INFRAERO descumpre resolução, e a GOL embarca e desembarca passageiros cadeirantes colocando em risco a sua integridade física
Caro leitor,
Veja o interessante relato de Antonio Jorge, do blog Falando sobre E.L.A., sobre o descaso da INFRAERO e da linha Aérea Gol em relação ao embarque e desembarque de pessoas com deficiência física. Algo precisa ser feito urgentemente!
Faz pouco tempo que tomei conhecimento por inteiro da Resolução Nº 9 da ANAC, mas após ter feito uma viagem de avião nessa semana para Goiânia, pude mais uma vez concluir que leis, resoluções, portarias, decretos, e tudo mais que se possa escrever em um pedaço de papel em nosso país existem para não serem cumpridas, seja por omissão de quem as deveria cumprir, seja por omissão dos órgãos fiscalizadores.
Pouco antes de descer da aeronave no Aeroporto de Goiânia, fui informado pelo Comissário de bordo que o Ambulifit daquele Aeroporto estava inoperante. Ele me tranqüilizou e disse que a Gol dispunha de uma cadeira especial para embarque e desembarque de cadeirantes, totalmente automatizada e segura. Legal, até gostei do desafio de uma nova aventura.
De repente me vejo diante de uma frágil e medíocre cadeira de rodas da Gol sem nenhum dos atributos que o Comissário havia me falado. Foi quando eu perguntei: “E a cadeira automática?” O Comissário, sem ter uma resposta clara disse que infelizmente naquele aeroporto não havia essa cadeira. Só me restou me resignar, contar até 10, e controlar a raiva de ver o descaso e a falta de compromisso de uma empresa do tamanho da GOL, em não se preocupar com a questão da acessibilidade de seus clientes cadeirantes, e a INFRAERO, que finge não ver que a resolução Nº 9 não está sendo respeitada em muitos aeroportos brasileiros.
Nos bastidores do desembarque tomei conhecimento de que o Ambulift desse Aeroporto está parado faz 4 meses, é isso mesmo, e ninguém da INFRAEREO durante todo esse tempo teve o interesse de tomar alguma providência? Isso mostra que para os burocratas da Infraero Ambulifit não é prioridade para eles.
No retorno de minha viagem, ao fazer o check in no mesmo aeroporto, quem eu vejo parada em frente aos balcões da Gol? Pois é, a tal cadeira automática que o Comissário do vôo da minha chegada havia dito que não havia.
Não resistindo a curiosidade, perguntei a um funcionário da Gol se meu embarque seria feito naquela cadeira. O funcionário ficou meio sem saber o que dizer, e disse um “talvez” com bastante falta de credibilidade.
Não satisfeito com aquela resposta evasiva, procurei outra funcionária da Gol, e ela me revelou que aquela cadeira automática estava com defeito, e por isso não seria possível utiliza-la. Que bom!!!
Moral da história: sobrou pra mim passar por aquele vexame de ser conduzido ao interior da aeronave feito um “saco de batatas”, correndo o risco de sofrer uma queda, aliás, o que quase aconteceu, pois o funcionário da Gol teve bastante dificuldade em me erguer e me sustentar na subida da escada, tudo improvisado e feito do “jeitinho brasileiro”.
E dessa vez o privilégio não foi apenas meu não, uma senhorinha de 91 anos por nome Dinah, que inclusive sentou ao nosso lado também foi conduzida ao interior da aeronave da mesma forma.
Bom, diante de tanta omissão e desrespeito, a partir de agora terei que fazer uma escolha. Ficar em casa, e parar com esse negócio de querer ir aonde apenas os “normais” podem, ou ignorar tudo isso e fazer valer o meu direito de ir e vir aonde eu bem quiser, afinal de contas, tô pagando…
Empresa aérea Passaredo terá de indenizar cadeirante Márcia Gori
Carta de pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA ) e de familiares na luta por direitos
Antonio Jorge, além do aeroporto Santa Genoveva você foi também à Câmara de Vereadores de Goiânia? No dia 20 de setembro participei de uma sessão especial. Ao me dirigir ao banheiro do plenário, fiquei feliz ao ver o símbolo internacional de acesso para portadores de necessidades físicas. Para minha surpresa, decepção e preocupação, nada existe além da sinalização, fato que comprometeu minha segurança e autonomia. Senti-me constrangida, pois fui obrigada a me apoiar na cadeira de rodas e impedida de fechar a porta, devido ao diminuto espaço interno.
Sei que isso ocorre não por um desrespeito às pessoas com dificuldade de locomoção, mas pela Câmara elencar como prioridade um banheiro disponível às necessidades de um maior número de pessoas possíveis (aqui enfatizo: “pessoas ditas normais”).
Tenho esperança que essa falha seja corrigida, atendendo à NBR 9050/Sanitários e ao que assegura o Decreto Federal nº 5.296: “ todas as instituições públicas e de uso coletivo devem ser acessíveis desde 2004”. E, acima de tudo, contrariando o ditado popular: “casa de ferreiro, espeto de pau”.
Informação importante: O atual presidente da Câmara, vereador Iram Saraiva, é cadeirante. Imagine se não fosse…..
Antonio Jorge, precisamos falar e sermos ouvidos. Precisamos ignorar a cultura de “que no Brasil não existe obediência às leis”….
Cara Iracema,
Desci naquele aeroporto a caminho de Caldas Novas.
E Brasília? Não tem ambulift, não tem cadeira com esteira…cadê a voz dos parlamentares cadeirantes para gritar contra essa imoralidade nos aeroportos brasileiros? Estou movendo AÇÕES JUDICIAIS contra a GOL, TAM e INFRAERO.
As empresas aéreas e a INFRAERO estão descumprindo as determinações estabelecidadas na Resolução Nº 9 da ANAC, em relação ao embarque e desembarque de pdf´s. Precisamos nos mobilizar e denunciar o desrespeito praticado sem escrúpulos contra direitos que já foram plenamente adquiridos.
Você pode me ajudar? Relatei abaixo o que ocorreu comigo. Qual o melhor caminho? onde denunciá-los? Obrigada
Oi Antonio Jorge, tenho uma filha com amiotrofia espinhal progressiva com 3 anos.
Dia 23 de maio de 2012 passei pela mesma situação em Goiânia, porém optei por carregá-la no colo ao invés de deixar que os funcionários a descessem carregando a cadeira. Para evitar mais constrangimento fiquei quieta e me arrependo.
Dia 08 de agosto de 2012 passei novamente pela mesma situação aqui em São Paulo, Congonhas. O atendente da Gol ainda foi irônico quando solicitei o ambulifting dizendo que eu o devia ter solicitado. Disse que ao pedir assento reservado para cadeirante estava implícito o deslocamento até a poltrona, mas fui ignorada. Mais uma vez para evitar maiores constrangimentos a carreguei no colo,… porém dessa vez denunciei na Anac e quero acioná-los judicialmente. Você pode me ajudar? Por onde começo? Pensei em recorrer a Justiça Especial Civel, mas não tenho certeza se é o mais correto. obrigada