Doenças e saúdeVagas Preferenciais

Estudante com doença crônica para em vaga preferencial e acha bilhete: “Ser gorda e feia não é deficiência"

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Sarah MetcalfeSarah Metcalfe, que sofre de fibromialgia, resolveu publicar o bilhete e uma resposta no seu perfil no Facebook; mensagem já foi compartilhada mais de 3 mil vezes.

Uma estudante de doutorado na Universidade de York, na Inglaterra, tomou um susto ao retornar ao carro que havia estacionado numa vaga preferencial. Preso ao para-brisa, Sarah Metcalfe encontrou um bilhete que dizia: “Ser gorda e feia não é deficiência. Estacione em outro lugar.”

Sarah, que tem 35 anos e sofre de fibromialgia, doença crônica que provoca dores difusas pelo corpo, fadiga e rigidez muscular, resolveu, então, publicar o bilhete no seu perfil no Facebook, junto a uma carta aberta à pessoa que deixou o bilhete.

“Querido cliente da loja Tesco de York que estava no estacionamento aproximadamente às 18h do dia 30 de abril de 2015 e decidiu deixar esse bilhete super ofensivo em meu carro”, escreveu a estudante, que estava com o filho de 13 anos quando encontrou a nota no estacionamento da loja, segundo o diário inglês Metro.

No texto, Sarah explica que, apesar de não parecer doente –“na verdade eu prefiro sorrir a chorar”- ela sofre de uma doença crônica que provoca dor e fadiga por todo corpo e cita uma lista de sintomas, que incluem maior sensibilidade à dor, dificuldade de dormir até ansiedade e depressão.

Em seguida, a doutoranda diz que apesar de trabalhar muito, nunca tira licenças por conta da doença e em ter usado os benefícios de aposentadoria para pessoas com deficiência, ela tinha tido “um dia especialmente ruim e com muitas dores”.

“Por favor não seja tão rápido em julgar as aparências. Temo que um dia você possa dizer o mesmo para outra pessoa que pode estar realmente mal e isso ser a gota d’água. Por sorte, sou bem resolvida e sei que as aparências podem ser enganosas para pessoas que não sabem essas coisas. Mas só queria dizer que, se você estiver lendo isso, é melhor ser gentil do que odiar –sinceramente, você nunca sabe que tipo de dia a outra pessoa teve e quais serão as consequências dos seus atos. Obrigado”, escreveu a inglesa.

Publicada no mesmo dia em que encontrou o bilhete, a “carta aberta” de Sarah recebeu centenas de comentários e foi compartilhada mais de 3 mil vezes na rede social. A estudante espera que o post tenha chegado ao destinatário e que a repercussão ajude outras pessoas a entenderem que nem todas as deficiências são visíveis.

“Eu já sofri com distúrbios alimentares e baixa autoestima no passado e esse bilhete poderia realmente ter me levado ao limite, por isso me senti tão mal e decidi espalhar um pouco de consciência sobre isso”, disse ela ao Metro.

Fonte: Revista Marie Claire

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

3 comentários sobre “Estudante com doença crônica para em vaga preferencial e acha bilhete: “Ser gorda e feia não é deficiência"

  • Aqui tem gente que abusa da “condição” de deficiente. Conheço gente que operou o joelho, anda normalmente e não sente dores que comprou carro com isenção e ainda para na vaga de deficiente.

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  • É justamente por isso, que países como o nosso Brasil, “obrigam” que as PCD´s e/ou Idosos, utilizem-se dos Cartões, que os identificam claramente e visualmente. Cartão DEFIS para as PCD´s e IDOSO para os idosos. Em SP, por exemplo, vc encontra as instruções aqui :
    http://www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/cartao-defis-dsv
    Cada cidade tem um canal próprio.
    Obs : Mesmo uma pessoa com um “impedimento” temporário, pode e deve solicitar seu cartão.

    Resposta
  • Para quem tem uma deficiência não visível sofre até mesmo entre nós.
    Tenho miastenia gravis, que causa tetraparesia e é flutuante, portanto podem haver momentos em que os sintomas estão controlados via medicamentos (prednisona, azatioprina, piridostigmina, cicloposporina…) e terapias (plasmaferese, timectomia) mas não tem cura e causa fraqueza muscular em diferentes graus, mas não causa danos visíveis, nós sabemos quando o corpo não responde aos estímulos.
    Já sofri discriminação por parte de médicos “peritos” e sei de muitos casos semelhantes. Pior do que ter uma deficiência é ter e ser acusado de não tê-la!!!
    Sei o que essa moça passou, é de chegar a dar medo de sair de casa e lutar por nossos direitos.

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