Veja o significado de capacitismo e 34 expressões usadas no dia a dia
Capacitismo é a discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência.
Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é visto como o normal, e pessoas com alguma deficiência são entendidas como exceções; a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica; um exemplo de postura capacitista é dirigir-se ao acompanhante de uma pessoa com deficiência física em vez de dirigir-se diretamente à própria pessoa.
O termo capacitismo é tradução da forma nascida em países de língua inglesa, ableism. Usa-se para descrever a discriminação, preconceitos e opressão contra pessoas com deficiência físico-motora, visual, auditiva, intelectual, de aprendizagem, condições do espectro autista, colostomia, entre outras, advindos da noção de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência. Inclui, desta forma, tanto a opressão ativa e deliberada (insultos, considerações negativas, arquitetura inacessível) quanto a opressão passiva (como reservar às pessoas com deficiência tratamento de pena, de inferioridade/subalternidade).
O capacitismo pode ser relacionado às pessoas com deficiência assim como o machismo para as mulheres ou o racismo para negros, em especial, e a pessoas de outras cores de pele que não, geralmente, a caucasiana. Se baseia numa determinada concepção anatomicamente padronizada, ou seja, um padrão de corpo definido como perfeito, típico da espécie humana.
Veja algumas expressões relacionadas ao capacitismo:
- Que bom que, apesar de tudo, você está sempre feliz!
- Você é um anjo por estar passando por isso!
- Você é lindo (a) de rosto!
- Cara, ele (a) é lindo (a)! Mas sério, eu não teria coragem!
- Nossa, você é tão bonito (a)! Nem parece que tem um problema.
- Tão bonitinho (a) pena que não anda.
- Nem a cadeira de rodas apaga sua beleza.
- Quando me desespero porque ainda não casei, e lembro de você que, apesar do seu “problema”, já casou duas vezes, lembro que nem tudo está perdido.
- Quando seu marido te conheceu você já era deficiente?
- Como você faz pra transar?
- Você conheceu seu marido depois que ficou na cadeira de rodas? Nossa! Ele deve te amar mesmo, hein?!
- Você sai com seu namorado (a) ou marido (esposa) e as pessoas perguntam: “É seu irmão (a) ou seu tio (a)?”
- Nossa, e você ainda tem uma família tão bonita.
- Quando penso em reclamar, lembro de você.
- Queria ter a força e coragem que você tem . Você me inspira.
- Eu estava com medo de viajar sozinha, mas, se você conseguiu, então eu também consigo.
- Se isso tivesse acontecido comigo, eu me mataria.
- Ele está condenado a viver numa cadeira de rodas.
- “Qual é o nome dele (a)?” (Quando alguém se dirige a um acompanhante de uma pessoa com deficiência, por exemplo, e não à própria pessoa, deduzindo que ela não é capaz de responder por si só).
- Você já foi à igreja rezar? Deus pode te curar!
- Pessoas que são deficientes nessa vida é porque estão pagando por algum pecado na vida passada.
- Por que você trabalha? Seus pais não têm dinheiro pra te sustentar?
- Você tem um filho especial porque você é especial!
- Foi coisa divina! Às vezes se fosse normal, estava dando trabalho para os pais!
- Você não tem cara de autista. É daqueles leves, né?
- “Vejam aqui o Davi. Ele é um exemplo, um guerreiro.” – o próprio Davi revelou que quem disse isso foi um professor de geografia, e ele dormia nas aulas desse professor.
- Esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente.
- Nooossa! Como ele (a) é inteligente!
- Você é um exemplo de superação para nós!
- Ele (a) é deficiente, mas até que é bem ativo (o)!
- Coitado (a) tão inteligente, parece até castigo essa deficiência!
- Você é assim de nascença ou foi acidente?
- Ele (a) é cego (a), mas consegue morar sozinho (a)!
- Ele (a) foi vítima da pólio!
Referências:
*Ana Maria Baila Albergaria Pereira. Universidade de Coimbra, 2008. Reconociendo los derechos de las niñas y mujeres con descapacidad – Un valor añadido para la sociedad futura Conferência Europeia, novembro de 2007. Página 209.
*Campbell, Fiona Kumari. “‘Refreshingly Disabled’: Interrogations into the Corporeality of ‘Disablised’ Bodies.” Australian Feminist Law Journal 12 March (1999): 57-80