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Cuidador: profissão ou missão?

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CuidadorNo dicionário de Língua Portuguesa, a palavra cuidador tem o significado de “que ou quem trata, toma conta de(alguém ou algo); que ou aquele que mostra zeloso, diligente para com outrem”. Certamente, o glossário está correto em sua significação.Mas para as pessoas com deficiência, o cuidador extrapola essa definição. Ele está ligado ao conforto, à segurança e à ampliação do convívio social.

Em todo o Brasil, os quse 25 milhões de pessoas deficientes precisam de cuidados especiais. Para isso, entra em cena o cuidador, que pode ser ou não alguém da família. “Tenho quatro cuidadores e eles são meus braços direito e esquerdo”, revelao empresário João Pacheco Neto, proprietário da loja virtual Como Ir.

Neto ficou tetraplégico depois de um mergulho mal-sucedido há 10 anos. Desde então, após uma liminar judicial, ele conseguiu o direito de ter esses cuidados durante o dia, com despesas pagas pelo seguro saúde, e à noite, com seu próprio investimento. “Moro sozinho e são eles que possibilitam a minha vida”, explica.

Sidnei da Costa, técnico em enfermagem é um dos cuidadores do empresário. Eles estão juntos há cinco anos. “O trabalho é muito prazeroso e saio sempre no lucro, pois estou satisfazendo o próximo”, diz Sidnei emocionado. De acordo com o cuidador, para exercer a atividade é preciso vocação. “A pessoa com deficiência não é um doente que está jogado na cama, se trata de um ser humano que precisa de cuidados especiais”.

Costa exerce a atividade há sete anos e está sempre se especializando para atender as necessidades impostas pela profissão. Além da formação de técnico, ele possui outros 16 cursos de especialização. “O profissional tem que continuar estudando e se aperfeiçoando”, comenta.

Profissionalização

A longevidade dos deficientes, e sua maior participação na vida profissional e social, trouxe à tona a necessidade de um profissional que pudesse acompanhar a nova fase, mas com os atributos especiais para lidar com essa parcela da população.

“A história da atividade de cuidador começou com os próprios familiares dessas pessoas, informalmente”, conta Germana Savoy, psicóloga e uma das pioneiras em ministrar esse tipo de curso. Aos poucos, com a transformação da sociedade e a ampliação das necessidades, a atividade de cuidador foi crescendo e se desenvolvendo, caminhando para uma regulamentação.

Segundo Germana, o objetivo da maioria dos cursos, como os ministrados por ela, é repassar orientações teóricas e práticas para o exercício da sua atividade, no sentido de melhorar a qualidade de vida e o convívio no lar das pessoas que necessitam desses cuidados. “Ser cuidador é uma atividade muito nobre e começa com um olhar generoso, empatia e carinho”, enfatiza.

A psicóloga ainda alerta que o cuidador pode ser um grande aliado na proteção do paciente e um elo importante com a equipe do home care e ou médica. “Lidar com o crônico é desafiador e requer uma característica pessoal, que alia técnica e muito do perfil e da personalidade de cada um”. Para ela, o cuidador é um agente de qualidade de vida. Porém Germana afirma que o cuidador é uma vocação e sempre que possível tenta desestimular aqueles que querem trabalhar apenas como opção profissional.”Essa é uma atividade complexa e não recomendo apenas como meio para ganhar a vida”.

Hoje, dos cursos e profissionais encontrados pela reportagem da Sentidos, não existe um denominador comum quanto ao número de horas/aula. Porém, todos têm o mesmo objetivo, o de preparar as pessoas que já exercem essa função ou pretendem trabalhar com a atividade nos cuidados com as pessoas com deficiência.

As aulas abordam conhecimentos básicos de aparelhos (sondas vesicais, nasais, traqueostomia, colostomia, etc.); transferência e posicionamento adequado ( deitado, sentado e em pé); massagem de conforto e profilaxia de escara; auxílio para locomoção (cadeira de rodas, muletas, andadores e bengalas); banho seguro; entre outros assuntos. Algumas apresentam palestras de profissionais da área de saúde e trazem pessoas que já são cuidadas para falar de suas experiências.

