Campinas Decor 2013: Mostra não tem acessibilidade
Por Fábio Martins Fonseca*
O que vocês esperam de uma mostra de arquitetura, design e decoração? O Campinas Decor deste ano, pra variar não trouxe nada de muito novo. Destaco alguns artigos de decoração e as esculturas maravilhosas da Lúcia Freitas Casa e Desing, espalhadas por vários ambientes. (todos bebendo da mesma fonte) e o ambiente Escritório do Marchand, dos arquitetos Carlos Nascimento e Renato Barbosa que ofuscaram todos os demais com artigos bordados pelo próprio Renato, pra não mencionar as obras de arte maravilhosas nas paredes. (fico devendo o nome dos artistas)
O que não esperar de uma mostra de design, arquitetura e decoração?
Jamais poderia esperar que profissionais da área tivessem se esquecido da acessibilidade. Nenhum cadeirante, idoso ou pessoa com dificuldade de mobilidade poderia visitar o andar superior porque não havia elevador ou cadeira rolante de escada.
Procurei uma das organizadoras para manifestar minha indignação.
A resposta que tive foi de que elas até que tentaram, mas que o ambiente não permitia qualquer intervenção nesse sentido.
Lembrei a ela dos seguintes detalhes:
1-Se estívessemos em um país mais atento e respeitoso a essas questões, a imprensa estaria caindo em cima.
2-Esperamos que arquitetos e decoradores sejam especialistas em solucionar problemas de acessibilidade e que estejam atentos a isso o tempo todo.
3-FINALMENTE, MAS NÃO MENOS IMPORTANTE: SE NO LOCAL REALMENTE NÃO HOUVESSE CONDIÇÕES PARA GARANTIR A ACESSIBILIDADE A TODOS OS AMBIENTES, ELES DEVERIAM TER ESCOLHIDO OUTRO LOCAL PARA A MOSTRA.
Se os profissionais de arquitetura e design não estiverem preocupados com a questão, o que podemos esperar deles além da frivolidade e superficialidade que a organizadora demonstrou a tentar se justificar?
Lamentável.
Fábio Martins Fonseca
*Psiquiatria clínica e psicoterapia
São 1,5 mil metros quadrados de área construída e 2,5 mil metros quadrados de área livre, divididos em 48 ambientes internos e externos inacessível para idosos, pessoas com mobilidade reduzida e deficientes. Vergonhoso! (Nota do blog)
Veja:
ISSO É UMA GRANDE VERGONHA Campinas Decor 2013 não ter acessibilidade!!!
Só confirma o quanto as pessoas com deficiencia ou pessoas com mobilidade reduzida são ignoradas por grande parte do seguimento da construção civil e grande maioria da sociedade.
Essa é a triste realidade que vivemos e temos que lutar segundo a segundo, hora a hora, dia a dia para mudar o entendimento das pessoas a fim de que saibam que construir acessibilidade é um dever de todos e que a acessibilidade é para todos e não apenas para as pessoas cadeirantes como muitos pensam.
Parabéns pela matéria amiga Vera Garcia
Valdir Timóteo
Movimento Inclusão Já
Concordo plenamente com você, Valdir. É incrível a falta de sensibilidade e consciência sobre uma questão tão debatida hoje em dia, como é a acessibilidade.
Beijos, meu amigo.
Ser deficiente nesse país é desafiar a lei da relatividade é matar um leão por dia é brigar com prefeituras, concessionárias e com a vidas de outra forma não se sobrevive os direitos humanos do art quinto da CF não se aplicam aos deficientes mormente o direito constitucional de ir vir e fica (habeas corpus)