Cemitérios da Zona Leste sem acessibilidade
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Caro leitor, a matéria abaixo foi extraída do Jornal Fato Paulista, parceiro de luta do presidente do “Movimento Inclusão Já“, Valdir Timóteo.
Texto Aglécio Dias
Charge: Jorge Barreto
Segundo levantamento feito pelo Fato Paulista nenhum dos cemitérios da região Leste da Capital oferece total acessibilidade para pessoas com deficiência, entre os principais problemas apresentados nesses locais estão: A falta de vagas sinalizadas e de uso exclusivo nos estacionamentos, banheiros totalmente adaptados, exclusivos e sinalizados além de precárias rampas de acesso.
A acessibilidade é um direito das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida garantido pelas Leis Federais 10.098 e 10.048, regulamentadas pelo Decreto Federal 5.296, que definem normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade dessas pessoas aos espaços públicos e privados de uso coletivo tais como parques, sanitários públicos, veículos de transporte coletivo, comércios entre outros locais. Porém fazer com que essas leis sejam cumpridas é na maioria das vezes, uma tarefa difícil, desgastante e burocrática.
Por falta do cumprimento dessas leis o cadeirante, coordenador geral do Movimento Inclusão Já, Valdir Timóteo teve que passar por constrangimento no velório de sua mãe Zilda Cardoso no Cemitério de Itaquera no dia 21 de setembro.
Na ocasião, ao precisar utilizar o sanitário percebeu que sua cadeira não passava pela porta do banheiro e teve que fazer o processo de sondagem para o esvaziamento da bexiga do lado de fora do ambiente, na frente de várias pessoas.
“Tive que passar a sonda uretral para o esvaziamento da bexiga em um hall de entrada dos banheiros na frente de todo mundo, em local propício a pegar uma infecção, pois tive que virar um cesto de lixo de boca para baixo para colocar os materiais utilizados para fazer a sondagem, materiais esses que por orientação médica devem sempre ser utilizados com muita assepsia, mas infelizmente aquele local não oferece nenhuma condição para o uso de pessoas com deficiência”, relatou.
Após passar por essa situação que segundo Valdir já se repetiu outras vezes, ele entrou com um pedido na Câmara Municipal cobrando a fiscalização desses cemitérios e exigindo que a lei seja cumprida. “É preciso que se tomem providências com relação a esse fato, afinal os deficientes também têm o direito de velar seus mortos e ter seus direitos respeitados independente do lugar”, esclareceu.
Em visitas feitas pela reportagem do Fato Paulista em seis dos sete cemitérios da Zona Leste, entre eles um particular, foi comprovado que as leis de acessibilidade não estão sendo respeitadas integralmente por nenhum deles.
Entre os cemitérios visitados estão: Cemitério de Itaquera, Cemitério da Penha, Cemitério da Quarta Parada, Cemitério da Saudade, Cemitério da Vila Formosa I e II e o Cemitério Carmo (particular).
O Cemitério da Vila Formosa I e II, considerado o maior da América Latina, ganhou recentemente um novo velório com vinte salas, conta com banheiros adaptados e de fácil acesso, porém em seu interior tem um local onde o cadeirante possa colocar os objetos usados para esvaziar a bexiga como sondas e gases. Outro ponto importante é o fato de o símbolo universal de acessibilidade que tem cores especificas e padronizadas nas cores azul e branco ter sido substituído por outro de cores cinza escuro. Assim como nos banheiros a sinalização das vagas exclusivas está fora do padrão. Já os outros banheiros que ficam nas entradas do cemitério não têm nenhum tipo de adaptação, além de serem de uso coletivo estão completamente sujos e abandonados.
No Cemitério da Quarta Parada no Tatuapé, um dos mais antigos da cidade, não existe nada que indique que o local tem acessibilidade, com apenas uma pequena rampa lateral de acesso ao local do velório o lugar tem banheiros apertados, sujos e de uso coletivo, também faltam sinalização e vagas de uso exclusivo no estacionamento.
No velório do Cemitério da Saudade em São Miguel Paulista, que fica junto a administração existem banheiros limpos e de fácil acesso, porém não conta com nenhum tipo de adaptação ou sinalização para deficiente além de ser de uso coletivo. Próximo da capela do cemitério que também é usada para velar os mortos, a situação é muito pior, os locais utilizados como banheiros não têm rampas de acesso e estão totalmente abandonados.
Já Cemitério da Penha não possui velório, mas é talvez o mais degradado da região leste, não oferece nenhum tipo de acessibilidade em seus banheiros que ficam trancados a maior parte do tempo. Na entrada principal existe uma escadaria que dificulta a chegada de um deficiente ao setor administrativo.