A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o cuidador com alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoas, educação, cultura, recreação e lazer”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados à outra de qualquer idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com ou sem remuneração.

Profissionalização

A longevidade dos deficientes, e sua maior participação navida profissional e social, trouxe à tona a necessidade de um profissional que pudesse acompanhar a nova fase, mas com os atributos especiais para lidar com essa parcela da população.

“A história da atividade de cuidador começou com os próprios familiares dessas pessoas, informalmente”, conta Germana Savoy, psicóloga e uma das pioneiras em ministrar esse tipo de curso. Aos poucos, com a transformação dasociedade e a ampliação das necessidades, a atividade de cuidador foi crescendo e se desenvolvendo, caminhando para uma regulamentação.

Segundo Germana, o objetivo da maioria dos cursos, como os ministrados por ela, é repassar orientações teóricas e práticas para o exercício da sua atividade, no sentido de melhorar a qualidade de vida e o convívio no lar das pessoas que necessitam desses cuidados. “Ser cuidador é uma atividade muito nobre e começa com um olhar generoso, empatia e carinho”, enfatiza.

A psicóloga ainda alerta que o cuidador pode ser um grande aliado na proteção do paciente e um elo importante com a equipe do home care e ou médica. “Lidar com o crônico é desafiador e requer uma característica pessoal, que alia técnica e muito do perfil e da personalidade de cada um”. Para ela, o cuidador é um agente de qualidade de vida. Porém Germana afirma que o cuidador é uma vocação e sempre que possível tenta desestimular aqueles que querem trabalhar apenas como opção profissional.”Essa é uma atividade complexa e não recomendo apenas como meio para ganhar a vida”.

Hoje, dos cursos e profissionais encontrados pela reportagem da Sentidos, não existe um denominador comum quanto ao número de horas/aula. Porém, todos têm o mesmo objetivo, o de preparar as pessoas que já exercem essa função ou pretendem trabalhar com a atividade nos cuidados com as pessoas com deficiência.

As aulas abordam conhecimentos básicos de aparelhos (sondas vesicais, nasais, traqueostomia, colostomia, etc.); transferência e posicionamento adequado ( deitado, sentado e em pé); massagem de conforto e profilaxia de escara; auxílio para locomoção (cadeira de rodas, muletas, andadores e bengalas); banho seguro; entre outros assuntos. Algumas apresentam palestras de profissionais da área de saúde e trazem pessoas que já são cuidadas para falar de suas experiências.

A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162, que define o cuidador com alguém que “cuida a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoas, educação, cultura, recreação e lazer”. É a pessoa, da família ou da comunidade, que presta cuidados à outra de qualquer idade, que esteja necessitando de cuidados por estar acamada, com limitações físicas ou mentais, com ou sem remuneração.

Projeto para regulamentação

A profissão ainda não é regularizada. Um projeto do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) regulamenta a profissão de cuidador de pessoas, delimita o âmbito e fixa remuneração mínima, entre outras medidas.

A proposta (PL 2.880/08), na Câmara) está sendo analisada em conjunto com o Projeto de Lei 6.996/06, do deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que cria a profissão de cuidador. Os projetos precisam passar ainda por três comissões da Câmara. Se aprovados, podem ser enviados diretamente para exame no Senado.

Guia prático do cuidador

O Ministério da Saúde lançou, em 2008, o “Guia Prático do Cuidador”, uma publicação que orienta os profissionais na atenção à saúde de pessoas com mobilidade reduzida, idosas e outras em qualquer idade acamadas ou com limitações. O guia esclarece os pontos mais comuns do cuidado em domicílio, estimula o envolvimento da família, da equipe de saúde e da comunidade, além de promover uma melhor qualidade de vida do cuidador e da pessoa assistida, ressaltando ainda que a orientação do profissional de saúde é indispensável.

