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Cadeirante entra na Justiça após mensagem preconceituosa no RJ

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Rennata está namorando há quase sete anos (Foto: Reprodução / Internet)
Rennata está namorando há quase sete anos (Foto: Reprodução / Internet)

Texto questionava motivo de namorado estar com ‘alguém como ela’. ‘Fiquei horrorizada’, diz universitária cadeirante.

“Eu fiquei horrorizada”. Essa foi a reação de Rennata Corrêa, de 25 anos, ao receber uma mensagem no seu celular de uma menina que gostaria de “entender como uma cadeirante tinha conseguido um namorado bonito”. Para muitas pessoas o episódio pode parecer fictício, mas o caso aconteceu na tarde do dia 15 de abril. A estudante de publicidade estava em casa conversando com o namorado quando recebeu uma mensagem de um número desconhecido. O episódio causou a revolta de colegas da estudante, que vai entrar com ação judicial contra a pessoa que a ofendeu.

Mensagem foi envaida para a universitária de um número desconhecido (Foto: Reprodução / Internet)
Mensagem foi envaida para a universitária de um
número desconhecido (Foto: Reprodução / Internet)

“Oi, Achei seu perfil do grupo da FACHA. Olhei seu instagram todo. É verdade que você é cadeirante? Aquele rapaz realmente é seu namorado? To perguntando isso porque ele até que é bonito e é estranho um rapaz bonito namorar gente como você.

Não sou preconceituosa. É só estranho, bizarro sabe.”, dizia o texto que a universitária recebeu no celular.

Quero conseguir andar na rua com meu namorado e as pessoas parem de ficar me olhando de rabo de olho, espero que ela evolua como pessoa. Hoje ela fez comigo, mas amanhã podem fazer com ela, alguém pode não gostar de alguma característica dela”
a vítima de preconceito, Rennata Corrê

Em entrevista ao G1, Rennata contou que a deficiência motora foi adquirida em 2007 em um acidente. A vítima do preconceito afirmou que não foi o primeiro constrangimento pelo qual passou na faculdade onde estuda, mas desta vez ficou horrorizada com a atitude da outra estudante.

“Quando eu recebi a mensagem eu fiquei muito indignada, muito incomodada. Aquilo foi um absurdo. O pensamento você não controla, mas quando você da forma ao seu pensamento aquilo vira um discurso de ódio. Eu fiquei horrorizada. Eu nunca a vi na faculdade, mas pelo o que me passaram ela ainda estuda lá”, contou Rennata.

Amigos indignados

Assim que recebeu o texto, a universitária bloqueou o número – a pedido do namorado – para não receber mais mensagens e evitar outros constrangimentos.

Assustada com a situação, Rennata postou uma cópia dos textos em uma rede social.

O episódio de preconceito chocou outros alunos da Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), em Botafogo, Zona Sul do Rio.

“Eu postei no meu facebook e no meu grupo da Facha, pessoas que eu nunca vi na vida estavam compartilhando. Algumas pessoas me pediram desculpa pela vergonha que ela causou. Eu vi que tenho muito mais pessoas que tem empatia com a minha causa, do que pessoas preconceituosas. As pessoas se sentiram incomodadas com a situação, teve uma repercussão muito grande. Eu sou uma pessoa bem tranquila.

Muitas pessoas pediram para revelar o telefone, mas eu achei melhor não. Se eu não gostei da atitude dela, então não vou divulgar o número dela”, afirmou.

Apesar da comoção entre alunos e alguns professores, a Facha não entrou em contato com a menina para intermediar a situação. O G1 pediu um posicionamento da universidade sobre o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Ação judicial

Rennata Corrêa disse que a ação da menina a incomodou bastante e ela pretende entrar com uma ação judicial contra a autora da mensagem. Ela afirmou que espera que as pessoas parem de “condenar” o namoro dela – de quase sete anos – apenas por ela ser portadora de deficiência física.

“Estou entrando com um processo contra ela, a gente conseguiu ligar o número do celular dela a um CPF. Eu só quero que esses episódios parem, porque ela ficou incomodada ao ponto dela me mandar uma mensagem. Quero conseguir andar na rua com meu namorado e as pessoas parem de ficar me olhando de rabo de olho, espero que ela evolua como pessoa. Hoje ela fez comigo, mas amanhã podem fazer com ela, alguém pode não gostar de alguma característica dela. As pessoas estão muito mais incomodadas como os outros vivem do que elas se preocuparem com o bem dela. Isso é surreal”, desabafou.

Fonte: G1

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

Um comentário sobre “Cadeirante entra na Justiça após mensagem preconceituosa no RJ

  • Discriminacao contra pessoas com deficiencia e crime tipificado no Artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusao da Pessoa com Deficiencia e tambem no Artigo 140, §3° do Codigo Penal Brasileiro, com penas que variam de 1 a 3 ano de prisao e multa, e se a discriminacao for vinculada em meios de comunicacao social, a pena aumenta para de 2 a 5 anos de prisao e multa. Pessoas com deficiencia nao merecem ser discriminadas, injuriadas ou vitimizadas, porque sao seres-humanos plenamente dignos, capazes e sao a imagem e semelhanca de deus.

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