O que está por trás de uma convulsão – Parte 3
Dando continuidade ao estudo sobre convulsão e epilepsia, extraído da Revista Viva Saúde, veja abaixo suas diferentes manifestações.
3 em cada 4 pacientes com epilepsia começam a ter crises antes dos 18 anos
Existem mais de 40 tipos de convulsões desde que passam totalmente despercebidas até a clássica convulsão tônico-clônica, na qual o paciente cai e se debate em contrações musculares mais ou menos intensas, com um aumento (ou não) da produção de saliva. Por isso, saber diferenciá-las é importante para o médico fechar o diagnóstico e, posteriormente, indicar o melhor tratamento.
A lista de sintomas também é grande e varia de acordo com a localização do cérebro onde se iniciou o “defeito” elétrico. Se começar no lobo occipital (veja imagem ao lado), podem ocorrer pertubações visuais, com o paciente relatando a visão de luzes resplandecentes ou bolas luminosas que aparecem apenas em uma das metades da visão. Isso indica que a descarga ocorreu no lado occipital oposto ao que o paciente avisa ter os distúrbios visuais.
Já no lobo temporal, o paciente pode apresentar comportamentos diferentes dos habituais, conhecidos como automatismos, como sair andando sem rumo e só voltar à consciência minutos ou até horas depois. Crises no lobo parietal podem dar origem a sensações estranhas como formigamento ou calor em apenas um dos lados do corpo. Se a descarga começou no lobo frontal, em geral, os movimentos são característicos de uma convulsão psicomotora. Entretanto, quando a atividade se propaga para todo o cérebro, acontecem crises generalizadas, com tremores intensos, abalos musculares, perda urinária e de consciência.
Nas crianças
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em todos os países, a epilepsia representa um problema importante de saúde pública. Calcula-se que 18 de cada 1000 habitantes sofram com a doença. Além da alta incidência, a atenção especial ao distúrbio também se dá por conta das crises repetidadas, do desconhecimento da causa e do sofrimento dos próprios pacientes em razão das restrições sociais injustificadas. Daí a importância de os pais ficarem atentos às manifestações convulsivas, muito comuns na infância.
Segundo estatísticas, 75% dos pacientes com epilepsia começam suas crises antes dos 18 anos, em geral na faixa entre 13 e 14 anos de idade. São várias as causas que podem levar à convulsão na infância, sendo as principais: acidentes de carro, quedas e outros traumas na cabeça: meningite; desidratação grave; intoxicações ou reações a medicamentos; hipoxemia perinatal (falta de oxigênio aos recém nascidos em partos complicados); hipoglicemia (baixa glicose no sangue); e epilepsias (crises convulsivas repetitivas com forte tendência familiar).
Fonte: http://saude.abril.com.br/