Carros PcD em 2026: As 5 Novas Regras que Você Precisa Saber
A reforma, que deverá ser implementada gradualmente a partir de 2026, traz algumas novidades positivas, mas também pontos de atenção para o público PCD. Confira:
1. Substituição de impostos por novos tributos
Os impostos atuais (como IPI, ICMS, PIS/Cofins e outros) serão substituídos por:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de âmbito federal;
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de âmbito estadual e municipal.
Essa mudança é positiva, pois a isenção será aplicada também sobre o CBS, que substitui PIS/Cofins, ampliando os benefícios tributários. Hoje, o PIS/Cofins não entra no pacote de isenções para PCDs.
2. Aumento do teto para isenção parcial
O teto para isenção parcial de tributos (IBS e CBS) será elevado para R$ 200 mil, com reajustes anuais pela inflação. Embora seja um grande avanço, essa medida ainda não resolve o problema da isenção total, que permanece limitada a R$ 70 mil – um valor irreal diante do mercado atual.
Ou seja, apesar do aumento no limite parcial, a isenção completa continuará fora do alcance da maioria dos PCDs que precisam de veículos automáticos ou adaptados.
3. Critérios mais restritivos de elegibilidade
4. Impacto para TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) que hoje têm direito à isenção, independentemente do grau, serão afetadas. As novas regras excluem aqueles classificados como nível 1 de suporte (grau leve), dificultando o acesso de pessoas que já enfrentam barreiras significativas no dia a dia.
5. Redução do prazo de troca de veículos
Por outro lado, uma boa notícia é a redução no prazo mínimo para troca de veículos, que passa de quatro para três anos. Isso permitirá que as PCDs renovem seus carros com mais frequência, garantindo acesso a modelos mais modernos e seguros.
O que esperar dessas mudanças?
A proposta de reforma tenta modernizar o sistema tributário e ampliar benefícios, mas apresenta pontos preocupantes. A exclusão de pessoas com deficiências leves ou transtornos menos graves gera questionamentos sobre o real impacto das mudanças. Afinal, a acessibilidade não deveria ser limitada por critérios tão restritivos.
Além disso, o teto de R$ 70 mil para isenção total continua sendo um grande entrave. Sem um reajuste significativo nesse valor, muitas PCDs continuarão impossibilitadas de adquirir veículos adaptados, ou precisarão arcar com custos que tornam o benefício praticamente irrelevante.
Por outro lado, o aumento do teto para isenção parcial e a inclusão do CBS podem trazer algum alívio, especialmente para quem busca modelos na faixa de até R$ 200 mil.
Um futuro de inclusão ou retrocesso?
Com as novas regras sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cenário para pessoas com deficiência que necessitam adquirir veículos adaptados se tornou ainda mais desafiador. Os critérios mais restritivos de elegibilidade irão excluir milhares de PcDs que, apesar de enfrentarem barreiras significativas no dia a dia, perderão o direito a benefícios que são essenciais para garantir mobilidade e autonomia.
Essa exclusão não é apenas uma questão de restrição financeira, mas também um retrocesso em termos de acessibilidade e inclusão social. Para muitos, um veículo adaptado não é um luxo, mas uma necessidade básica que permite o acesso ao trabalho, à educação, à saúde e a uma vida com mais dignidade. Reduzir esses direitos é ignorar as realidades enfrentadas por milhões de brasileiros que já convivem com desafios diários impostos por uma sociedade e infraestrutura que ainda não são plenamente inclusivas.
Mais do que nunca, é necessário reforçar o diálogo entre o governo, associações e representantes das PcDs, para que decisões como essa sejam baseadas em justiça social e compreensão das necessidades reais desse público. Sem ajustes que corrijam essas falhas, as novas regras podem se tornar um marco de retrocesso, restringindo conquistas históricas e transformando direitos fundamentais em privilégios para poucos.