Cinemas acessíveis e inacessíveis para cadeirantes em SP
De acordo com a constituição brasileira todas as pessoas têm o direito de ir, vir e permanecer. No entanto, quando o assunto diz respeito às pessoas com deficiência, os obstáculos e dificuldades são inúmeros. Os problemas começam ao sair de casa, pois a inacessibilidade está presente nos prédios, ruas, transporte… Nos cinemas, a dificuldade é semelhante. Encontrar um cinema que atenda às necessidades de pessoas com deficiência física é algo raro (Nota do blog Deficiente Ciente).
Veja abaixo, uma lista de cinemas avaliados pelo Guia da Folha Online.
Centro
Marabá
Inauguração: maio de 2009. O prédio foi totalmente reformado em julho de 2008. Salas: 5. Projeção: 35 mm e 3D. Som: Dolby digital.
O destaque é o prédio do cinema, que abrigou o grandioso Cine Marabá. Conserva o hall e, na sala 1, a maior, a tela, as luminárias e parte do teto originais. A programação traz apenas “blockbusters” norte-americanos, muitos deles em versão dublada. É difícil conseguir assistir a um filme que fuja do público adolescente. Na sala menor, as últimas poltronas têm a visão da tela prejudicada, porque ficam sob um teto rebaixado.
Centro Cultural Banco do Brasil
Inauguração: abril de 2001. Foi reformado em janeiro deste ano. Salas: 1. Projeção: 16 mm, 35 mm, beta (digital e analógico) e DVD. Som: Dolby digital.
Localizado em um elegante prédio do centro, o CCBB, além de boa seleção de filmes, oferece uma extensa programação, tanto de teatro quanto de exposições. O charmoso café localizado no térreo é outro atrativo. As poltronas da sala de cinema são um pouco desconfortáveis, e faltam opções de estacionamento nos arredores, principalmente nos finais de semana.
Centro Cultural São Paulo
Inauguração: maio de 1982. Atualmente, passa por uma reforma. Salas: 1. Projeção: 16 mm, 35 mm e DVD. Som: Dolby digital.
O cinema fica dentro do centro cultural cuja programação é variada, com peças de teatro, exposições, shows e cursos. O forte são as mostras dedicadas aos clássicos e a diretores consagrados, além de importantes retrospectivas. A entrada é gratuita. A sala é pequena e apertada e não tem lugares reservados a cadeirantes. Atualmente fechado para reforma, o cinema volta a funcionar em 9 de março, com novas poltronas. O cinema informa que, após a reforma, com a troca das cadeiras, oferecerá mais conforto e espaço; quatro lugares para cadeirantes serão criados, passando de 110 para cem lugares.
Cine Arte Lilian Lemmertz
Inauguração: 2000. Salas: 1. Projeção: 35 mm. Som: Dolby estéreo.
Apesar da inspirada seleção de filmes, como “rescaldo” da programação da cidade, destacando filmes brasileiros, o pequeno cinema apresenta problemas. Em 26 de fevereiro, a projeção estava ruim, escura e cheia de falhas, e o som, baixo, abafado e era constantemente interrompido pelo barulho do ar-condicionado e do projetor. O atendimento é atencioso e amigável. Segundo o programador Luiz Câmara, o equipamento de projeção foi trocado, e os problemas de som foram pontuais.
(Veja: O cinema ideal para deficientes físicos)
Cine Olido
Inauguração: setembro de 2004. Passou por reforma em dezembro de 2008. Salas: 1. Projeção: 35 mm e DVD. Som: Dolby digital.
O grande atrativo do cinema é o preço: R$ 1. Não há café nem “bonbonnière” na galeria, que conta com uma sala de leitura e um telecentro da prefeitura. O público é formado, principalmente, por idosos. O número de sessões é limitado: três ao dia, no máximo. Participa de festivais importantes, como a Mostra Internacional de Cinema.
Cine Segall
Inauguração: 1973. Sofreu reforma em 2009. Salas: 1. Projeção: 35 mm. Som: Dolby estéreo.
