Atriz Júlia Almeida revela que sofre de epilepsia e faz desabafo
Atriz disse que viveu período de negação até aceitar a sua condição
Júlia Almeida, atriz da TV Globo e filha do escritor Manoel Carlos, revelou que sofre de epilepsia.
A famosa, que estava no elenco de “Tempo de Amar”, trama das 18 que chegou ao fim nesta semana, contou que sofre da “condição neurológica”, como prefere chamar, desde a infância.
“Recebi o diagnóstico aos 8 anos de idade, depois de ter tido convulsões e meningite. Aí, fiquei a vida toda bem e, oito anos atrás, as crises voltaram”, declarou ao jornal “O Globo”.
Apesar de lidar bem com a situação, a artista disse que somente agora, aos 35 anos, se sentiu preparada para fazer a revelação. Segundo ela, a ideia é passar o maior número de informações possíveis sobre a doença para combater o preconceito.
“Vivi um período de negação. A epilepsia é um curto-circuito no cérebro que pode ser atenuado com o uso constante de remédios […] Há quem desmaie e quem tenha ausências, um tipo de ‘apagão’ acordado. Já convulsionei. Mas o que mais tenho são ausências. Fico ‘out’ por alguns segundos. Falo coisas sem nexo e depois retomo. Acontece principalmente se estou sob estresse ou dormi pouco […]”, explicou.
Por fim, Julia afirmou que está levando uma vida mais equilibrada nos últimos tempos, e começou a pensar em engravidar. Apesar disso, ela admitiu que tem algumas restrições, como não poder dirigir sozinha e ter controle da ingestão de bebidas alcoólicas.
O site O Globo fez uma entrevista com Júlia. Acompanhe aqui:
1- Há quanto tempo convive com a doença?
Prefiro chamar de “condição neurológica” para não tratar o epilético como doente. Recebi o diagnóstico aos oito anos de idade, depois de ter tido convulsões e meningite. Aí, fiquei a vida toda bem e, oito anos atrás, as crises voltaram.
2- Por que só falou sobre isso agora?
Vivi um período de negação. Só agora me senti pronta para combater o preconceito. A epilepsia é um curto-circuito no cérebro que pode ser atenuado com o uso constante de remédios. Algumas pessoas têm convulsões graves, outras, espasmos leves. Há quem desmaie e quem tenha ausências, um tipo de “apagão” acordado.
3- Qual desses é o seu caso?
Já convulsionei. Mas o que mais tenho são ausências. Fico “out” por alguns segundos. Falo coisas sem nexo e depois retomo. Acontece principalmente se estou sob estresse ou dormi pouco. Passei a ter a vida mais regrada para evitar.
4- No dia a dia como isso a atrapalha?
Não posso dirigir sozinha, controlo a ingestão de bebidas (no máximo uma ou duas taças) e só agora, aos 35 anos, com a vida bem regrada, é que começo a pensar em engravidar. Ioga e meditação têm me ajudado.
Boa tarde.Tenho 49 anos e sou epilética.
Minha primeira crise foi aos 7 anos. Nunca tive problema de aceitar a doença. Meu maior problema era o preconceito da minha mãe. Este preconceito me trouxe uma série de problemas comportamentais que refletem até hoje em minha vida.
Eu sempre trabalhei, fui a boates, dirigi, levei uma vida normal. Mesmo com minha mãe me dizendo o contrário com sua super proteção.
Se sofri preconceito, nunca percebi. Ou… ignorei o preconceituoso. Nas empreses pelas quais passei, sempre sabiam da epilepsia. Aproveitava a situação para acabar com os mitos e tirar as pessoas da ignorância sobre o assunto. Quem se mantinha na ignorância…. dignos de dó!
Minha última convulsão ocorreu aos 29 anos, 8 dias após a morte de minha mãe. Eu estava em processo de redução da medicação. Mesmo tendo a crise, por não entender a orientação do médico, acabei por retirar o medicamento e assim fiquei por 8 anos. Sem crises. Hoje, às vezes, ainda tenho alguns dejavous. Bem, não sei se resumi minha história como epilética de forma clara. Mas me coloco à disposição para falar sobre o assunto e ajudar quem precisar.