São Paulo terá delegacia especializada para pessoas com deficiência
Unidade no centro da capital contará com equipe especializada com psicólogos, assistentes sociais e intérprete de Libras
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou nesta sexta-feira, 3, o decreto que cria a primeira delegacia especializada para pessoas com deficiência. A unidade será instalada no Palácio da Polícia Civil, na região da Luz, centro da capital paulista, e começará a funcionar em 45 dias.
Segundo o governo do Estado, a unidade terá como diferencial uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais, intérprete de Libras (língua de sinais), entre outros profissionais que vão auxiliar as pessoas com deficiência vítimas de algum crime.
Para Linamara Rizzo Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a equipe multidisciplinar da nova delegacia será importante porque permitirá que a vítima denuncie um crime sem precisar do auxílio de parentes, muitas vezes os autores da violência. “Temos um estudo que mostra que, na maioria dos casos, o agressor é um familiar. Como podemos saber se aquele parente que está acompanhando a vítima não é o autor da violência? Queremos que, ao chegar à delegacia, ele sinta-se confortável e seguro para falar exatamente a verdade.”
Segundo dados do governo do Estado, os deficientes estão mais sujeitos a ocorrências como desaparecimento, maus-tratos e abuso sexual.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, a ideia é centralizar o atendimento a pessoas com deficiência nessa delegacia. No entanto, os demais distritos policiais continuarão registrando esse tipo de ocorrência. “O que nós queremos é ter um local em que ele seja atendido de maneira completa, com toda assistência, com acolhimento. Se ele não quiser ir até lá, o que nós queremos é que alguém da delegacia faça um contato. Ele pode ser atendido em Itaquera, em São Mateus, e o policial de lá vai ter a diretriz. Se tiver alguma dúvida, qualquer dificuldade, o policial entra em contato com a delegacia especializada para saber como agir”, disse.
Fonte: Estadão