Empresas têm dificuldade para preencher vagas para portadores de deficiência
Lei que estabelece cotas de ocupação existe há 19 anos, mas sem gente qualificada, as empresas levam multas ou contratam sem preocupação com carreira ou qualidade.
No mercado de trabalho, o Brasil tem uma lei que estabelece cotas de ocupação de vagas para portadores de deficiência. Mas muitas empresas estão encontrando dificuldade para cumpri-la.
Com o equipamento adequado, ouvindo tudo o que digita no computador, Diego trabalha como qualquer colega, mesmo sem enxergar nada.
A vaga foi conquistada graças ao inglês fluente, conhecimento em informática e uma postura audaciosa: “O deficiente não pode chegar à empresa achando que as pessoas vão tratá-lo como um coitado. Você tem que correr atrás de seus objetivos, porque você vai ser avaliado como qualquer um”, disse o auxiliar administrativo Diego Luciano. Acesse aqui e assista o vídeo.
Diego não é o único exemplo de superação aqui. Dos 2.800 funcionários, 95 tem necessidades especiais.
É lei: empresas com mais de 100 funcionários têm que contratar de 2% a 5% de trabalhadores com algum tipo de deficiência. As vagas existem, mas segundo o Ministério do Trabalho, cerca de 250 mil delas não estão preenchidas. Parte do problema é a falta de qualificação dessa mão de obra.
O treinamento é para o setor de aviação, mas ainda são pouquíssimas as empresas que investem em qualificação, que seria uma maneira de suprir as falhas que vem lá de trás.
“Se toda pessoa deficiente tivesse acesso á escola como deveria ter essa pessoa, quando chegar à idade adulta, já estaria pronta pro mercado de trabalho”, disse o diretor da consultoria de inclusão social Alex Vicintin.
A lei de cotas para deficientes existe há 19 anos e os avanços são visíveis, mas sem gente qualificada, as empresas levam multas ou contratam sem preocupação com carreira ou qualidade. Só para cumprir a lei.
“Nós acreditamos que deve ser, precisa ser aperfeiçoada, para que as empresas não continuem sofrendo essa pressão descabida em colocar um quantitativo maior do que a possibilidade que elas têm de colocar dentro das suas organizações”, falou o diretor da empresa de seleção, Afonso Lamounier.
“A sociedade leva vantagens de ter pessoas que estejam bem qualificadas pra que elas de fato se tornem profissionais. Elas passam a ser cidadãos, de fato, dentro de uma sociedade efetivamente inclusiva”, disse o coordenador do programa de inclusão social João Batista Ribas.
Fonte: G1 (06/10/10)
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Vera, coloco o Dr. Negociação Tv à sua disposição para divulgar ações que necessitam de exposição e conhecimento público. A questão da empregabilidade do deficiente tem sido tratada como sendo um problema do deficiente, porque sem qualificação profissional. Ora, estamos tratando de um problema antecedente denominado "AUSÊNCIA DE POLÍTICAS DE CAPACITAÇÃO DO DEFICIENTE", este é o problema real do qual decorre o problema secundário da oferta de vagas.
Você disse tudo, Nacir. Infelizmente é isso mesmo o que está ocorrendo. Precisam procurar um culpado, e porque não a própria pessoa com deficiência. Lamentável!
Agradeço muito sua gentileza em colocar o DR. NEGOCIAÇÃO a disposição de um assunto tão importante como esse. Obrigada, meu amigo!