Curso para pessoa com deficiência amplia as chances de inserção
Oferta de qualificação hoje é maior que a procura
A promoção de cursos de qualificação de pessoas com deficiência física pela iniciativa privada ampliam as chances de inserção dessa população no mercado de trabalho. Entre elas, os cursos gratuitos de algumas instituições de ensino superior, como a Anhanguera Educacional. Outro exemplo são os cursos de capacitação de mão de obra na área de tecnologia da informação do Instituto de Pesquisas Eldorado, que recebe inscrições para o de Mainframe, cujas aulas serão iniciadas no dia 1 de março.
De acordo com o gerente do departamento de educação do Instituto, Luis Rogério Gomes de Almeida, a iniciativa Oficina do Futuro — A competência faz a diferença surgiu em 2007 e já certificou 170 pessoas.
Apesar de não serem reconhecidas pelo Ministério da Educação, as certificações são bem aceitas no mercado de trabalho e dez turmas já passaram pelo processo.
Além de gratuidade, que elimina a necessidade de o interessado de pagar cerca de R$ 2 mil pelo curso, a verba vem das 23 empresas da área de TI, parceiras do Eldorado. Outra vantagem são os pré-requisitos para o interessado: idade superior a 18 anos, ter interesse pela área de informática, ter autonomia de locomoção até o local das aulas e não possuir deficiência visual ou cognitiva. O Eldorado também oferece transporte para os alunos do Centro até o prédio onde as aulas são ministradas. (grifo meu)
O instituto de pesquisas investiu R$ 200 mil para a adequação de três salas de aula, com capacidade total para 50 alunos, incluindo os portadores de deficiência. O prédio de 10 mil metros quadrados da instituição é totalmente adaptado para permitir a mobilidade dos frequentadores. Além de ser apostilado, há também um interprete de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) traduzindo as aulas, diz Almeida.
Até agora 170 pessoas foram certificadas pelo Eldorado. Mas, apesar de salários entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil na área de TI, da grande oferta de postos de trabalho e do fato de Campinas possuir mais de 100 mil pessoas portadoras de deficiência, o grande desafio ainda é conseguir alunos para os cursos. (grifo meu)
A Anhanguera Educacional promove o Programa de Extensão Comunitária, do qual faz parte o Programa de Qualificação Profissional, cuja meta é minimizar o desemprego por meio de parcerias com diversas organizações. A inicativa também desenvolve projetos de qualificação para o trabalho para jovens, adultos, portadores de deficiências e pequenas empresas.
Os cursos oferecidos pela Anhanguera Educacional em Campinas são: auxiliar administrativo, recursos humanos, contabilidade e informática. São gratuitos e a instituição pode disponibilizar apostilas em braile e a tradução em Libras. Para a inscrição é necessário ter no mínimo 16 anos e apresentar CPF, RG e comprovante de endereço. (grifo meu) “A Anhanguera, preocupada com a inclusão social, realiza esses cursos e promove a interação entre os alunos portadores de necessidades especiais e de não portadores, que estudam, aprendem e trocam experiências em uma mesma sala”, explica a gerente do Departamento de Extensão Comunitária e Responsabilidade Corporativa, professora Adriana Camargo.
Por meio da parceria com a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), o grupo educacional cedeu o espaço da unidade 4 (a de Campinas) para cursos oferecidos somente para pessoas portadoras de deficiência. As inscrições ocorrem no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), já que conta com a parceria da Secretaria Estadual do Trabalho. De acordo com a coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (Padef), Marinalva da Silva Cruz, 93% das 1.812 vagas direcionadas à Lei de Cotas não são preenchidas por falta de pessoas com deficiência capacitadas.
Segundo ela, existem vários obstáculos no processo de contratação de profissionais com deficiência, sobretudo com relação à acessibilidade envolvendo transporte, acesso aos institutos de educação e o próprio espaço físico dentro das empresas. Há ainda a falta de conhecimento dos gestores de empresas com relação aos benefícios concedidos pelo governo federal para quem promove a oportunidade de inserção no mercado de trabalho. (grifo meu)
Exemplo
Um exemplo de que o mercado de trabalho abre oportunidade para portadores de deficiência é a rede restaurante do McDonald’s. Segundo o operador José Alberto Saltini, responsável pela loja de Barão Geraldo, há um canal aberto para admissão de jovens portadores ou não de deficiência que são tratados em condição de igualdade. A rede mantém uma parceria com a Fundação Síndrome de Down e já contratou oito funcionários frequentadores da instituição, desses ainda estão no quadro de funcionários.
Serviço
Senac Campinas: (19) 2117-0600
Anhanguera Educacional: 0800 941 4444
Instituto de Pesquisa Eldorado: (19) 3757-3472 — http://www.oficinadofuturopcd.org.br/
O número
6,8 POR CENTO
É o índice de vagas preenchidas mensalmente por pessoas com deficiência, geradas pelos PATs.
Senac oferece conversor para apostilas e livros em braile
Entidade também realiza processos seletivos para bolsistas
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em Campinas, que possui processos seletivos para bolsistas no qual podem participar portadores de deficiência, registra um baixo interesse nas inscrições para bolsa de ensino. A unidade de Campinas há quatro anos oferece a conversão de material didático ou mesmo literário em braile, abrindo a oferta de acesso à informação entre deficientes visuais. (grifo meu) Conforme a gerente do Senac Campinas, Irecê Piazentin Nabuco de Araujo, a conversão para material em braile só não pode ser utilizada em casos de material não digitalizado ou em outro idioma.
No ano passado, cinco portadores de deficiência frequentaram os cursos técnicos do Senac e outros cinco se matricularam nos cursos livres. A maioria dos 40 cursos livres possui apostilas em braile. Um dos ex-alunos do cursos livres do Serviço Nacional da Indústria, Evandro Chequi, de 26 anos, hoje integra o quadro de 160 funcionários do Senac. Após participar do Programa de Aprendizagem do Senac, ele foi efetivado no setor de atendimento e realiza cerca de 70 chamadas pelo telemarketing. O jovem perdeu a visão aos 16 anos e recorre à informática para ter acesso aos acontecimentos do mundo. O cargo de atendente no Senac é seu terceiro emprego, mas com a diferença de poder seguir carreira e também fornecer informações para o aprimoramento do software utilizado no SAC do Senac complementado pelo Virtual Vision que converte dados em fonemas.
Fonte: Correio Popular de Campinas (21/02/2010)
Obs. Terminologia correta para as expressões da matéria acima, segundo Romeu Kazumi Sassaki :
“Portadores de deficiência” “portadores de necessidades especiais”
Termo correto: Pessoa com deficiência
Veja também nesse blog:
Estudantes com deficiência
Esse projeto do Instituto de Pesquisas Eldorado, é uma oportunidade e tanto para jovens com deficiência que se interessam pela área de informática.
Os cursos ofercidos pela Anhanguera Educacional e pelo Senac, também, são ótimas oportunidades! Entretanto pelo que pude observar, as instituições, acima, reclamam do baixo interesse das pessoas com deficiência pelos cursos oferecidos.
Como dizia Andrew Carnegie: "É praticamente uma lei na vida que quando uma porta se fecha para nós, outra se abre.A dificuldade está em que, frequentemente, ficamos olhando com tanto pesar a porta fechada, que não vemos aquela que se abriu."
Não deixem oportunidades como essas passarem, participem!!
Vera (Deficiente Ciente)