Cerimônia de abertura das Paralimpíadas encanta o mundo
Os Jogos Paralímpicos Rio-2016, os primeiros da América do Sul, começaram na quarta-feira com a cerimônia de abertura, embalada por muito samba.
O fogo paralímpico brilhará no Maracanã até 18 de setembro no Rio de Janeiro, onde 4.342 atletas deficientes de 160 delegações, incluindo uma equipe de refugiados, passarão mensagem de determinação, força e superação.
A cerimônia começou no fim da tarde carioca com uma roda de samba, que mais uma vez mostrou a riqueza musical e a vitalidade do Brasil.
A viagem transmitida por vídeo do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Philip Craven, da Grã-Bretanha ao Brasil deu início ao espetáculo, que contou com a participação de cerca de 500 pessoas, entre coreógrafos e artistas, alguns com deficiências físicas.
1. Aaron Wheelz entrou no Maracanã descendo uma megarampa
O atleta de esportes radicais Aaron Wheelz usou a cadeira de rodas para fazer uma mistura de skate com BMX. Ele entrou no estádio dando uma pirueta que deu até frio na barriga.
De repente, o Maracanã se transformou em praia, na qual passeavam os típicos vendedores ambulantes, as famosas barracas e o tradicional aplauso ao pôr do sol, tudo sob a música de Jorge Ben Jor, que repetia: “O Rio de Janeiro continua lindo”.
Um momento emocionante aconteceu quando foi tocado o hino do Brasil, interpretado pelo maestro João Carlos Martins, que precisou abandonar o piano em um momento na carreira devido à atrofia nas mãos, mas logo retomou o instrumento, mostrando que ainda tem talento de sobra.
Em seguida, chegaram os protagonistas da festa: os atletas, que desfilavam ao ritmo contagiante. Os nomes das delegações eram expostos em quebra-cabeças que iam se juntando no meio do palco.
Concebida pela designer gráfico Fred Gelli, o escritor Marcelo Rubens Paiva e o artista plástico Vik Muniz, a cerimônia de abertura tem como tema “Cada corpo tem um coração” e “acentua a condição humana, os sentimentos, as dificuldades, a solidariedade e o amor”, segundo a organização.
Acendimento da pira tem queda, superação e aplausos
O acendimento da pira paralímpica foi o momento de maior emoção da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. Coube ao nadador Clodoaldo Silva a honra de acender a chama paralímpica no Maracanã. O atleta potiguar, dono de 13 medalhas paraolímpicas, encarou a chuva e fez um enorme esforço para subir a rampa que deu acesso à pira em cadeira de rodas. Antes, a tocha passou pelas mãos da ex-atleta Márcia Malsar, que chegou a perder o equilíbrio e cair.
O acidental tombo de Márcia Malsar foi o momento mais tocante da festa. A ex-velocista, que ajudou a impulsionar o esporte paralímpico ao ganhar medalhas de ouro, prata e bronze nos Jogos de Nova York/Stoke Mandeville, em 1984, recebeu a tocha das mãos do ex-corredor corredor Antônio Delfino. Com uma bengala em uma mão e a tocha em outra, Márcia se desequilibrou e caiu, mas conseguiu se levantar e foi aplaudida por todo o Maracanã.
Ovacionada, Márcia passou a tocha para a ex-atleta paralímpica Ádria Santos. O quarto e último condutor foi Clodoaldo Silva, que disputará sua quinta e última edição dos Jogos no Rio. O atleta de 37 anos, que sofreu uma paralisia cerebral, é considerado o maior responsável por popularizar o esporte paraolímpico no Brasil graças às seis medalhas de ouro e uma prata que conquistou nos Jogos de Atenas-2004.
Clodoaldo ainda proporcionou outra cena emocionante. Antes de acender a pira, o nadador parou diante de uma enorme escadaria. Os degraus, então, se moveram, formando uma rampa de acesso, simbolizando a importância da habilidade. De cadeira de rodas, Clodoaldo fez um grande esforço para subir a rampa molhada pela chuva e abrir, oficialmente, a Paralimpíada do Rio.
Fontes: Revista Isto É; Revista Veja