Doenças e saúde

Esclerose Múltipla: significado e sintomas

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Esclerose MúltiplaCaro leitor, acompanhe abaixo o estudo sobre Esclerose Múltipla.

O que é Esclerose Múltipla?

  • Não é uma doença mental;
  • Não é contagiosa;
  • Não é suscetível de prevenção e não tem cura.

A Esclerose Múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (Sistema Nervoso Central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens.

De causa ainda desconhecida, foi descrita inicialmente, em 1868, pelo neurologista francês Jean Martin Charcot, que a denominou “Esclerose em Placas”, descrevendo áreas circunscritas endurecidas que encontrou (em autópsia) disseminada pelo SNC de pacientes. É caracterizada também como doença desmielinizante, pois lesa a mielina, prejudicando a neurotransmissão. A mielina é um complexo de camadas lipoproteicas formado no início do desenvolvimento pela oligodendroglia no SNC, a qual envolve e isola as fibras nervosas (axônios), permitindo que os nervos transmitam seus impulsos rapidamente, ajudando na condução das mensagens que controlam todos os movimentos conscientes e inconscientes do organismo.

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Na Esclerose Múltipla, a perda de mielina (desmielinização) interfere na transmissão dos impulsos e isto produz os diversos sintomas da doença. Descobertas recentes indicam que os axônios sofrem dano irreversível em conseqüência do processo inflamatório, o que contribui para uma deficiência neurológica e, a longo prazo, para a invalidez. Os pontos onde se perde mielina (placas ou lesões) surgem como zonas endurecidas (tipo cicatrizes), que aparecem em diferentes momentos e zonas do cérebro e da medula espinhal. Literalmente, Esclerose Múltipla, significa episódios que se repetem várias vezes. Até certo ponto, a maioria dos pacientes se recupera clinicamente dos ataques individuais de desmielinização, produzindo-se o curso clássico da doença, ou seja, surtos e remissões. Os dados obtidos em pesquisas realizadas e atualmente disponíveis podem oferecer apoio para o diagnóstico clínico e laboratorial, mas ainda são insuficientes para definir de imediato se a pessoa é ou não portadora de Esclerose Múltipla, uma vez que os sintomas se assemelham a outros tipos de doenças neurológicas.

Não existe cura para a Esclerose Múltipla. No entanto, muito pode ser feito para ajudar as pessoas portadoras de Esclerose Múltipla a serem independentes e a terem uma vida confortável e produtiva.

Denomina-se ESCLEROSE e Denomina-se MÚLTIPLA:

  • Muitas áreas dispersas do cérebro e da medula espinhal são afetadas;
  • Os sintomas podem ser benignos ou graves e surgem e desaparecem de maneira imprevisível;
  • Áreas afetadas do cérebro ou da medula espinhal.

Esclerose Múltipla
Abaixo os sintomas dessa doença, segundo o Dr. Dagoberto Callegaro, médico, coordenador do Ambulatório de Esclerose Múltipla do Hospital das Clínicas e professor de Neurologia da Universidade de São Paulo, entrevistado pelo Dr. Drauzio Varella.

Drauzio – Quais são os sintomas da esclerose múltipla, uma doença difícil de ser identificada em suas fases iniciais?

Dagoberto – Muitas vezes, a fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil e está representada por sintomas transitórios que duram uma semana, cinco dias. Essas características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que, na sua forma mais comum, é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam e independem do tratamento.

A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando pequenos sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina sem dar importância a esses sinais porque em três ou quatro dias eles desaparecem e são atribuídos ao mau posicionamento do corpo durante o sono ou a um cisco que entrou no olho e turvou a visão, por exemplo. As coisas vão caminhando assim até que apareça um sintoma de maior magnitude representado por fraqueza importante numa perna ou por perda visual prolongada e só então o médico é procurado.

Drauzio – Você disse que na fase inicial os sintomas são sutis, às vezes imperceptíveis. Além dos já citados, que outros sintomas podem surgir?

Dagoberto – Podem aparecer pequenos tremores que preocupam o paciente, mas o que o faz procurar o médico com maior rapidez é a visão dupla. Ele se assusta quando acorda de manhã, olha um objeto e enxerga dois.