O descaso e a falta de respeito com a pessoa com deficiência não se limita apenas aos cemitérios públicos. O Cemitério do Carmo, de propriedade privada também está entre os que não cumprem a lei. O local que tem junto a entrada belos chafarizes com carpas nadando, lojas de flores e arranjos, lanchonetes e muitas placas indicativas, também não possue banheiros totalmente adaptados e exclusivos, nem rampas de acesso, muito menos estacionamentos sinalizados e exclusivos.
Em conversa com funcionários e administradores dos Cemitérios da Quarta Parada, da Penha, da Saudade e da Vila Formosa, todos afirmaram que não existe de fato total acessibilidade nos seus cemitérios e velórios, mas comentaram que existe um projeto da Prefeitura para a reforma de todos os cemitérios da Capital nos próximos meses.
Nota da redação
O Fato Paulista entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de São Paulo para comentar os assuntos tratados acima, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Abaixo está a carta de solicitação de acessibilidade encaminhada pelo vereador Antonio Donato.
Abaixo, a resposta do superintendente do cemitério da zona leste em relação à solicitação acima.
Veja também nesse blog:
Comércios sem acessibilidade podem ser multados
Movimento Inclusão Já: Acessibilidade nos Parques da Capital Paulista
Acessibilidade ou Inacessibilidade nos Parques
Não existe meio termo para a acessibilidade
Amigo Valdir,
Parabéns por sua coragem e determinação! Você tem toda razão quando diz, que devemos pedir providências ao Poder Público e documentar tudo, assim como você tem feito no "Movimento Inclusão Já". Se ficarmos esperando as coisas acontecerem, com certeza tudo continuará do jeito que está.
Parabéns também ao Jornal Fato Paulista, pela transparência, credibilidade e preocupação com a diginidade humana!
Ficamos aguardando o cumprimento das ações feitas pelo superintendente dos cemitérios da zona leste.
É necessário sim as pessoas terem consciência desta necessidade… Precisamos ter acesso para todos os tipos de problemas para cadeirantes e outros..
Junto-me aos parabéns pro Valdir pela coragem e determinação.
Moro num bairro próximo ao Cemitério da Vila Formosa e passo bem perto dele ao me dirigir para o trabalho, mas faz muito tempo que não entro lá – de certo modo, isso é ótimo, rs!
Se precisarem de alguém para ir lá e verificar "in loco" se a legislação está sendo cumprida, podem entrar em contato comigo! Seria uma honra ser incumbido de tal missão.
EEJ,
Concordo com você. A questão da acessibilidade precisa, urgentemente, tornar-se uma realidade no dia a dia das pessoas com deficiência.
Que bacana, Paulo!
Tenho certeza que o Valdir vai gostar muito dessa proposta. Eu Achei ótimo. Então, vamos aguardar até o mês de julho, para ver se realmente a promessa do superintendente será ou não cumprida.
Paulo, obrigada!
Grande Paulo Becare Henrique, Obrigada pelo apoio e interesse nessa questão que envolve a todos nós pessoas com deficiência ou não, Paulo e Vera quanto mais pessoas pressionarem os governos mais rápido os resultados serão produzidos.
Eu tive a iniciativa na cobrança pelo respeito às Leis de acessibilidade em varias secretarias e confesso a vcs que não ficarei nem um pouco triste ou chateado se os 191 milhões de brasileiros abraçarem a causa e tiver uma atitude tão maravilhosa como essa do Paulo Becare Henrique.
Paulo vamos fiscalizar sim, fico muito feliz em ver pessoas tendo essa sua iniciativa muito obrigada mesmo, Vera veja como seus serviços para manter esse blog é importante, vc já conseguiu o (Paulo como Fiscal cidadão) espero em Deus que apareçam milhares ou milhões de Paulos, quando criei o “Movimento Inclusão Já” foi justamente pensando nisso em criar um multiplicador de soldados do Bem e Fiscais Cidadãos, Paulo e Vera lhes agradeço em nome de todos aqueles que hoje estão presos em suas residências por falta de atitudes não só dos governantes mas da Sociedade como um todo, Que Deus abram as suas mentes para que eles não venham a sofrerem o que milhões de pessoas já sofreram e sofrem ate hoje por falta de atitudes como essas do Paulo e sua, Parabéns meu amigo e Parabéns minha amiga.
