Buenos Aires acessível: ótimo destino para pessoas com deficiência
Buenos Aires é uma das capitais mais acessíveis para pessoas com deficiência na América Latina. Destino disponibiliza guia turístico com localidades acessíveis, mapas táteis e guia de boas práticas para profissionais do turismo.
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A cidade de Buenos Aires é uma das mais acessíveis quando o assunto são pessoas com deficiência. Teatros com recursos de acessibilidade, como audiodescrição para pessoas com deficiência visual, aro magnético para pessoas com deficiência auditiva, rampas por toda a cidade, banheiros adaptados e maquetes táteis são alguns dos recursos disponibilizados pela cidade. Essas características tornam o local um dos mais avançados nesse quesito na América Latina.
Um dos maiores compromissos assumidos pelo governo local foi o de tornar todas as esquinas 100% acessíveis para pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida até o final de 2018. Para tanto, é necessária a criação de rampas de acesso que permitam uma maior locomoção desse público pela cidade. A iniciativa também beneficia idosos e os pais com carrinho de bebê.
Durante 2016, Buenos Aires construiu 7.838 novas rampas. Em 2017 e 2018, o objetivo é construir um total de 8.425. Nos cinco primeiros meses de 2018, já foram 1.745 lugares que se tornaram acessíveis. Hoje o município já tem 70% das esquinas com acessibilidade para pessoas com deficiência. Além disso, o governo reduziu o desnível entre as rampas e as estradas para conseguir uma melhor continuidade.
La Boca é o único bairro onde não é possível a instalação de novas rampas, devido à diferença na altura do caminho e da estrada. Todas essas iniciativas visam cumprir metas específicas da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, de tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis, além de fornecer acesso universal a áreas verdes e espaços públicos seguros, inclusivos e acessíveis até 2030.
Muito além de espaços físicos acessíveis
O entendimento das autoridades de Buenos Aires sobre acessibilidade é amplo e não inclui só a criação de espaços físicos acessíveis. O objetivo é desenvolver e promover políticas públicas que contemplem o desenho universal, ou seja, com acessibilidade para todos os públicos, não somente para pessoas com deficiência. Isso significa desde incluir outros idiomas (inglês, português, língua de sinais argentina, entre outras) até contemplar o acesso das pessoas com deficiências aos diversos espaços da cidade.
Para concretizar esse objetivo, uma das ações desenvolvidas foi a criação de um guia turístico acessível disponível de forma pública para todos os interessados. A responsabilidade de redigir o documento foi da Comissão para a Plena Participação e Inclusão da Pessoa com Deficiência (Copidis) e da entidade de turismo de Buenos Aires.
O guia pode ser baixado no site do governo da cidade e inclui todas as informações de acessibilidade das atrações turísticas. Com ele você pode saber se há rampas, banheiros acessíveis, audiodescrição ou audioguia nos museus e teatros, visita guiada, entre outros recursos e facilidades.
Para ajudar na localização, a última versão do documento é dividida em nove circuitos. São eles: San Nicolás / Casco Histórico, San Telmo / La Boca, Recoleta / Retiro, Puerto Madero / Balvanera, Palermo / Belgrano, La Plata, Bahía Blanca e Mar del Plata. É um verdadeiro guia informacional para os turistas com deficiência.
Cada atração possui diferentes níveis de acessibilidade. O arquivo também pode ser acessado em formato de audiodescrição e língua de sinais argentina (LSA). O governo de Buenos Aires também desenvolveu um aplicativo para sinalizar locais acessíveis, chamado de BA Accesible.
Mapas táteis
Outro recurso disponibilizado pela cidade de Buenos Aires aos turistas com deficiência são os mapas táteis. Para ter acesso, é necessário se dirigir ao centro de atenção ao turista de Palermo e Recoleta e ao Museu da Casa Rosada. Essas maquetes em 3D orientam a pessoa com deficiência visual no espaço por meio do sistema braille, relevo de superfícies específicas e texturas.
Guia de boas práticas aos profissionais do setor de turismo
Para finalizar, o governo de Buenos Aires possui um guia de boas práticas para quem trabalha direta ou indiretamente com atividades relacionadas ao turismo. O objetivo é oferecer uma ferramenta para capacitar os profissionais no atendimento e inclusão de pessoas com deficiência, para que elas possam desfrutar de qualquer experiência turística.
O documento inclui informações sobre o que é um destino turístico acessível e quais são os tipos de deficiência, bem como a melhor forma de ajudar em cada uma delas. Também possui instruções legais e informações sobre quais recursos de acessibilidade são obrigatórios. Entre as orientações gerais dadas pelo guia estão:
- Perguntar à pessoa se ela precisa de ajuda e, se sim, qual a melhor forma de fazer isso;
- Dirigir-se sempre à pessoa com deficiência, não ao acompanhante;
- Não superproteger;
- Não usar palavras como “aqui” e “ali”. Em vez disso, usar “direita”, “esquerda”, “para frente”, “para trás”, “para cima” e “para baixo”.
- Acessibilidade no voo
Se você deseja viajar para Buenos Aires e possui algum tipo de deficiência, saiba que existem algumas companhias que operam voos para este destino, como a Avianca. Todas as empresas são obrigadas a oferecer acessibilidade e todos os serviços em condição de igualdade com outros passageiros. Esse dever é assegurado pela Resolução 280/2013, da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). A norma trata dos passageiros que precisam de atendimento especial. São eles:
- Pessoas com deficiência;
- Pessoas com idade igual ou superior a 60 anos;
- Gestantes;
- Lactantes;
- Pessoas acompanhadas por criança de colo;
- Pessoas com mobilidade reduzida que tenham limitação na sua autonomia como passageiro.
- Pessoas com mobilidade reduzida.
Estranhamente leio esse comentário sobre deficientes na Argentina. Sou portadora da sequela de pólio e de uns tempos pra cá tenho utilizado cadeira de rodas para me locomover nas cidades que visito. Ja estive em Buenos Aires algumas vezes , mas nas 2 últimas vezes, já usando cadeira de rodas, fiquei absurdada com o comportamento dos taxistas em relação aos deficientes físicos. Várias vezes tentei pegar táxi e simplesmente ignoraram. Na Recoleta , depois de não conseguir táxis passando pelas ruas,, encontrei 3 parados próximo a um restaurante, não sei se era um ponto, mas o primeiro que perguntei recusou os outros nem atenção deram.Graças a Deus já dei por visto essa cidade, não vou ter que passar maus momentos por conta dessas pessoas desprovidas de respeito e consideração.