Por que a terminologia pessoas com deficiência?
Caro leitor,
O artigo abaixo foi escrito pela jornalista Maria Isabel da Silva.
Grande parte da sociedade, que não possui familiaridade ou não atua na área da deficiência, promovendo a cidadania e inclusão social, utiliza o termo “portadoras de deficiência” ou “portadoras de necessidades especiais” para designar alguém com deficiência.
Na maioria das vezes, desconhece-se que o uso de determinada terminologia pode reforçar a segregação e a exclusão. Cabe esclarecer que o termo “portadores” implica em algo que se “porta”, que é possível se desvencilhar tão logo se queira ou chegue-se a um destino. Remete, ainda, a algo temporário, como portar um talão de cheques, portar um documento ou ser portador de uma doença.
A deficiência, na maioria das vezes, é algo permanente, não cabendo o termo “portadores”. Além disso, quando se rotula alguém como “portador de deficiência”, nota-se que a deficiência passa a ser “a marca” principal da pessoa, em detrimento de sua condição humana.
Uso correto da terminologia sobre o tema deficiência
Mídia e deficiência: Quando utilizarão a terminologia correta?
Jornalistas da Revista ISTO É confundem deficiência com doença
Até a década de 1980, a sociedade utilizava termos como “aleijado”, “defeituoso”, “incapacitado”, “inválido”… Passou-se a utilizar o termo “deficientes”, por influência do Ano Internacional e da Década das Pessoas Deficientes, estabelecido pela ONU, apenas a partir de 1981. Em meados dos anos 1980, entraram em uso as expressões “pessoa portadora de deficiência” e “portadores de deficiência”. Por volta da metade da década de 1990, a terminologia utilizada passou a ser “pessoas com deficiência”, que permanece até hoje.
A diferença entre esta e as anteriores é simples: ressalta-se a pessoa à frente de sua deficiência. Ressalta-se e valoriza-se a pessoa, acima de tudo, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais. Também em um determinado período acreditava-se como correto o termo “especiais” e sua derivação “pessoas com necessidades especiais”. “Necessidades especiais” quem não as tem, tendo ou não deficiência? Essa terminologia veio na esteira das necessidades educacionais especiais de algumas crianças com deficiência, passando a ser utilizada em todas as circunstâncias, fora do ambiente escolar.
Não se rotula a pessoa pela sua característica física, visual, auditiva ou intelectual, mas reforça-se o indivíduo acima de suas restrições. A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntária ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiência. Por isso, vamos sempre nos lembrar que a pessoa com deficiência antes de ter deficiência é, acima de tudo e simplesmente: pessoa.
Referência: http://www.prograd.uff.br/
Recomendo os artigos para publicação no blog, se ainda não estiverem:
SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, ano 5, n. 24, jan./fev. 2002, p. 6-9.
Atualizações semânticas na inclusão de pessoas: Deficiência mental ou intelectual? Doença ou transtorno mental?
Romeu Kazumi Sassaki
Artigo publicado na Revista Nacional de Reabilitação, ano IX, n. 43, mar./abr. 2005, p.9-10.
Todos estão disponíveis na web.
Boa Tarde, Geofilho!
Inclusive deixei alguns links disponíveis neste post sobre essa questão.
Deficientes , são aqueles que não conseguem lidar com pessoas diferentes ,e que merecem nósso amor e total dedicação, para que sejam incluídas em sociedade, respeitando-se suas limitações!!!
Adorei o texto. É exatamente assim que penso e tento repassar às pessoas ligadas ao meu trabalho ou não. Muito bom, Verinha! Beijos.
Obrigada e beijos, Karla!
Vera, adorei seu blog, contém muitas informações interessantes, principalmente para leigos no assunto. Estou pesquisando sobre o tema, pois, na empresa em que trabalho iremos realizar a SIPAT com o tema Acessibilidade e Inclusão Social. Gostaria de sua autorização para divulgar as informações do seu blog na Intranet na empresa, sempre informando a autoria e a fonte.
Aproveito para perguntar se você realiza palestras sobre o tema.
Atenciosamente,
Sanny
Boa Tarde, Sanny!
Com certeza, pode divulgar as informações. Quanto maior o número de pessoas conscientes em relação à terminologia sobre deficiência, mais próximos estaremos de uma sociedade inclusiva.
Ainda não realizo palestras, mas estou pensando nesse assunto.
Abraços,
Oi Vera, prazer em te conhecer. Acho muito bom teu site, incrível. Mostra as pessoas que que tem deficiência é tão capaz quanto quem não tem. Minha filha tem paralisia cerebral motora e como enfrentamos os desafios e preconceitos da vida diária. E lendo suas notícias aqui consigo mostrar à ela que ela pode o que ela quiser, inclusive ser feliz. Ela está em uma escola que finalmente ela pode ser ela do jeito que ela é. E faz até educação física, joga basquete, queimada, tudo com a ajuda e incentivo da professora, que diz não vê nada demais em ela participar das atividades, ficamos muito felizes e para ela é importante. Não fica de lado olhando, ela participa. Obrigada pela voz que nos dá e pelo seu trabalho, admirável e enriquecedor.
Obrigada pelo carinho, Graziella! Tenho certeza que através do seu carinho, dedicação e amor sua filha trará muito orgulho a você e toda sua família!
Desejo muitas felicidades!