Denúncia: A nossa vida na ETEC
Por Amauri Nolasco Sanches Junior
Nossa estadia na ETEC (Escola Técnica) Parque Santo Antônio, começa em 2011, quando fizemos o Vestibulinho que no final já deu problema porque não teve pessoas para preencher nossos gabaritos e ainda por cima, tivemos que fazer em carteiras comuns. Fizemos a prova e outro problema apareceu, eles tentaram não aprovar a Marley (minha noiva) na prova, porque não queriam dois cadeirantes estudando na mesma ETEC. Então tiraram muitos pontos da prova dela e também negaram a pontuação de ordem racial que ela tem direito, sendo assim, ela ficou no final da fila.
Durante nosso curso de informática tivemos vários dissabores, como a falta de mesas adaptadas que poderiam nos ajudar a escrever. Mas ao que parece, em 2012 essas mesas foram pedidas e nunca chegaram em nossas classes ou nos laboratórios. Muitas coisas lá aconteceram, a única funcionária que nos ajudava foi transferida, o inspetor disse por duas vezes que minha noiva – que tem pressão alta – passou mal por duas vezes, disse que ela estava com desculpa para não assistir aula e com muito custo, conseguimos materiais didáticos para podemos estudar, sendo que eram muito escassos porque era regra do Centro Paula Souza só permitir 20 folhas. Como algo pago pelo Estado era escasso desse jeito? Mas sigamos porque as histórias são muitas.
O elevador quebra no começo de 2012 e isso dois meses sem subir nos laboratórios. O que aconteceu? Alunos achando que eu e minha noiva atrapalhávamos as aulas e que eles não poderiam subir para “estudar” e ter aulas práticas, o resultado é que a direção deu razão para os alunos e tínhamos que ficar lá em baixo. Graças à intolerância dos pais, alunos e professores, fomos excluídos do convívio dos outros alunos. Ainda esse mesmo inspetor, Donizete, deixa a minha noiva Marley cair mentindo que a borracha tinha soltado, mas como eu vi, não soltou nada. E ainda ela ficou com “problemas” com o braço e com muita dor e muita humilhação ela sofreu, com indiretas e caras feias de muitas pessoas.
Em abril de 2012 eu deixei nas mãos da mesma ETEC e sob a responsabilidade, uma cadeira motorizada que esteva parada e quebrada – não tinha as baterias – pois não tinha dinheiro para arrumar. O inspetor Donizete garantiu que ele e os alunos de eletrônica, junto com seu professor de eletrônica, iriam arrumar ela para mim porque iria facilitar a minha locomoção. Enquanto eu estudava ele – o inspetor Donizete – me garantiu que ela estava totalmente arrumada e ficou com a cadeira motorizada desde então. No final de 2012, meu pai reivindicou a cadeira motorizada e o mesmo disse que iria ter a apresentação de TCC. Meu pai de boa vontade deixou a apresentação acontecer, o que aconteceu é que ele logo após disso, disse que havia encomendado uma peça que vinha do Sul e que iria trocar e trazer a cadeira para mim. No dia 05 de março de 2013 me foi devolvida a cadeira com tudo desmontado e faltando os parafusos e os pedais que não foram devolvidos. Ainda foi avaliado por mim e pelo meu pai que a cadeira motorizada não foi mexida em nenhum momento, ou seja, mentiram para mim. Estamos tentando na defensoria publica, mas tenho que ir lá e não tenho condições para tal.
Estas são as condições das escolas que deveriam ser inclusivas, e seguir as normas que o Centro Paula Souza não segue. Espero que possamos ajudar. Obrigado pela oportunidade.
Amauri