CURSOS PARA CUIDADORES

Instituto Indianópolis (Curso pago)
Rua Antônio de Macedo Soares, 414 – Campo Belo – SP

Instituto Indianópolis


Fone: (11) 5543 6333

Macrocarpa Care Center (Curso pago)
Rua Ambrosina de Macedo, 123 – Metrô Ana Rosa – SP
http://www.macrocarpa.net/
Fone: (11) 5083 1191

IFAM – Instituto Federal do Amazonas (Curso gratuito)
Projeto Curupira
AV. 7 de Setembro, 1975 – Centro – Manaus (AM)
email: curupira@ifam.edu.br
Fone: (92) 3621 6736

Instituto Gustavo Kuerten (Curso pago)
Av. Madre Benvenuta, 1168
Santa Mônica – Florianópolis (SC)
http://www.igk.org.br/
e-mail: suelen@igk.org.br
Fone: (48) 33314634

Guia Prático do Cuidador
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf

Fonte: Revista Sentidos

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

6 comentários sobre “Cuidador: profissão ou missão?

  • Ola Vera, tem muito dos dois eu acho, lindo o tema que abordaste, meus pais não eram deficientes, mas na doença dos meus pais, ambos ficaram na cama quase um ano ,e minha mãe por mais tempo devido a esquizofrenia, os cuidadores foram fundamentais, creio que a tenham dado a eles ( meus pais ) a chance de viver nas suas limitações com dignidade, e isso foi muito importante.
    Vejo muitas pessoas tratando pessoas com deficiencia como se fossem criancinhas, meu pai principalmente era muito lucido, não queria uma baba e foi em ambos os casos foi muito dificil encontrar pessoas qualificadas, por sorte o carinho e o respeito que eles tiveram pelos meus pais fizeram toda a diferença.
    Como profissão é um profissional raro, conheci uma senhora que vivia de dormir no hospital como acompanhante, ela disse que começou com um senhor e a 10 anos nunca mais conseguiu parar. Porque sempre tinha alguem precisando do trabalho dela.
    Embora particularmente, eu ache que a pessoa tem que ter mente e espírito preparados para isso, coisa que meu um ano de noites no hospital me ensinou.
    um beijo pra vc!

    Resposta
  • Vera , deixei um comentário enorme sobre esse tema , pena que vc n recebeu . bjs

    Resposta
  • Olá Cris!

    Fico feliz por seus pais terem encontrado uma pessoa tão especial, que é o cuiador.
    Também conheci uma cuidadora. Ficava impressionada com sua dedicação e carinho que tinha pelo paciente. Estava sempre muito bem disposta e alegre. Realmente quem quiser ser cuidador tem que ter vocação.

    Beijos!
    Vera

    Resposta
  • Olá Cris!
    Desculpe por ter respondido só agora, mas eu estava viajando e voltei ontem à noite.
    Seus comentários enriquecem muito o blog! Obrigada!

    Beijos!
    Vera

    Resposta
  • E quando a pessoa fica completamente dependente e a familia não tem condições de pagar cuidadores 24horas por dia, qual a solução?

    Alguém da familia exerce este papel, fazendo jornada diurna e noturna, abandonando seu emprego, sua renda, sua vida social, seu descanso e lazer? Fica sem fim de semana, sem férias, sem revezamento?

    Para quem acha exagero, esse é um retrato comum, que pode ser comprovado em entrevistas com a maioria das assistentes sociais que atendem familias que tem uma pessoa totalmente dependente em casa.

    Isto é um problema que precisa ser incluído com urgência na pauta de reinvidicações dos movimentos sociais e dos programas do governo: um projeto de apoioas familias das pessoas com deficiência incapacitante.

    abraços!

    Resposta
  • Claro que como professora, não posso ignorar que cursos de aperfeiçoamento são ótimos…mas acredito de verdade que muito mais vale uma pessoa com o coração disponivel e boa vontade… temos que tomar cuidado para não nos impressionar com diplomas, cuidar de pessoas ñ é profissão, é vocação… Por isso muitas vezes vemos casos de agressões, pois o contratado pode ñ estar ali por gostar da profissão, mas por que ñ teve opção, precisava do dinheiro e muitas vezes a família não atenta para isso…

    Resposta

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