Táxis adaptados conquistam a confiança do passageiro em SP
Pessoas em cadeiras de rodas ou com necessidades especiais de mobilidade aprovam o serviço de “Táxi Acessível” das frotas de táxis, que usam veículos Fiat Dobló adaptados
Ir ao trabalho, à aula, a outros compromissos do dia-a-dia ou até mesmo sair para se divertir tornaram-se procedimentos mais fáceis para cadeirantes desde que o “Taxi Acessível” foi lançado, há seis meses. Iniciativa da Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo – www.adetax.com.br), o serviço disponibiliza táxis adaptados para o transporte de passageiros com necessidades especiais de locomoção. O atendimento, feito com veículos Fiat Dobló, é elogiado por usuários e taxistas.
Os veículos Fiat Dobló adaptados em uso no “Táxi Acessível” (foto) são equipados com teto elevado, fixador, cinto de três pontos e plataforma elevatória para facilitar o acesso dos cadeirantes. Foram idealizados para atender à legislação municipal que determina a adaptação de automóveis que prestam serviço de transporte individual para uso de passageiros com mobilidade reduzida.
Segundo Ricardo Auriemma, presidente da Adetax, até o lançamento do “Taxi Acessível” nenhum dos 33 mil táxis em circulação na cidade de São Paulo era adaptado especialmente para o transporte de cadeirantes. “Este é um investimento que as frotas fizeram para inaugurar esta nova categoria de táxis na cidade”, afirma. “Os taxistas de frotas já transportam mensalmente mais de um milhão de pessoas. Muitos cadeirantes já são passageiros habituais e, agora, eles contam com um táxi totalmente adaptado às suas necessidades”, acrescenta.
Taxistas comentam
Segundo José Carneiro da Silva, que trabalha com táxi de frota há cerca de cinco anos e passou a dirigir o Táxi Acessível, a reação dos passageiros que descobrem o serviço é algo que o deixa muito satisfeito com sua profissão. “Alguns até se emocionam, dizem que se sentem felizes em poder sair com mais conforto”, conta. José comenta que a atenção do taxista e a estrutura do veículo estão entre os pontos mais elogiados pelos cadeirantes.
Já para o taxista Paulo Sebastião de Andrade, que trabalha com táxi de frota há 20 anos, a possibilidade de contar com um meio de transporte especial é a principal vantagem lembrada pelos usuários. “Os passageiros estão muito contentes com o serviço, eles agora se sentem mais animados para sair de casa. A aprovação é de 100%”, destaca.
De acordo com os taxistas de frota, os cadeirantes geralmente saem acompanhados de parentes ou enfermeiros e utilizam o serviço para fazer trajetos curtos, até clínicas e hospitais localizados, em sua maioria, na região central da cidade, como o Instituto do Coração (INCOR), Hospital Beneficência Portuguesa, entre outros.
“Mas alguns passageiros também usam o táxi para se divertir em ”baladas”, barzinhos, cinemas e teatros”, comenta Paulo. O taxista de frota explica que os profissionais que trabalham com o serviço precisam ter diversos cuidados em relação aos usuários. “É necessário estar sempre atento ao que o cadeirante pede, respeitar suas vontades e dirigir o táxi sem pressa, com responsabilidade”, diz.
Na opinião de José, é preciso ser mais do que “taxista” para trabalhar com o Táxi Acessível. “Costumo dizer para os colegas que é preciso ter amor ao próximo pois, dependendo do caso, você tem que buscar o passageiro na cama, colocá-lo na cadeira e depois no táxi. E fazer o mesmo na volta. Todo esse atendimento é feito sem que haja acréscimo nenhum ao valor da corrida registrado no taxímetro”, afirma o taxista de frota.
Para os dois taxistas de frota, trabalhar com o “Táxi Acessível” é uma experiência gratificante. “É muito bom prestar esse serviço, que atende a uma necessidade que os cadeirantes sempre tiveram. Acho que não me acostumaria mais com o táxi comum”, brinca Paulo. “Tenho 16 anos de praça e sempre fui apaixonado pelo que faço. E agora mais ainda. O ”Táxi Acessível” é um serviço que com certeza ainda tem muito para crescer”, finaliza José Carneiro.