Jovem que luta para fazer Enem é destaque da UFRGS
Estudante, que tem paralisia cerebral, desenvolveu um software para crianças que têm a mesma doença.
Enquanto não recebe autorização para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em um computador com mouse e teclado especiais, uma boa notícia chegou, na semana passada, ao jovem Guilherme Finotti, 17 anos, que sofre de paralisia cerebral. Ele desenvolveu um software para crianças que têm a mesma doença e obteve o prêmio Destaque no 4.º Salão Ufrgs Jovem, promovido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A medalha foi entregue sexta-feira à diretora Cecília Mônaco da Silva, da Escola de Educação Básica da Feevale, onde Guilherme é aluno do 3.º ano do ensino médio. “Estamos preparando um evento em reconhecimento ao empenho dele.”
O 4.º Salão ocorre junto com a programação do 21.º Salão de Iniciação Científica e da 18.ª Feira de Iniciação Científica. As iniciativas valorizam as pesquisas e criam espaço para a troca de conhecimentos. O pró-reitor, João Schimidt, diz que dos destaques do salão sairão futuros cientistas.
Trabalho
Guilherme desenvolveu o trabalho no projeto de Iniciação Científica Júnior Feevale. Criou uma ferramenta de aprendizagem que consiste em um jogo. Trata-se de uma tabela com duas colunas. De um lado, há letras do alfabeto e, do outro, a imagem de um animal que começa com tal letra. Os animais foram escolhidos porque despertam o interesse das crianças. “O jogo é feito em flash e procurei usar critérios de ergonomia de software aprendidos no grupo de pesquisa.”
Desde maio, a mãe de Guilherme tenta a inclusão do filho no Enem. A família ingressou na Justiça para conseguir que o filho faça a prova em dezembro, mas isso ocorrerá se o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) adaptar um computador com mouse e teclado especiais.
Aluna também é premiada
No total, a Feevale enviou trabalhos de nove alunos. Além de Guilherme, o 4.º Salão Ufrgs Jovem premiou com Menção Honrosa a aluna Mariana Moelecke Ribeiro, do 2.º ano do ensino médio, que desenvolveu um trabalho sobre o movimento artístico teatral de Novo Hamburgo. Ela receberá o prêmio no dia 27 de novembro, na Ufrgs.
Fonte: Diário De Canoas (27/10/09)
Referência: Agência Inclusive
A mãe de Guilherme precisou entrar na justiça para conseguir que o filho faça a prova do ENEM em dezembro, pois o Inep ainda não possui computador com mouse e teclado especiais para pessoas com deficiência.
Nos últimos tempos ouvimos falar tanto em acessibilidade, no entanto o próprio Instituto da Educação não é acessível.
Espero que o Instituto reveja a situação o quanto antes, porque se depender da justiça e da sua morosidade, o Guilherme, um garoto tão inteligente, corre o risco de não fazer a prova.
Acompanhe abaixo, o caso de Guilherme Finotti.
Vídeo sobre a discriminação do INEP em relação ao aluno Guilherme Finotti no RS
Indignação
Protesto contra a decisão do INEP
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