Representar o segmento das Pessoas com Deficiência ou apenas um “ato de oportunismo”
Este texto reflete o que pensa José Deoclécio de Oliveira, ativista e pai de uma jovem com deficiência. O Blog Deficiente Ciente, representado por Vera Garcia, também concorda em número e grau com o texto abaixo. Confira:
Em época de eleição, é preciso que os eleitores com deficiência e familiares tenham a devida “consciência de perceber certos oportunismos”. Precisamos evitar que os mesmos políticos não continuem nos enganando, pois só aparecem em épocas de eleição, com os mesmos discursos e pretensões, apenas focando em acessibilidade nos grandes centros das cidades brasileiras, enquanto lugares de periferia ficam entregues à própria sorte. Quanto a acessibilidade arquitetônica já sabemos que é um direito e interesse de todos, e já está previsto em lei e é dever dos órgãos públicos executarem.
Abaixo alguns itens importantíssimos que os candidatos deveriam lutar pela causa das pessoas com deficiência, ao invés de fazerem vistas grossas por algo que pode mudar a vida dessas pessoas com deficiência. São eles:
- Defender o LOAS para todos, evitando as injustiças dos governantes através do INSS, que nega esse direito, criando barreiras com regras de um cálculo injusto da chamada renda familiar per capita de ¼ do salário mínimo;
- Oferecer qualidade nos serviços de saúde focando nas diversas patologias, com criação de unidades especializadas para amenizar o sofrimento das famílias nesta busca;
- Cobrar do Ministério do Trabalho rigor na fiscalização da Lei de Cotas. Pois como sabemos os “empresários” resistem sempre com diversas alegações: apenas contratam pessoas com deficiências leves, para cumprirem a lei e não se esforçam em dar essa oportunidade para aqueles que possuem outras patologias, se eximindo assim do sistema de cotas;
- Trabalhar mais a inclusão nas escolas públicas. Não há um esforço destes parlamentares nesta discussão que deveria ser uma contante e, na busca de uma solução que venha suprir as necessidades dos alunos, estruturas nas escolas e principalmente apoio aos educadores;
- Melhorar o transporte público com elevadores que realmente funcionem e fazer manutenção constante dos mesmos. Dentro do mesmo assunto, proporcionar cursos aos motoristas para que eles saibam como tratar as PcDs e que aprendam a ter um pouco mais de solidariedade, uma vez que a minoria desses motoristas param nos pontos quando tem alguma pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida;
- Possibilitar as pessoas com menor poder aquisitivo o direito às isenções de veículos;
- Exigir que o governo forneça cadeiras de rodas com qualidade à maioria das pessoas com menor poder aquisitivo.
Infelizmente após ganhar as eleições, esses parlamentares e assessores “não dão a atenção necessária”- menosprezando os pedidos de encaminhamento dos eleitores, e vão “empurrando com a barriga” até a próxima eleição, gerando assim, falsas esperanças à maioria daqueles que não possuem tal conhecimento do seu direito constituído.
Antes de depositar sua confiança em candidatos chamados por muitos como “Defensores da Pessoa com Deficiência” que na maioria das vezes não cumprem o prometido, analise criteriosamente se realmente ele (ela) é honesto (a) e efetivamente cumprirá suas promessas de campanha.
José Deoclécio de Oliveira
Concordo com tudo que foi mencionado e infelizmente em nosso País o que mais tem é político aproveitador e porque não dizer mentiroso e enganador.
O que precisamos é ter é mais gente como a gente nos representando, quer seja como vereadores, deputados estaduais, deputados federais, governadores, ministros e porque não presidente….por aí vai.
A única solução é retirar estes velhos políticos de suas velhas cadeiras.
Não adianta mais ficar esperando, temos que buscar nossos direitos e representações já, e teremos eleições em Outubro.
Belo texto. Faltou o acesso ao transporte público (ônibus), que a maioria não têm elevador e nem motoristas educados para o bom atendimento dos usuários.