Campo Belo constrói rampas de ‘acesso’ que levam a lugar nenhum
Acessos foram construídos em espaço de menos de 100 metros. Pelo menos quatro cidades da região enfrentam o mesmo problema.
Construídas próximas a matagais, em ruas que nem calçada tem, perto de barrancos, lotes cheios de entulhos e em áreas sem saída, as rampas que deveriam facilitar o acesso dos cadeirantes e deficientes físicos tornaram-se um impasse em pelo menos quatro cidades do Sul de Minas.
Em Campo Belo (MG) em um espaço de menos de 100 metros foram construídas oito rampas que apresentam o mesmo problema. Duas delas ficam próximas uma da outra e dão ‘acesso’ a um barranco. Outras levam a um lote cheio de entulhos, em outra, pedras ocupam o espaço onde a pessoa deveria manobrar a cadeira, a outra está bem na descida.
A Prefeitura Municipal de Campo Belo alega que este foi um erro da empresa contratada para a construção das rampas e que a empresa foi penalizada com a suspensão do pagamento por conta do erro.
Questionada sobre o problema, a procura jurídica do município Irene Gonçalves Martins de Paula reconhece que o erro será adequado. “As rampas foram executadas de forma errada. Foi feita a fiscalização depois da obra e as providências serão tomadas”, disse.
Ainda segundo a procuradora, as obras no bairro Jardim Brasil Vilela, onde foram feitas 60 novas rampas fazem parte de um convênio com a Secretaria Municipal de Transportes e Obras Públicas, mas os recursos que viriam do governo estadual ainda não foram liberados.
O engenheiro Cássio Henrique Nacarato, da empresa responsável pela obra, disse que não vai se pronunciar até verificar os problemas na construção das rampas.
Enquanto isso, no Centro da cidade, vários locais públicos, como a Câmara Municipal, não tem uma rampa sequer, apenas escadas. A situação chama a atenção de Breno Ferreira Monteiro, presidente da Associação dos Deficientes de Campo Belo. “Estas construções ferem o direito dos cadeirantes e deficientes à acessibilidade. Fere a cidadania. Tem deficientes que não podem assistir às audiências porque não conseguem entrar na Câmara”, disse.
Já a Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que o valor total do convênio com a Prefeitura de Campo Belo é de R$ 1,2 milhão e que apenas a primeira parcela foi liberada. Ainda segundo a Setop, as obras acima de R$ 500 mil são fiscalizadas a cada dois meses e ao final há outra fiscalização e que a Secretaria vai verificar a situação na cidade.
Outras cidades
Em Delfim Moreira (MG) cerca de 10 rampas foram construídas no bairro Caquende. Uma termina em uma cerca, a outra, em um rio. Praticamente todas levam a lugar nenhum e o calçamento do bairro também dificulta a acessibilidade.
Na cidade de Carmo da Cachoeira (MG) as rampas construídas levavam para matagal, muros e barrancos e na cidade, prédios públicos também não tinham acessibilidade. A Secretaria de Obras informou que as rampas continuam no mesmo local, mas que novas já foram feitas próximas a prédios públicos, como na entrada do fórum.
Já em Alpinópolis (MG), as rampas de acesso construídas no bairro Mundo Novo não tinham utilidade e davam em terrenos baldios, cercas de arame e em um muro. O prefeito da cidade, Edson Luiz Rezende Reis informou que a administração solicitou aos donos dos imóveis que fizessem calçadas onde elas não existiam para melhorar a utilidade das rampas e que foram feitas novas rampas em locais adequados na cidade.
Assista o vídeo: http://migre.me/eOdVv
Fonte: G1
Quero externar a minha indignação sobre essa reportagem ONDE MUITOS ESTÂO ERRADOS inclusive quem fez a reportagem dizendo que as rampas são para cadeirantes.
Explico:
Em primeiro lugar: As rampas NÃO são apenas para cadeirantes, as rampas são para o uso de TODAS as pessoas sem exceção, informo aqui que acessibilidade é para TODOS.
Notem que existe Guia nas ruas que serve de referencia para ponto de nível, o que possibilita a construção das rampas no grau de inclinação correto onde posteriormente possa vir a ser feito a pavimentação das calçadas, Caso as rampas estejam dentro das Normas Técnicas da ABNT os moradores e os responsáveis pela reportagem deveriam cobrar as correções das calçadas já que as rampas foram feitas, Um erro mostrou outro bem pior que é a NÃO existência de calçadas onde já deveria ter.
Outro erro grave da reportagem: Não são apenas os cadeirantes que vão ter que dividir os espaços das ruas com os carros, TODAS as pessoas vão dividir os espaços das ruas com os carros já que não existem calçadas acessíveis para todos.
Segundo lugar: O Que justifica destruir as Rampas? Porque não tem calçadas pavimentadas acessíveis onde por força de Lei já deveriam ter sido feitas???
A prefeitura fez licitação dessas obras? Se fez licitação, Quem foi o Responsável técnico pelo projeto? Se existe um responsável técnico ele deve responder pelo que fez e caso a falha seja dele deve ser punido dentro da Lei.
A Imprensa em geral deve estudar sobre acessibilidade e parar de dizer que acessibilidade é para cadeirantes, isso induz a sociedade ao erro e a faz desinteressar por acessibilidade já que são induzidas a pensarem que as rampas e acessibilidade favorece apenas cadeirantes.
O que é muito correto nesta reportagem e que me faz ficar muito feliz é ver a população fiscalizando o poder publico isso é muito positivo, espero que todos os cidadãos fiscalizem as ações do poder publico, só assim o Brasil vai melhorar de fato.
Desculpem-me a grosseria, mas que a verdade seja dita.
Minha grande amiga Vera Garcia parabéns pela matéria.
Valdir Timóteo
Movimento Inclusão Já