Belo Horizonte terá a primeira praça acessível com brinquedos para crianças cadeirantes
A mais velha é da idade de Belo Horizonte, quase 113 anos. A mais nova não é tão jovem assim e já conta com 73 anos de história. Ambas tiveram um passado glamouroso, foram testemunhas para encontros de famílias e namorados e viveram os bons tempos da cidade. O cinema da mais velha foi apagado, enquanto o da mais nova permanece onde sempre esteve, mas de portas fechadas. Tanto uma quanto a outra estão cercadas por batalhões da Polícia Militar (PM), ainda que a insegurança seja delas uma visita constante. Abandono e desprezo marcaram o passado da mais velha e ferem o presente da caçula. Uma está No Bairro de Santa Efigênia, foi revitalizada, adotada e está prestes a ganhar vida. A outra, em Santa Tereza, apesar de ser popular e até mesmo mais frequentada, clama por socorro, urra por um padrinho e sobrevive aos trancos e barrancos, a cada dia. As praças Floriano Peixoto e Duque de Caxias, na Região Leste da capital, estão próximas uma da outra pela semelhança do que representaram na história da capital, mas distantes entre si quando o assunto é o futuro.
Fundada em 1898, a Praça Floriano Peixoto ganha na quarta-feira novos ares. Por meio de um acordo firmado com o poder público durante a construção do hospital da Unimed, a praça foi abraçada pela cooperativa, que promete trazer de volta esta semana os bons tempos do espaço. “Durante um ano e meio nos dedicamos a arrumar a praça. Nossa contrapartida pela criação do hospital previa a adoção da área verde, mas resolvemos revitalizar todo o local”, conta, entusiasmado, o diretor-presidente da Unimed Helton Freitas.
De acordo com Helton, o espaço público estava em estado lastimável, quando recebeu a atenção que merecia. “As calçadas estavam estragadas, os pisos em péssimas condições, a vegetação nem se fala. Era triste vê-la sem tradições para eventos, sem ocupação por parte da população”, lembra, contando que para espantar esses fantasmas do passado, a Unimed investiu R$ 2 milhões na área de lazer. “Fizemos trabalhos paisagísticos, projeto de iluminação e de acessibilidade, além de recuperar os brinquedos já existentes e instalar alguns novos, inclusive para crianças cadeirantes – os primeiros em um espaço público da capital. Colocamos barras de alongamento e equipamentos de ginástica especiais para idosos”, destaca. E a partir do dia 18, a cooperativa médica vai oferecer no espaço o Circuito Unimed-BH , programação regular de atividades de saúde, cultura e lazer. “Já firmamos o compromisso com a manutenção da praça e os moradores vão nos ajudar nessa função. Queremos que o local esteja vivo novamente para crianças, adultos, jovens e idosos”, acrescenta Helton Freitas.
Essa nova era entusiasma o economista Moacir Muzzi, que aos 63 anos diz que mora em Santa Efigênia desde que nasceu. “A praça era a entrada de BH em 1957. Aqui, antes era um local para a criançada brincar. Lembro do Cine Grátis, um cinema que ficava ao redor da praça e atraia muita gente. Meus pais se conheceram aqui, minha mãe com 18 anos e meu pai com 27. Mas onde era espaço de instantes mágicos, passou a ser de momentos trágicos. Por volta dos anos 60, a praça começou a viver seu declínio, passou a ser ocupada por moradores de rua, as famílias passaram a não frenquentá-la e ela foi abandonada pelo poder público. Outras revitalizações não foram capazes de reerguê-la. Assim, em lugar das flores, vinham os predadores”, lembra, dizendo que o futuro do espaço vai depender da conservação do local. “Praça não é chão, é gente. Não adianta termos um lugar lindo, se não houver pessoas para admirá-lo. Tenho certeza que estamos prestes a recomeçar e a redescobrir esse paraíso”, aposta.
Fonte: http://www.em.com.br/
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