Empresas têm dificuldades para contratar pessoas com deficiência
Falta de qualificação é principal barreira para escolher candidato e cumprir lei de cotas
As empresas com mais de cem funcionários são obrigadas por lei a manter uma cota, que varia de 2% a 5%, de pessoas com deficiência no quadro de colaboradores. Há empresas que descumprem a lei, mas, por outro lado, algumas corporações encontram dificuldades para selecionar este tipo de profissional. A falta de qualificação é o principal obstáculo, segundo os recrutadores.
Encontrar profissional com deficiência e com qualificação é ainda mais difícil. Por causa da falta de mão de obra especializada no mercado, a Totvs – empresa de alta tecnologia que desenvolve programas de computadores – contrata pessoas com deficiência e as treina dentro da empresa, explica a diretora de relações humanas da corporação, Maria de Fátima de Albuquerque
– A pessoa com deficiência fica seis meses em treinamento no IOS (Instituto de Oportunidade Social), uma capacitação para complementar a formação e conhecimento dos alunos. Sempre temos vagas disponíveis para pessoas com deficiência para todos os graus de instrução, desde para quem tem ensino médio até quem tem pós-graduação.
Apesar da dificuldade em encontrar profissionais qualificados, a gestora afirma que a empresa já conta com pessoas com deficiência em funções de comando. É o caso de Ivan Pinheiro Cabral, que é deficiente físico. Formado em ciência da computação, ele entrou na empresa há 11 anos como trainee e hoje, com 31 anos, comanda uma equipe de seis pessoas.
– Aqui não tem preconceito por causa da minha deficiência, mesmo porque a cobrança sobre mim é igual àquela que recai sobre todos os outros funcionários.
A secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo reconhece a dificuldade de as empresas encontrarem profissionais qualificados e cumprirem a lei de cotas. Mas algumas medidas foram criadas para ajudar a resolver o problema, explica o secretário adjunto, Marco Antônio Pellegrini.
– Para vencer a questão da qualificação profissional, a secretaria lançou em 2008 o Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, que realiza a qualificação de pessoas com deficiência, e também visa preparar o ambiente de trabalho para receber esse público.
A secretaria realizou ainda uma pesquisa em todas as empresas para identificar como as pessoas com deficiência estão trabalhando e em que áreas, diz Pellegrini.
– Este levantamento está servindo como base para um estudo para definir algumas ajudas técnicas e para permitir que empresas possam adquiri-las com isenção de impostos.
Lei de Cotas
Empresas com até 200 empregados precisam ter 2% de pessoas com deficiência no quadro de funcionários. As corporações que têm entre 201 e 500 colaboradores precisa preencher uma cota de 3%.
Já as corporações que possuem entre 501 e 1.000 empregados precisam ter 4% de pessoas com deficiência. Por fim, corporações com mais de 1.001 funcionários devem cumprir a cota máxima, de 5%.
Fonte: http://noticias.r7.com/
Acesse aqui e veja outras matérias sobre mercado de trabalho e a pessoa com deficiência.
Veja também nesse blog:
Justiça cancela multa de empresa que não cumpriu cota de deficientes
Lei de Cotas para portadores de necessidades especiais não atinge resultado esperado
Lei de cotas cairá a partir da conscientização do empresariado, aponta superintendente do MTb
Participe da enquete do blog respondendo a seguinte questão:
Qual(is) a(s) causa(s) real (is) das dificuldades das empresas em contratar pessoas com deficiência? Vote em uma(s) das respostas na barra lateral do blog e contribua com sua opinião!
Oi, Vera.
Este post, para mim, veio em momento mais que adequado.
Sempre desenvolvi trabalhos por conta própria e semana passada concluí o curso de Técnico em Informática sem previsões de trabalho.
É dureza!
Abraços.
Que dureza, Angelo! A mesma história de sempre, empresas não se interessam em qualificar as PcD e o governo não investe em linhas de financiamento para cursos de qualificação. E ainda há o problema do preconceito por parte dos empresários. Não apostam nas Pcd porque continuam acreditando que deficiência é ineficiência. Uma verdadeira falácia!
Abraços, meu amigo!
Sabem o que a maioria das empresas faz com os portadores de deficiência que são qualificados???? Consideram apenas a deficiência. Pessoas pós-graduadas, eficientes, experientes ou ficam desempregadas ou devem se sujeitar a empregos de assistentes para baixo. Na insistência por algo melhor, são dispensados!!!! Quando omito em meu curriculum que sou PDF, sou chamada até para vagas de gerente. Ao descobirem minha deficiência, ou sou dispensada ou recebo uma proposta muito inferior, até mesmo como recepcionista ou operadora de telemarketing. Incrível mais é verdade!!! A última empresa que me entrevistou, ao deparar com minha deficiência, não deu sequência à entrista e, posteriormente, me chamou para uma outra vaga, com metade do salário, para trabalhar em três turnos e ser assistente numa função equivalente a ficar pregando pregos na parede…
Que barbaridade! Preconceito, desrespeito, hiprocrisia e humilhação, é assim que muitas empresas agem diante de uma pessoa com deficiência. Precisamos denunciar!