Taxistas se negam a transportar cadeiras de rodas em Porto Alegre
DESRESPEITO E DESCASO!
Condutores alegam dificuldade para transportar cadeiras de rodas devido à falta de espaço nos veículos
Enquanto cadeirantes alegam dificuldade para conseguir táxis na Capital, taxistas reconhecem o problema, mas justificam a dificuldade em transportar cadeiras de roda devido a falta de espaço nos veículos. A EPTC alerta que o taxista que se negar a prestar o serviço pode ser autuado, já que estará descumprindo de uma lei municipal.
“Cidade tem que estar preparada para receber pessoas com deficiência”, diz presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Porto Alegre. Ouça a entrevista na Rádio Gaúcha.
Conseguir um táxi tem sido um drama para a advogada Mariana Saraiva Silva, de Porto Alegre. Ela é cadeirante e dificilmente encontra um taxista disposto a fazer o transporte da cadeira de rodas. Falta espaço no porta-malas devido ao gás veicular, além do receio dos taxistas em danificar o banco traseiro.
— Eu me sinto péssima, até em questão de auto-estima, a gente se sente deixada de lado, se sente um peso na forma como eles agem, né? Eu me sinto super mal. Sou uma cidadã, pago impostos como todo mundo e tenho meus direitos, quero ter o meu direito de ir e vir preservados. Destrói a auto-estima de uma pessoa — desabafa Mariana.
O taxista José Cestari reconhece o problema. Ele defende a adoção de medidas urgentes para tornar os táxis de Porto Alegre aptos a fazer esse transporte. Ele sugere a criação de um suporte para a colocação da cadeira do lado de fora do carro, como aqueles para bicicletas.
Cestari admite que às vezes é obrigado a negar corrida a cadeirantes.
— Muitas vezes a gente tem que parar em lugar proibido para colocar a cadeira dentro do veículo, e nós não temos espaço para a cadeira. Eu sinto muito em estar falando, de ver a dificuldade do cadeirante para pegar um táxi
O diretor-presidente da EPTC diz ter conhecimento de reclamações de usuários sobre o problema. Ele explica que o taxista que se negar a lavar um cadeirante está descumprindo lei municipal. Vanderlei Cappellari alerta que o passageiro deve anotar o prefixo e encaminhar reclamação para o telefone 118.
O taxista que se negar a levar cadeira de rodas pode ser autuado e, em caso de reincidência, perder a permissão para trabalhar.
Os táxis não podem cobrar a mais pelo serviço, a não ser que seja um veículo especial, equipado com elevador, semelhante aos que tem em alguns ônibus da capital.
Neste caso, a corrida custa 50% a mais.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/ (10/01/2011)
Referência: Rede Saci
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Oi, Vera!
Desejo-lhe muita força, energia, saúde e confiança, neste ano que se inicia.
E que continue nessa batalha, tornando possível a informação, de forma tão respeitosa, às pessoas que detém algumas necessidades especiais, como uma seta, sempre indicando o caminho certo. É bonito de ver. Pra mim, você é um grande exemplo.Parabéns!
Socorro Melo
Esse taxista que disse que às vezes "tem que negar" o serviço a cadeirantes o faz por vontade própria. Quanto à idéia de um suporte específico para a cadeira, até é interessante mas a meu ver desnecessária, falta profissionalismo nesses casos. Se há uma preocupação em não danificar o banco traseiro poderia improvisar com os tapetes para proteger…
E o pior: acredito que, se formos investigar, descobriremos esse tipo de desrespeito em outras cidades do Brasil também. Nunca reparei se isso acontece aqui em São Paulo, pois raramente uso táxi. Mas ficarei de olho nisso quando estiver me deslocando por essa cidade louca, rs.
Obrigada, Socorro!
Tudo o que me desejou, desejo em dobro para você.
Beijos, querida!
Você disse tudo, Daniel. O que falta mesmo é boa vontade dos taxistas e do poder público. Com certeza não há fiscalização e muito menos punição. E quem sofre com isso, mais uma vez, são as pessoas que necessitam desse tipo de serviço.
Paulo,
Em SP existe o programa de táxis acessíveis (adaptados), lançado no início de 2009. No entanto, na cidade de SP existem mais de 1 milhão de pessoas com deficiência e há somente 35 táxis acessíveis para cadeirantes. Ao que tudo indica, a prefeitura deve ter lançado este projeto sem planejamento e previsão. Hoje o projeto está patinando!
Até tem uns radiotaxis adaptados para cadeirantes em PoA, umas Kombis com uma plataforma elevatória Marksell, mas são pouquíssimos. E olha que é mais fácil adaptar uma Kombi para servir de táxi adaptado que um Doblò por causa do piso central baixo, porta lateral deslizante bastante ampla e do teto já suficientemente alto.
http://spb.fotolog.com.br/photo/59/46/2/cripple_rooster/1219952161925_f.jpg
Ótima observação, Daniel! Vi a foto, não sabia que tinha essas kombis em Poá. Muito interessante.
Correção: não moro em Poá/SP, mas em Porto Alegre. POA é a sigla usada na aviação para designar Porto Alegre, mas acaba sendo bastante usada informalmente.
Gostaria de dar os parabens a quem administra esse site, pois há poucas iniciativas com a finalidade de ajudar pessoas com necessidades especiais.
E dizer que infelizmente a autorização da prefeitura de Porto Alegre para que haja mais 85 taxis adaptados para cadeirante, não passa de uma farsa, pois até o momento, não vi um único taxi adaptado, nem mesmo na internet se conseque encontrar algum taxi, com excessão de um uúnico explorador que se utiliza de uma kombi e cobra absurdos 200,00 para fazer o translado de aproximadamente 10 Km, da residência do cadeirante até o hospital, para realizar um exame.
Então por meio deste blog, gostaria de fazer o alerta para que a prefeitura verifique o que ocorre com os 85 taxis que foram autorizados a funcionarem para o tranporte de cadeirantes, onde etão funcionando estes taxis, será que não estariam a funcionar como taxis normais !?