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Governo federal quer perícia para conceder isenção fiscal a pessoas com doenças graves e deficiências

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Entre os planos deixados para o próximo governo, um deles diz respeito ao futuro da isenção fiscal oferecida a pessoas com doenças graves e deficiências ou que sofreram acidentes. Hoje, há vantagens, por exemplo, em relação ao não recolhimento de Imposto de Renda (IR) e à compra automóveis 0km com redução de ICMS e IPI. A ideia da atual equipe econômica — apresentada ao grupo de transição — é alterar o critério para as concessões fiscais, exigindo perícias de médicos do INSS para aqueles que quiserem se beneficiar delas.

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Os cálculos do governo federal apontam para isenções que chegam a R$ 15,6 bilhões por ano. Cerca de R$ 12 bilhões, dizem respeito a descontos relativos ao IR. Já as contrapartidas oferecidas na compra de automóveis somam mais de R$ 3,6 bilhões. O valor total que deixa de ser repassado aos cofres públicos é considerado elevado.

A ideia de passar a exigir perícia médica feita por um servidor para reduziu o número de fraudes e, consequentemente, o de concessões fiscais, é defendida pelo ministro Alberto Beltrame, do Desenvolvimento Social. Ele já apontou para uma suposta falta de controle nas isenções concedidas. O ministro exemplificou a fragilidade do sistema, dizendo que empresas se organizam para facilitar a realização de avaliações médicas. Hoje, essas avaliações não precisam passar por órgãos do governo.

Entre os beneficiários, mesmo que seja implementada a perícia oficial feita por um médico do INSS, o clamor é pela manutenção das isenções. Os descontos para a compra de um veículo chegam a 30% do valor do bem, por exemplo. A União afirma que serão mantidas.

— O benefício é indispensável para os deficientes físicos. Muitos não têm renda para se manter ou para comprar um automóvel pelo preço normal. Pelas regras atuais, a isenção é direcionada a quem realmente precisa — disse o cadeirante Edson Nascimento, de 40 anos.

A isenção é vista com bons olhos pelos fabricantes. No primeiro semestre, foram vendidos 150 mil carros, quase o mesmo número registrado em todo o ano passado: 187 mil, segundo a Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva (Abridef).

Este ano, porém, diante de denúncias, o governo decidiu alterar algumas regras para a aplicação dos descontos. O beneficiado com a isenção de ICMS só pode revender o veículo para alguém que não tenha direito à redução de imposto a cada quatro anos. Antes, eram dois anos. No caso da isenção de IPI, o prazo permanece sendo de 24 meses.

Peritos médicos avaliam tema

Diante do interesse do governo federal em alterar a forma de concessão dos benefícios fiscais a pessoas com doenças graves ou com deficiência, os médicos peritos do INSS já se movimentam de olho em possíveis mudanças em suas atribuições. Para a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), é positiva a intenção da União de avaliar a situação de quem tem direito à isenção fiscal.

— A entidade defende que todo direito de caráter social e assistencial que dependa da análise médica do requerente tem que ser objeto de perícia médica. Não pode ser examinado por um médico assistente, uma pessoa já conhecida do paciente — avaliou Francisco Eduardo Cardoso Alves, presidente da ANMP.

Segundo ele, porém, para a categoria dar conta das novas atribuições que lhe seria impostas, seria necessária uma reavaliação da estrutura da carreira e de sua atual vinculação exclusiva ao INSS.

— Defendemos que a carreira saia do INSS. A melhor indicação é a transformação em carreira médica de peritos da União. Estando no INSS, não podemos avaliar qualquer questão que não esteja no escopo de trabalho do instituto, que são os casos dos benefícios fiscais — lembrou.

Outra dificuldade, caso seja necessária a participação dos peritos em avaliações de pessoas com isenção de IR e IPI, é a escassez de servidores. Segundo o próprio INSS, o instituto tem, hoje, 3.778 médicos peritos ativos. Do total, 5% estão em condições de se aposentar, mas seguem em atividade em função do abono-permanência.

O INSS não se manifestou a respeito da possibilidade de mudanças nas concessões dos benefícios. O mesmo aconteceu com a Receita Federal, órgão responsável por dar as isenções fiscais. Quanto ao Ministério do Desenvolvimento Social, não houve indicação sobre quando será apresentada a proposta de revisão dos benefícios, e se essa questão vai afetar os trabalhos do INSS.

Fonte:https://extra.globo.com/

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

4 comentários sobre “Governo federal quer perícia para conceder isenção fiscal a pessoas com doenças graves e deficiências

  • Não entendi a isenção do IR, quais as regras? Trabalhei por quase 7 anos e era descontado o IR

    Resposta
  • Isso é uma pouca vergonha para os políticos querem dificultar ainda mais a vida dos deficientes para que desanime e não corra atrás dos seus direitos para roubarem ainda mais.

    Resposta
    • Joanin Duarte de Oliveira Filho

      ESTOU NO AGUARDO PARA PERICIA UMA VEZ QUE JÀ DEI ENTRADA NO SISTEMA.

      Consulta a Processos e Documentos
      Informações

      Processo: E-12/039 /100103 / 2018

      Interessado:

      JOANIN DUARTE DE OLIVEIRA FILHO

      Observações

      Complemento

      Doc. Gerador:0 / 0 / 0

      Data de Abertura:3 /8 /2018

      Matrícula:0

      Assunto 0.6.3.3

      PROTOCOLO. RECEPCAO. DISTRIBUICAO. TRAMITACAO DE DOCUMENTOS

      Tramitação

      DETRAN
      DIVMED-DIV.MEDICINA TRAFEGO/PSICOLOGIA TRANSITO

      Data:9 /8 /2018
      Hora:10:28

      Num Guia:10631

      Órgão Gerador:CSD6

      Despacho: Não existem anexos

      ATENÇÃO: Em caso de dúvida quanto às informações do processo ou documento consultado, compareça ao Órgão de origem do processo.

      Resposta
  • Tenho 58 anos e tive pólio na perma direita e já trabalho há mais de 22 anos. Estou sentindo muitas dores nas articulações e coluna devido a idade e também pelo fato de mancar. Estou esperando a aprovação do Projeto de Lei 250 de 2005, pois sou servidora pública estadual. E agora como ficaremos?

    Resposta

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