Deficientes físicos são barrados nos bancos
Caro leitor, a matéria abaixo foi extraída do Jornal Fato Paulista, edição nº 123.
Texto Aglécio Dias
Charge Ferrão
Levantamento feito pela Associação Nacional de Defesa do Consumidor (ANDECON) mostra que as agências da região não cumprem o que determina a lei
As pessoas com deficiência foram tratadas preconceituosamente como inválidas e totalmente dependentes dos outros por muito tempo. Hoje, esse preconceito diminuiu muito e agora elas são vistas como integrantes ativos de nossa sociedade, com os mesmos direitos de qualquer cidadão. Porém para a pessoa com deficiência poder usufruir desses direitos foi necessária a criação de leis especificas para garantir principalmente sua locomoção pela cidade.
Essas leis obrigam, por exemplo, os comércios adaptarem seus espaços para garantir acessibilidade plena aos deficientes. Entre essas garantias está a de manter pelo menos uma vaga de estacionamento o mais próximo de sua entrada, que não tenha nenhum empecilho que atrapalhe a tráfego da pessoa com deficiência e respeito ao espaço livre de pelo menos três metros e sessenta de largura podendo ser ocupado apenas por carros devidamente adesivados com o símbolo universal de acessibilidade. Também é obrigatório nos estabelecimentos, ter banheiros e caixas de atendimento exclusivo e devidamente sinalizado com o símbolo universal.
A Febraban (Federação Nacional dos Bancos) junto aos Ministérios Público, Federal, Estadual de São Paulo, Estadual de Minas Gerais, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, assinou o TAC, (Termo de Ajuste de Conduta) no qual se comprometem a adaptar todas as agências bancárias do país à nova lei. Porém para o presidente nacional da ANDECON (Associação Nacional de Defesa do Consumidor) Rodinei Lafaete as agências bancárias de Itaquera não estão cumprindo esse acordo.
Segundo levantamento feito por Lafaete nenhuma agência bancária está adequada para atender pessoas com deficiência. Em visitas feitas a todos os bancos da região foram constatadas várias irregularidades, entre elas a falta de adequação dos banheiros que na sua maioria são de uso coletivo e não exclusivo para deficientes, a falta de caixas de atendimento e de sinalização. Além desses problemas encontrados, tem a questão dos estacionamentos, em nenhuma das agências de Itaquera tem estacionamento totalmente adequado, sendo eles muitas vezes não sinalizado e contendo barreiras como guia alta e outros obstáculos. Em muitos casos há também a falta de respeito dos motoristas que não são deficientes e usam as vagas reservadas. Por conta disso um motorista foi autuado por parar em local reservado em frente o Banco do Brasil.
Em outra situação um homem com uma criança no colo ficou irritado com o fato de seu carro (sem o adesivo universal) estacionado em vaga exclusiva na agência do Bradesco ser fotografado pela reportagem. “Se chegar alguma multa ou qualquer outra coisa na minha casa você vai ver o que vai acontecer com você. Minha esposa é advogada e você vai pagar caro se acontecer algo”, ameaçou.
O cadeirante Valdir Timóteo (presidente do Movimento Inclusão Já, foto a esquerda) é uma das várias pessoas que tem dificuldades em usar os serviços das agências bancárias, e reclama que em bancos como o Banco do Brasil, Santander e Real enfrenta sempre os mesmos problemas, a falta de vaga nos estacionamento, sempre ocupadas por pessoas não deficientes, os banheiros que não são exclusivos e falta de caixas adaptados. “É sempre o mesmo problema e a falta de respeito. Não estou pedindo nada de mais só reivindicando meus direitos como cidadão”, desabafou.
O presidente da ANDECON disse que além das agências citadas acima, as duas agências do Itaú, da Nossa Caixa e da Caixa Econômica Federal “estão devendo muito na questão de acessibilidade”. Ele disse ainda que com esse levantamento feito sobre os bancos poderá enviar uma representação junto a o Ministério Público Federal cobrando da Febraban o cumprimento do compromisso assinado por ela. “É um absurdo que os bancos não respeitem seus clientes”, finalizou.
Comentário de Valdir Timóteo
1. deixo aqui meu protesto por discriminação
Ao entrar na agencia do Banco do Brasil fui barrado pelo segurança e pelo gerente da agencia, pasmem os senhores me pediram o meu RG, perguntei a eles porque estavam pedindo meu RG? pois não vi eles pedirem o RG de nenhuma das dezenas de pessoas andantes que estavam dentro da agencia, porque o cadeirante tem que apresentar o RG e os andantes não? responderam que isso era uma medida de segurança, pergunto a sociedade, Quantos assaltos a bancos foram registrados ou feitos por pessoas que tem deficiência e usam cadeira de rodas para sua locomoção???
Entendo essa atitude por parte do Banco do Brasil como uma atitude discriminatória e preconceituosa, fui ao banco receber meu pagamento e pagar as minhas contas como todo cidadão faz em suas atividades do dia a dia, não fui para arrumar confusão ou ser discriminado por absolutamente ninguém.
Deixo aqui o meu protesto e minha indignação pelo péssimo tratamento que recebi na agência do Banco do Brasil, sou cliente do Banco do Brasil a quase dez anos e só consegui ser atendido dentro da agência duas vezes em dez anos onde da segunda vez fui muito mal tratado.
Banco do Brasil revejam suas atitudes e tratem os cidadãos com deficiência com o respeito que todo cidadão merece independente de sua cor, religião ou condição física.
Valdir Timóteo
presidente
Movimento Inclusão Já
Veja também nesse blog:
“Mutirão da Inclusão através de Emendas”
“Movimento Inclusão Já” e a acessibilidade no Parque Ibirapuera
Movimento Inclusão Já: Acessibilidade nos Parques da Capital Paulista
Comércios sem acessibilidade podem ser multados
Cemitérios da Zona Leste sem acessibilidade
No último dia 07/12/2012, quanto fui a agência da Caixa Econômica Federal, na rua Marechal Floriano, centro de Curitiba, fui barrado na porta giratória da agência porquê uso duas muletas tipo canadense. A segurança me impediu de passar pela porta, afirmando que eu deveria esperar por alguém da gerência e este liberaria minha passagem.
É esta a atitude discriminatória que uma agência da Caixa têm perante um deficiente físico?
Fui barrada no Banco do Brasil, em Cascavel PR, dia 16/09/2013, por portar uma órtese em minha perna, segundo funcionário sai uma nova lei Federal que o deficiente tem q ter um laudo medico p/ poder ter acesso a porta giratória do banco. Gostaria de saber se existe essa lei, e a partir de que data . Obrigada.