Comentando sobre a Leitura Labial
Leitura oro-facial ou simplesmente leitura labial é a habilidade que uma pessoa com deficiência auditiva tem em compreender o que as outras pessoas lhe falam observando o movimento dos lábios, concomitantemente à expressão facial como um todo.
Existem alguns métodos de leitura labial em crianças como o Método German Müller-Waller (Bruhn, 1927) e o Método Kinze (Kinzie e Kinzie,1936 ) e para adultos, como o Método Nitchie (1912) e o Método Jena (Bunger, 1952). Porém, para ser sincera nunca fiz uso profundo da leitura sobre estes métodos, posto que aprendi a ler lábios sozinha e naturalmente (aos 2 anos já lia lábios, sem que meus pais soubessem que eu já era surda).
O ideal é utilizar concomitantemente o treino auditivo (se ainda restar resíduos auditivos) e o visual, pois ambos “combinados” tornam a comunicação mais efetiva. Também não devemos esquecer das orientações básicas aos pais de crianças surdas para que falem com clareza, mas sem exagerar ou mudar de algum modo sua articulação. A leitura labial se baseia em uma boa articulação, normal e correta.
No trabalho específico com crianças, o adulto deve se manter ao nível dos olhos dela e com a luz sobre seu rosto e não ao da criança (o adulto deve ficar em frente à luz). É importante que sempre se use frases curtas e simples, não omitindo nenhuma palavra. Devemos também orientar aos pais para não caírem no erro de falar com uma “criança pequena” e que usem uma rapidez moderada no ritmo da fala… Nem apressada nem lenta. Essas orientações adaptadas servem para o trabalho com o adulto surdo também.
Diferentes pesquisas demonstram que vários fatores podem influenciar a performance na leitura labial como: a motivação, a idade, os códigos não-verbais, os fatores de facilitação, o meio ambiente e a percepção visual.
A leitura labial é um comportamento que deve ser aprendido e exige exercícios repetidos e frequentes.
As diferentes maneiras de abordagens podem ser classificadas em práticas e de instrução informativa. A abordagem prática possui enfoques analítico (onde enfatiza o reconhecimento de fonemas visualmente; sintético (enfatiza diferentes contextos linguísticos) e o eclético (onde os aspectos analíticos e sintéticos são utilizados). Na instrução informativa não existe treino formal da leitura labial, apenas orientações sobre ela.
Algumas pessoas que ouvem utilizam também o recurso da leitura labial; existem pesquisas que demonstram atualmente um processo amodal de percepção da fala, onde a ideia sustentada é aquela de que a via visual é utilizada em situações onde a audição é prejudicada pelo barulho do ambiente e mesmo dentro de situações onde o sinal acústico é claro e intacto, sendo que a leitura labial pode auxiliar na percepção da fala de maneira constante. Em situações de compreensão normal da fala, os códigos auditivos e visuais são sempre utilizados.
A integração das informações auditivas e visuais é hoje em dia aceita como fazendo parte do processo normal da percepção da fala. O sucesso do trabalho com pessoas surdas irá depender também da capacidade que a pessoa tenha em utilizar a associação de códigos verbais e não-verbais, pois esses exercem uma função importante dentro do processo. Ele vai depender da memória, atenção e de processos linguistico-cognitivos, o que é por tudo isso mesmo que sabemos que existem diferenças individuais sobre a performance da leitura labial.
Fonte: Rede Saci (por Anahi Guedes de Mello)
Referência: Bengala Legal
Vera
Aprendi mais uma coisa contigo aqui!
Demais…
Simplesmente, fantástico!
Sempre me perguntei como os deficientes auditivos faziam para ler lábios, inclusive, uma vez lá atrás, postei uma crônica livre sobre um episódio que aconteceu comigo e um grupo de deficientes auditivos numa rodoviária…
Satisfizestes uma curiosidade minha…
Também achei sensacional, Gilberto!!
Estou procurando um profissional em leitura labial para meu pai idoso lúcido e com traqueostomia que se encontra internado em hospital na Tijuca, Rio de Janeiro.
Deixo-lhe meu email p/ contacto : elien@portugueselanguage.pro.br
Meu nome é Maria Luisa da C Henrique,moro no Rio de Janeiro.Gostaria de saber se vc sabe de algum curso de leitura labial.
Estou interessada e não consigo nenhum,tenho uma deficiência auditiva de 60%.
Muito obrigada,meu e-mail é lu_vidabela@yahoo.com.br
MLuisa
Sou deficiente auditiva com perda em ambos em torno de 80%,mas sou uma pessoa feliz,faço leitura labial em várias distancias,não fiz nehum curso foi apenas a necessidade fez com que eu prestasse atenção nos movimentos dos lábios,hoje faço 5° períodode pedagogia e pretendo trabalhar com todos os tipos de alunos,sejam eles com audição normal ou não.
Parabéns, Maria! Continue assim!
Abraços,
Lli sobre a leitura oro facial, tenho uma prima que possue esta deficiência, e ela mora no interior da Bahia eu gostaria de saber sobre onde ela pode fazer um curso especifico de leitura facial, pois estive a poucos dias na sua casa e fiquei muito sensibilizado com a situação, por a mesma ser jovem e precisar de um apoio e estou procurando uma forma de tornar a vida dela e de sua familia menos sofrivel.
muito obrigado por enquanto, aguardo resposta…
Gostaria de saber endereços em São Paulo onde sejam ministrados cursos
de Leitura Labial.
Fico no aguardo,
Grata,
Lucia Lottito
Paulo, Maria Lúcia e Maria Luisa,
Sugiro que entrem em contato com a equipe “Vez da Voz”. Esse é o link: http://www.vezdavoz.com.br/site/fale_conosco.php
Abraço,
Parabéns pela riqueza de detalhes, pessoas com você merecem sucesso.