Motoristas de Rio Pardo desrespeitam vagas especiais e levam multa moral
Associação de São José do Rio Pardo quer alertar população sobre problema. Utilizar o espaço é considerado infração leve e gera multa de R$ 53,20.
Uma associação de São José do Rio Pardo (SP) decidiu criar uma multa moral para alertar motoristas que utilizam vagas destinadas a idosos e deficientes indevidamente. Uma mensagem entregue para o motorista que estaciona nessas vagas. O ato de utilizar um espaço destinado a idosos ou deficientes é considerado uma infração leve. A multa é de R$ 53,20 e três pontos na carteira.
Das 480 multas em 2015, o município aplicou 135 por estacionamento irregular; cerca de 30% do total. De acordo com a Prefeitura e a Polícia Militar, cerca de 300 notificações são feitas todos os dias por conta do problema. Para que as vagas sejam respeitadas, o idealizador do projeto, Sérgio Henrique Alves, criou a multa moral.
“É uma ação de conscientização, porque acreditamos na educação. Temos 8.500 idosos em São José do Rio Pardo. Muitas vezes as pessoas não têm noção da quantidade de idosos e, por isso, param nas vagas, porque pensam que não há idosos e deficientes na cidade. Eles precisam dessa vaga, eles são consumidores, eles têm direito e pagam impostos. Se cada cidadão não parar na vaga que não é sua, não apropriar dessas vagas indevidamente, serão ações menores que fazem um país desenvolvido e uma cidade melhorar”, comentou Alves
Conscientização
A ideia da multa moral não é mexer com o bolso, mas com a consciência de quem comete a infração. O paratleta Carlos Henrique Caveanha teve paralisa cerebral e sempre que precisa estacionar tem dificuldades para encontrar uma vaga. “A multa moral é um grande puxão de orelha, porque pelo menos vai deixar a pessoa acanhada. Ela vai chegar e vai ter uma multa moral. Ela vai olhar para a placa e ver que, infelizmente, cometeu um erro”, afirmou.
O tatuador Anderson Dias não conseguiu parar em uma vaga para deficientes, já que todas estavam ocupadas. “A minha dificuldade em parar em um lugar que não é adaptado para mim é porque é mais alto, então para sair de dentro do carro para a cadeira é mais difícil”, afirmou.
Quem precisa dessas vagas, como o aposentado Caetano Malaguti, espera consciência por parte da população. “O idoso com dificuldades procura sempre estacionar em um lugar mais próximo. O lugar estando ocupado é complicado”, falou.
Ainda assim, alguns motoristas continuam utilizando o espaço destinado para os deficientes. “Às vezes somos obrigados, porque não tem onde estacionar. Em um minuto que parei, se chega um deficiente ele vai ter que ficar me esperando, mas eu tenho que fazer isso. A menos que eu pare um quilômetro para frente e venha com minha caixa nas costas. Se tivesse que ficar três minutos, não estacionaria aqui”, disse o entregador João Batista.
Fonte: G1