Basta a vontade política – Vergonha da Penha, em SP, pode se transformar em parque
Caro leitor,
A matéria abaixo foi extraída do Jornal Fato Paulista, edição nº 159.
Considerado como a vergonha da Penha, por antigos moradores, um terreno do Governo Federal abandonado há muitos anos tem sido a pauta de reivindicação de diversas lideranças, entre elas o padre da Igreja Católica Veteros do Brasil, Ney de Oliveira, o líder do Movimento Inclusão Já, Valdir Timóteo e o engenheiro Reinaldo Martinez, que já desenvolve um belo projeto para que o terreno hoje abandonado, se transforme em um parque de resgate histórico. Basta agora os governantes quererem.
O terreno que está abandonado há muitos anos fica na avenida Orêncio Vidigal ao lado do Metrô Penha. O imóvel tem árvores centenárias, é bem localizado, mas hoje é repleto de lixo, entulho, o que tem causado transtornos aos moradores, que já pediram providências aos dois vereadores, que se intitulam como penhenses, Toninho Paiva e Gilberto Natalini, mas que ainda não tomaram nenhuma providência concreta.
“Temos a informação que este terreno pertence ao Governo Federal. Estamos empenhados em dar uma utilidade para este imóvel e a criação de um parque vai renovar o interesse dos moradores pelo local onde moram. A Penha tem mais de 340 anos de história e muitos que vivem aqui não a conhecem. O parque servirá como ponte para resgate histórico”, explica padre Ney.
O religioso destaca ainda que o vereador Gilberto Natalini protocolou na Prefeitura um pedido para que o terreno seja solicitado junto ao Governo Federal para a efetivação do projeto. “A nossa preocupação é que o terreno seja invadido e esta luta que vem de muitos anos, caia toda por terra”, completa. Ele destaca ainda que já entrou em contato com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, pois o terreno tem diversas árvores centenárias.É considerado um patrimônio ambiental, mas que está em completo abandono. Vale destacar que este terreno ainda pode ser considerado também um patrimônio histórico, pois ainda preserva os trilhos do antigo ramal ferroviário dos Romeiros.
Engenheiro autor do projeto é nascido e criado na Penha
O projeto de autoria de Reinaldo Martinez Ruiz ao mesmo tempo que é ambicioso e ousado, empolga até mesmo aqueles que não moram ou trabalham na Penha. O projeto do parque integra por uma passarela a estação do Metrô Penha à antiga estação de trem Guaiauna, que deverá ser reformada para abrigar um museu do bairro. De acordo com o projeto uma composição partirá da estação pelo trilho do antigo Ramal dos Romeiros e chegará a um “café”, onde os visitantes poderão conhecer artefatos do início do século passado, antes de seguir para o centro histórico da Penha. Obs.: as informações do projeto foram fornecidas pelo padre Ney Oliveira.
Terreno abandonado dificulta a acessibilidade
Segundo o líder do Movimento Inclusão Já, Valdir Timóteo, os tapumes do terreno estão avançados, nas calçadas. “Isto impede a acessibilidade de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. A calçada tem em torno de um metro e para piorar a situação tem um poste no meio”, denuncia e cita ainda que presenciou a dificuldade da circulação de pessoas com carrinhos de bebê, cegos e obesos.
O líder do Inclusão Já, explica ainda que ouviu de moradores que o terreno é considerado como a “vergonha Penha”. “Conheci moradores que vêm lutando há 12 anos e nenhuma providência foi tomada por nenhum vereador ou autoridade”, completa.
“No que se refere a acessibilidade, nós do Movimento Inclusão Já estaremos solicitando as devidas providências junto as autoridades competentes”, finalizou.
Antiga moradora não quer nem ouvir falar de vereadores
Enquanto o padre Ney Oliveira é crédulo em relação a alguma providência a ser tomada pelo vereador Gilberto Natalini, a antiga moradora, Hortência Teixeira Bastos que mora no prédio ao lado do terreno demonstra estar, literalmente, farta das promessas de políticos. Segundo informou a Valdir Timóteo, ela e o marido há dez anos vem lutando para que o imóvel se transforme pelo menos em uma praça. Ela disse que entregou um abaixo assinado para os vereadores Toninho Paiva e Gilberto Natalini, mas não obteve, sequer um retorno dos nobres parlamentares.
A equipe do Fato Paulista entrou em contato com a assessoria do vereador Gilberto Natalini e com a Assessoria de Comunicação da Subprefeitura da Penha, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.