Valdir Timóteo
Tinha certeza que você iria gostar do apoio que o Paulo está nos dando, Valdir. Ele é uma ótima pessoa! Espero que outras pessoas possam seguir o exemplo dos dois.
Abraços!
Valdir,
Nunca terei palavras para descrever o quanto me senti profundamente lisonjeado e, ao mesmo tempo, em dúvida se realmente sou merecedor de suas elogiosas palavras. Fico muito grato mesmo, é uma honra saber que minha pequena oferta de apoio foi bem recebida. Os gigantescos oceanos da Terra são formados com pequenas gotas. Minha intenção, com a oferta que fiz, foi justamente essa: somar as pequenas gotinhas que cada um de nós (Vera, Valdir, Paulo e cada leitor dos nossos blogs) representa e acreditar que, juntos, somos mais do que a apenas a soma das partes. Eu não conhecia esse conceito de Fiscal Cidadão e ficarei muito feliz se puder cumprir esse papel!
Um grande abraço pra você, meu caro! Foi um prazer conhecê-lo por intermédio deste importante blog!
Verinha (se me permite tal intimidade),
Muitíssimo obrigado, de coração mesmo, pelo "Ele é uma ótima pessoa". Jamais serei capaz de expressar o quanto fico grato e feliz pela sua confiança e consideração. Saiba que, se estou dando o meu apoio total à causa das pessoas com deficiência, é por mérito única e exclusivamente seu e do lindíssimo trabalho que você faz com este blog. É com profunda vergonha e pesar que confesso: antes de conhecer o Deficiente Ciente, eu era totalmente alheio e ignorante quanto a esse tema. Pra mim é quase palpável toda a seriedade, dedicação, empenho, trabalho e amor que você dedica a este blog e a essa causa. Graças a tudo isso fui tocado e sensibilizado por esta importante luta – que, hoje eu sei, é de todo cidadão, quer tenha deficiência ou não.
Um beijo pra você! Nos vemos nos comentários dos outros posts, rs.
🙂
Muito obrigada, Paulo!
Beijos,
PAULO meu amigo você esta dando uma grande oferta e contribuição, Ser um Fiscal Cidadão na verdade é um dever de todos nós sem exceção, quanto mais fiscais cidadãos estiverem atuando teremos melhores respostas dos serviços públicos, no caso da fiscalização da acessibilidade nos cemitérios é só cada fiscal cidadão imprimir a resposta do Oficio Nº 1143 FMS de 2010 Serviço Funerário e na data em que aspirar o prazo da resposta em que seria o termino das adaptações e adequações caso não seja concluído os serviços cobrar diretamente no Gabinete do prefeito, Vamos acabar com aquela conversa de que brasileiro não tem memória, Essa é uma tarefa dos fiscais Cidadãos, lembrando que todo poder emana do povo e ambos Paulo e Vera não são e nem serão uma gotinha, Serão uma tempestade lavando as falsas promessas a favor da população.
Gostaria de deixar apenas um comentário sobre a questão da Acessibilidade, Temos que trabalhar juntos com muita força no sentido de eliminar o ROTULO de que Acessibilidade é apenas para cadeirantes e pessoas com deficiência, Acessibilidade é para todos sem exceção.
Paulo e Vera dia 11 de setembro de 2010 recebi essa homenagem abaixo da ANDECON Associação Nacional de Defesa do Consumidor.
Vejam no vídeo no que deu, não que eu seja muito chato mas jamais poderia me omitir diante da falta de respeito que a faculdade demonstrou.
http://www.youtube.com/watch?v=ViVCX73TwI4
http://www.youtube.com/watch?v=Mf5roU6irhI
Isso é ser um Fiscal Cidadão, muitos já me chamaram de chato, mas mais chato é viver em um país e em uma cidade que não respeitam a pessoa humana.
Abraços ao Paulo e beijos a Vera
É inaceitável que coisas assim ainda aconteçam em 2015. Pessoas com problemas de mobilidade precisam ser mais respeitadas, principalmente em se tratando de um cemitério público. Já passou da hora da Acessibilidade ser uma pauta a ser discutida com seriedade pelos políticos.
Ficamos muito tristes com essa notícia, esperamos que estes direitos sejam respeitados, e que sejam cumpridos pela prefeitura e pelos cemitérios particulares também.
Como os cadeirantes recebem dos Serviços Publivos um tratamento indigno e nada fazendo a respeito sobre o tratamento executados e quase toda a população lhes pagando altos salários usando de modo canalha as verbas ao seu dispor como se um cadeirante fosse seres não merecedores de carinho e atenção . TRISTEZA !!!