Apesar da boa programação, que sempre traz filmes que já saíram do “circuitão”, a sala tem cadeiras desconfortáveis, com o encosto baixo. O museu tem um café simpático, mas com poucas opções de comes. Os atendentes são atenciosos e simpáticos.
Cinusp
Inauguração: outubro de 1993. Passou por reforma em 2007 e trocou as poltronas em 2008. Salas: 1. Projeção: 35 mm, 16 mm e DVD. Som: Dolby estéreo.
É queridinho dos cinéfilos, graças às retrospectivas de diretores consagrados e à exibição de filmes fora do circuito. A entrada gratuita garante bom público. A sala é pequena, e o som, um pouco abafado. O espaço entre as fileiras é apertado, e o entorno poderia ser melhor conservado. O cinema informa que possui um projeto de atualização da sala de exibição, com prioridade para a renovação do sistema de som.
Paulista, Jardins e Itaim
Bristol
Inauguração: julho 2003. Salas: 7. Projeção: 35 mm e 3D Som: Dolby digital e analógico.
É boa opção na avenida Paulista para os amantes de “blockbusters” e conta com poltronas confortáveis. A sala 1, com 444 lugares, é uma das maiores da cidade. O atendimento na cafeteria é ruim. No dia de uma das visitas (20/2), antes da primeira sessão, por volta das 13h, não havia atendente para servir café expresso. Nos finais de semana, formam-se grande filas na bilheteria.
Cine Bombril
Inauguração: outubro de 2005. Salas: 2. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby digital.
É o cinema mais charmoso da região. Tem um hall com decoração moderna: pufes coloridos e poltronas confortáveis para esperar o início da sessão. Na entrada da sala 1, há mesinhas e um café para escapar da óbvia combinação pipoca e refrigerante. A sala 1 é ampla, com assentos espaçosos e largos. Duas plataformas nas escadas garantem acesso aos cadeirantes. Na sala 2, a primeira fileira fica muito próximo à tela.
Cine Uol Lumière
Inauguração: dezembro de 2007. Salas: 2. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby digital.
A programação é informada ao público por uma tela grande e folhetos, que ficam na bilheteria. Computadores no hall têm livre acesso à internet. No dia da visita (6/2), na sala 1, um chiado que saía da caixa de som do lado direito incomodou os espectadores. Destaque para a simpatia do funcionário que recebe os ingressos na entrada das salas. Vale reforçar que os lugares são marcados. Segundo a gerente de marketing Carolina Stanzione, o problema foi pontual, pois não foi verificado chiado na sala 1.
Cinema da Vila
Inauguração: julho de 2009, após reforma, em setembro de 2007, das salas do antigo IGCine. Salas: 1. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby digital.
O ambiente é agradável e tranquilo. A programação oferece filmes europeus de boa qualidade. Há uma plataforma para acesso de cadeirantes ao cinema. A sala é muito alongada e poderia ser mais compacta. As poltronas de trás ficam distantes da tela, o que faz com que o público perca a intensidade do som e da imagem.
Espaço Unibanco Augusta
Inauguração: outubro de 1993. Foi reformado quatro vezes desde 1995, quando ganhou o anexo, com duas salas. Salas: 5. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby estéreo.
Ponto de encontro na rua Augusta, possui uma das melhores seleções de filmes da cidade. Conta com livraria, bar, “bonbonnière” e cafeteria. No dia da visita (20/2), a sala 1, a maior, estava quase vazia, e podia-se ouvir a conversa dos técnicos na sala de projeção, de onde saía uma luz que atrapalhava a sessão. Não há acesso para cadeirantes na pequenina sala 5, no anexo. A administração do cinema informa que, em 20 de fevereiro, o técnico estava equalizando o som da sala 1, e o projecionista esqueceu a porta aberta. Acrescenta que o processo de alvará do elevador para cadeirantes e idosos está em andamento e logo deve ser instalado.
Gemini
Inauguração: 1976. Salas: 2. Projeção: 35 mm. Som: Dolby estéreo.
Instalado numa galeria, o cinema resiste ao tempo na avenida Paulista. Tem uma programação com filmes comerciais que já passaram pelo circuito e algumas apostas “cult”. O preço do ingresso é um atrativo. Não há filas. É um bom lugar para fugir da muvuca. No dia da visita, os banheiros estavam malcuidados, sem papel para limpar as mãos. Não há assentos reservados a cadeirantes, nem acesso. Só aceita cheques e dinheiro.