Drauzio – Visão dupla não é um sintoma exclusivo da esclerose múltipla. Pode aparecer em muitos outros processos patológicos

Dagoberto – O problema é que na esclerose múltipla a visão dupla acaba sendo um sintoma transitório ao qual as pessoas dão menos importância. Ao fazer anamnese de um paciente com suspeita clínica da doença, é muito comum encontrar pequenos sintomas em sua história pregressa que lhe passaram totalmente despercebidos, às vezes, por três, quatro ou cinco anos.

Drauzio – Em que faixa etária os sintomas costumam aparecer com mais freqüência?

Dagoberto – Os sintomas aparecem no adulto jovem, ao redor dos 20, 30, 35 anos. É na fase em que estão terminando a faculdade, iniciando uma atividade profissional mais agressiva ou atravessando um período de estresse mais intenso que os sintomas começam a demonstrar-se.

Drauzio – Quando se instalam, quais são os sintomas mais freqüentes que permitem suspeitar da presença da esclerose múltipla?

Dagoberto – Os mais freqüentes são os sintomas sensitivos e os sintomas motores, seguidos dos visuais e dos vestibulares, como a visão dupla, e os caracterizados por tremor que rotulamos de sintomas cerebelares.

Drauzio – Quais são os sintomas sensitivos?

Dagoberto – Estão entre os sintomas sensitivos a perda de sensibilidade dos membros inferiores ou do hemicorpo, ou seja, a perda de sensibilidade de um lado só do corpo. Esses sintomas indicam certos locais específicos do comprometimento do sistema nervoso central.

Drauzio – E os sintomas motores quais são?

Dagoberto – Podem caracterizar-se por fraqueza ao segurar um copo, dificuldade para escrever ou para correr. Muitas vezes, o paciente percebe que tem a doença porque perde um pouco de sua performance habitual na prática de um esporte. Estava acostumado a correr meia hora, mas depois de 15 minutos está cansado e começa a puxar uma perna. Geralmente, a dificuldade motora não é bilateral. Ela se manifesta apenas no membro de um dos lados do corpo.

Veja a última parte desse artigo –  Esclerose Múltipla: sequela e tratamento

Recomendo ao leitor do blog Deficiente Ciente  que visite o blog Minha Vida com Esclerose Múltipla da querida Fabiana. Em seu blog, Fabiana, compartilha com o leitor histórias do dia a dia de uma pessoa com Esclerose Múltipla. Confira!

Fontes: http://www.drauziovarella.com.br/; http://www.abem.org.br/

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Vera Garcia

Paulista, pedagoga e blogueira. Amputada do membro superior direito devido a um acidente na infância.

5 comentários sobre “Esclerose Múltipla: significado e sintomas

  • Olá sou ADELINA GONÇALVES e estou a fazer um trabalho sobre esclerose multipla agradecia que me enviasse algum email ou me ligasse para o meu telemovel… Muito obrigada.

    uendoagg@hotmail.com

    Resposta
  • Dr callegario é meu médico a 20 anos , é um grande homem , eu aproveito de sua inteligência e coração que ele tem …Se todos os médicos fosem 10 % que ele é …com certeza a saúde dos pacientes seriam outras….adoro esse homem…abraços

    Resposta
    • carlos alberto da cunha caldeira

      Fabio, o dr.callegaro tambem é meu medico , tbem a mais de 20 anos. a mais ou menos 10 anos não tenho contacto com ele. Tenho esclerose multipla, e após muito tempo estou novamente passando por momentos difíceis. gostaria de falar com o Dr. Dagoberto, mas estou morando em Ibitinga, interior de S.P. e se tornou dificil para mim . vc. teria o fone atual do dr. pra que eu pudesse falar com ele? Se puder me avisar agradeço de coração. O meu fone é 016 33415198. Um abraço

      Resposta
  • Os Doutores em geral que cuidam deste problema, possuem vastos conhecimentos sobre este acometimento, tornando-se assim sensiveis aos problemas dos pacientes. Acredito em um tramento que busque o controle e a cura. Vamos pensar que a esclerose multipla é só mais um dos diversos acometimentos que somos acometidos e na maioria da vezes sem termos conhecimento.

    Resposta
  • Tenho 50 anos e estou com esclerose múltipla por conta da vacina TRÍPLICE VIRAL, que tomei em 5/2014. A vacina pode desencadear essa doença, infelizmente.

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