Mãe se torna professora de educação especial após ter filha com Down
Por Anny Barbosa
Sete anos atrás, a professora de Atendimento Educacional Especial (AEE) de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, Francisca de Freitas, de 39 anos, dava aulas para o quinto ano do ensino fundamental. O nascimento da filha caçula, Alecia, entretanto, mudou a trajetória das duas. A menina nasceu com Síndrome de Down e mãe, para aprender a lidar com a situação buscou apoio na educação inclusiva.
“No início vem o choque, você se pergunta o que vai fazer, mas, quando eu comecei a pesquisar e estudar sobre a Síndrome de Down, acabei entrando para a educação inclusiva. Foi uma consequência”, conta a professora, que tem outros dois filhos, de 20 e 10 anos respectivamente.
Francisca diz não se arrepender da escolha que fez e ressalta que o maior problema ao lidar com pessoas com Down é na verdade o preconceito. Um problema que ela encontra principalmente nas escolas da segunda maior cidade do Acre.
Ela conta que a própria filha foi vítima de discriminação aos três anos, quando foi impedida de chegar perto de uma colega de classe.
“Na época eu fiquei tão magoada não só como mãe, mas como professora por saber que existem pais que queiram excluir uma criança por puro preconceito. Foi a única experiência que vivi, mas já ouvi muitas outras coisas absurdas”, lamenta.
Seminário
O depoimento de Francisca foi um dos apresentados na quinta-feira 28/07 durante o VII Seminário de Educação Inclusiva, promovido pela Coordenação de Educação Especial da Secretaria de Educação do Acre no Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul.
Durante o evento, foram apresentados depoimentos de experiências inclusivas com alunos de Cruzeiro do Sul. Úrsula Maia, coordenadora de Educação Especial, salienta que o evento tem como objetivo quebrar preconceitos.
“Nós escolhemos Cruzeiro do Sul porque se tornou referência na inclusão de alunos com deficiência, hoje é sobre trazer as experiências, expor os avanços e mostrar que somos todos iguais nas nossas diferenças”, finaliza.
Fonte: G1