O cinema informa que a manutenção e a higienização do cinema sempre foi elogiada pelos clientes. Em relação aos assentos para cadeirantes e respectivo acesso, afirma que está com projeto em andamento para regularização.
Reserva Cultural
Inauguração: junho de 2005. Foi reformado em 2007. Salas: 4. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby digital.
Com destaque para os títulos franceses, o cinema possui uma das melhores seleções de filmes da cidade e conta com boas salas. O restaurante do espaço serve bons pratos da culinária francesa. Adotou recentemente o sistema de poltronas com lugares marcados. Filas passaram a se formar na calçada da avenida Paulista nos finais de semana. No dia da visita (20/2), o repórter perdeu a sessão para a qual havia se programado, apesar de ter chegado com 25 minutos de antecedência ao início da projeção do filme. Segundo Adriana Fernandes, gerente do cinema, em (20/2) houve um recorde de público, o que provocou a formação de uma fila mais extensa. Ela afirma que, na ocasião, as bilheteiras foram orientadas a atender o público que aguardava, a fim de agilizar a escolha de seus lugares e a compra do ingresso.
Shoppings
Anália Franco UCI
Inauguração: março de 2000. Salas: 9. Projeção: 35 mm e digital 2D e 3D. Som: Dolby Digital.
A bilheteria tem atendimento ágil e o hall é bem sinalizado. A programação está acessível, com panfletos e cartazes à mostra. Como há filas individuais para cada sala, nos dias de maior movimento, o espaço se torna tumultuado. As poltronas são confortáveis, mas a sala, no dia da visita (28/2), estava gelada. O cinema informa que tem como procedimento manter a temperatura das salas em 23 graus.
Boa Vista Moviecom
Inauguração: maio de 2005. Salas: 5. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby Digital.
Há poucas filas na bilheteria.No dia da visita (27/ 2), a sala 4 exibia um filme dublado, com o som muito baixo e difícil de ouvir. As salas são confortáveis. O cinema informa que o problema referente ao som já foi solucionado.
Boulevard Tatuapé Cinemark
Inauguração: maio de 2007. Salas: 5. Projeção: 35 mm. Som: Dolby digital.
As instalações, inauguradas há três anos, se encontram bem conservadas. Funcionários atendem com cortesia. O cinema tem programação reduzida e concentrada em “blockbusters”. Não aceita cartão de crédito. As salas são novas, e as poltronas, confortáveis.
Butantã Playarte
Inauguração: 1994. Salas: 3. Projeção: 35mm. Som: Dolby digital e DTS.
Boa projeção e a disposição das cadeiras permite visualização satisfatória da tela na maioria dos lugares. As poltronas são confortáveis e há itens com preços baixos na “bonbonnière”. Não há um local para sentar e aguardar as sessões, e o espaço reservado aos cadeirantes é pequeno.
Centernorte Cinemark
Inauguração: maio de 2004. Salas: 5. Projeção: 35 mm e digital. Som: Dolby Digital.
A programação das salas oferece apenas sucessos de bilheteria. As filas têm sinalização confusa e são desorganizadas. No dia da visita, o banheiro estava com lixo espalhado pelo chão e sujo. As fileiras de cadeiras são estreitas e causam desconforto; a primeira fila da sala 3D é muito próxima à tela. A Cinemark não se manifestou sobre as críticas.
Continua…
Fonte: http://guia.folha.com.br/
Veja:
Maior Rede de cinemas do Brasil acusada de ser inacessível
Afinal, deficiente para ou não meia-entrada no cinema?
Estou no shopping santa cruz assistindo pokemon com meu filho autista que comprou os ingressos pela Internet e respeitou os espaços destinados a cadeirantes…estamos na primeira fila e uma pré estreia de 2 dias de exibição que já estava praticamente esgotada no primeiro dia …fiquei indignada em ver que nenhuma das pessoas sentadas no espaço para cadeirantes são cadeirantes
Um absurdo … total falta de respeito