6 mitos sobre a contratação de pessoas com deficiência
Adriano Alves de Araujo*
As empresas têm grande dificuldade para contratar e integrar pessoas com deficiência em suas equipes. Com isso, acabam perdendo oportunidades de melhorar sua eficiência e receita.
Ainda que existam cotas que obriguem a contratação, esse é um dos públicos menos engajados nas companhias, segundo a consultoria Santo Caos.
“Se a empresa conseguir integrar essas pessoas, elas serão mais produtivas e pró-ativas, gerando lucro”, afirma Guilherme Françolin, sócio da consultoria.
Em uma pesquisa com 461 entrevistados e mais de 40 horas de filmagens, a consultoria conversou tanto com esse público quanto com gestores e pessoas de recursos humanos e levantou 6 mitos sobre a contratação de pessoas com deficiência.
1. Falta gente
Empresas com mais de mil funcionários precisam ter 5% do quadro de funcionários preenchido com pessoas com deficiência. No entanto, apenas 8% das companhias brasileiras cumprem essa meta.
Em alguns casos, gestores imaginam que não há pessoas com deficiência o suficiente para cumprir as cotas previstas por lei.
No entanto, há 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, ou cerca de 23,9% da população total, segundo o IBGE. Desses, 66% são pessoas economicamente ativas e 21% têm ensino médio completo.
A cota abarcaria apenas 2% de todas as pessoas com deficiência no país. Mesmo assim, ela não é preenchida: apenas 1% de todo esse público é contratado pela cota.
2. Qualificação
Em segundo lugar, há uma crença de que essas pessoas não seriam qualificadas o suficiente para preencher os requisitos.
No entanto, segundo a consultoria, uma em cada quatro pessoas têm ensino médio completo. 7% têm ainda superior completo – no resto da população, essa faixa é de 10%. Além disso, muitas pessoas adquirem deficiências no decorrer da vida, já formadas.
Por causa desse engano, “a pessoa com deficiência às vezes é contratada apenas para cumprir a cota”, diz Françolin.
Ele explica que muitas vezes essa pessoa não tem um cargo, funções ou tarefas definidas, ficando desmotivada. Dessa forma, ela acaba saindo da empresa – o turn over, troca de emprego em um ano, desse público é de 90%.
3. Preferem os benefícios
Acredita-se, também, que há pessoas com deficiência que prefiram receber o benefício do governo a trabalhar, por isso seria difícil contratá-las. Contudo, apenas 3,2% recebe essa bolsa.
Além de enfrentar burocracia para garantir o benefício, o valor recebido é baixo e não paga todas as despesas.
4. Custa caro
De acordo com a consultoria, muitos gestores deixam de contratar pessoas com esse perfil porque acreditam que os custos para tornar o ambiente acessível seriam muito altos. Essa preocupação acaba se tornando mais um obstáculo para a inclusão.
Porém, segundo o diretor, as equipes de recursos humanos deveriam dar mais foco a integração de pessoas com deficiência, para que elas se sintam parte da empresa.
“A maior dificuldade para essas pessoas é o preconceito, não a falta de acessibilidade. Elas já vivem todo dia em um mundo que não é acessível e conseguem se virar”, afirma Françolin.
5. Não há vantagens
Algumas empresas percebem apenas os custos atrelados às contratações, sem enxergar as melhorias que a inclusão poderia trazer.
O primeiro benefício é bem perceptível no bolso. “A multa para o não cumprimento da cota é bastante alta. Porém, as empresas não são fiscalizadas porque essa política é recente. Elas só vão pensar nessa questão com mais afinco quando doer no bolso”, diz o diretor.
Há vantagens menos visíveis sobre a inclusão desse grupo.
“As pessoas com deficiência são um quarto da população. Se você as ignora na sua equipe, também vai ignorar um quarto dos seus clientes potenciais”, diz o diretor da consultoria.
Além disso, ao tornar o ambiente na empresa mais inclusivo, os funcionários passam a participar mais, sugerindo ideias inovadoras e mudando processos antigos, afirma a consultoria.
6. Produtividade
Por fim, outro mito mencionado pelos entrevistados foi que essas pessoas teriam dificuldades de exercerem suas funções.
Segundo a pesquisa, a opinião dos gestores mudou depois de trabalhar com pessoas com deficiência. Eles acreditam que esse público produz até mais que uma pessoa sem esse tipo de obstáculo.
“Essas pessoas querem provar para si mesmas que elas conseguem dar conta das tarefas e vencer os desafios que lhe são impostos”, diz Françolin.
Fonte: Exame
*Formado pela Faculdades Integradas de Guarulhos em 2009, inscrito nos quadros da OAB/SP sob o n. 299525. Membro e sócio fundador do escritório Alves Araujo – Advogados Associados
Seria muito interessante se vocês apresentassem uma matéria explicando o estatuto do deficiente. Isso porque eu já o li e compreendi de uma forma e, quando fui consultar um especialista, fui informado que quase tudo que eu havia entendido estava errado. Ao meu entendimento, o estatuto dá direito a isenção não apenas de impostos para compra de carros, mas também da isenção de IPVA, IPTU e mais alguns benefícios, sem restrição de renda. Por esta razão indico este assunto.