibilidade de nossa cidade olímpica. Locais como centro e praias, deveriam servir de referência positiva na questão de acessibilidade”, declara Ricardo Gonzalez.
Olimpíadas e Paralimpíadas
Recém-passadas as Olimpíadas e Paralimpíadas de Londres, momento em que os atletas paralímpicos brasileiros despontaram nas competições e premiações, os principais questionamentos são: se a cidade vai estar preparada para receber a diversidade paralímpica ou não em 2016 e qual seria o motivo da expressiva diferença de desempenho entre os atletas olímpicos e paralímpicos, estes últimos angariando muito mais medalhas e troféus.
Para Lena Gonzales, o maior destaque dos atletas paralímpicos se deve apenas ao empenho pessoal deles. “Não há muito apoio, nem subsídios substanciais aos paralímpicos. Acredito que eles consigam mais prêmios porque estão em busca de superação de limites. Alguns têm até patrocínio ou bolsa atleta, mas a maioria rala muito”, argumenta a diretora. “E há tantos atletas com muito patrocínio que não obtém os mesmos resultados que eles”, critica.
Quanto à expectativa para a realização das Paralimpíadas 2016 no Rio, Lena vê “ótima oportunidade para a cidade”. “A expectativa é positiva. Espero que realmente as obras não sejam feitas descuidadosamente, que tenham rigor nas construções, observando todos os detalhes. Esta é uma grande oportunidade que o Rio tem em mãos, inclusive para o Turismo acessível, que ainda é fraco no país. Muita gente vai querer visitar a cidade nas Paralimpíadas, mas pode ter medo de não haver estrutura de acessibilidade. Um município que pretende se intitular como paralímpico precisa ter toda a estruturação para receber qualquer pessoa. Hoje há tecnologia para isso. Falta o incentivo e a mobilização da população e do Governo para isso”, finaliza Lena.
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