Como Escolher Brinquedos para Autismo e Estimular Habilidades Sociais
Brincar é um ato essencial para o desenvolvimento de qualquer criança. É por meio das brincadeiras e do uso de brinquedos que o cérebro infantil é estimulado a desenvolver habilidades importantes para a vida, como a coordenação motora, a linguagem, o equilíbrio emocional e a sociabilidade.
No caso das crianças com autismo, os brinquedos cumprem um papel ainda mais especial. Eles se tornam ferramentas valiosas para estreitar laços afetivos com familiares, terapeutas e colegas, além de auxiliarem no processo de aprendizagem e no desenvolvimento de habilidades específicas.
O poder dos brinquedos para crianças autistas
Durante as brincadeiras, a criança autista tem a oportunidade de explorar o mundo ao seu redor, desenvolver sua coordenação motora (fina e grossa), melhorar a lateralidade e expressar emoções. Tudo isso de maneira natural e prazerosa.
Os brinquedos para autismo mais indicados são aqueles que estimulam diversos sentidos, promovem a linguagem, incentivam o movimento e fortalecem a comunicação. O segredo está em oferecer opções que respeitem o ritmo da criança, sem gerar desconforto ou sobrecarga sensorial.
Como despertar o interesse pelo brinquedo?
Para que a brincadeira seja realmente benéfica, ela precisa ser divertida e acolhedora. A criança autista deve se sentir segura e livre para explorar o brinquedo no seu tempo. É essencial que o adulto observe discretamente se ela está à vontade, gostando da atividade ou se algo está gerando estresse.
Brinquedos sociais ou compartilhados, que podem ser usados em grupo, são ótimos aliados. Eles incentivam o contato interpessoal e ajudam a criança a entender regras simples, como esperar a vez ou imitar o outro.
Tipos de brinquedos para autismo: o que escolher?
Confira a seguir alguns tipos de brinquedos para autismo recomendados por especialistas:
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Brinquedos que estimulam a motricidade fina: como blocos de encaixe, massinhas, brinquedos de amarrar, enroscar ou recortar. Eles fortalecem a coordenação entre os olhos e as mãos.
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Brinquedos para psicomotricidade ampla (grossa): bicicletas, bolas, cordas, boliche, patins. Trabalham o equilíbrio, a força e a noção corporal.
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Brinquedos multissensoriais: ideais para crianças pequenas, envolvem sons, texturas e cores variadas. Exemplos incluem painéis sensoriais, jogos com luzes e sons suaves e brinquedos com diferentes superfícies.
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Brinquedos para comunicação e linguagem: jogos de adivinhação, memória, mímica e pareamento de figuras ajudam a desenvolver a fala, a escuta e o raciocínio.
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Brinquedos simbólicos e de faz-de-conta: bonecos, utensílios de brinquedo, fantasias e objetos de imitação permitem à criança expressar sentimentos, encenar situações e compreender melhor o mundo à sua volta.
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Brinquedos que exploram emoções: como jogos com rostos e expressões, quebra-cabeças de sentimentos e atividades de imitação ajudam na identificação e compreensão das emoções.
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Brinquedos que promovem o contato social e a imaginação: como fantoches, brinquedos de interação e personagens infantis. Ajudam a criar vínculo com o outro e a estimular a criatividade.
O papel do adulto na brincadeira
É importante que o adulto acompanhe a brincadeira de forma sensível. Em muitos casos, a criança precisa ver como o brinquedo funciona antes de se sentir à vontade para explorá-lo sozinha. Mostrar como se brinca, dar espaço para a imitação e respeitar o tempo da criança são atitudes fundamentais.
Sempre que possível, escolha brinquedos com estímulos bem definidos — visuais, auditivos ou táteis — evitando misturar muitos ao mesmo tempo, o que pode gerar sobrecarga sensorial.
Não tem brinquedos específicos? Use a criatividade!
Se você não tem condições de comprar brinquedos próprios para crianças autistas, não se preocupe. Com um pouco de criatividade, é possível adaptar materiais simples do dia a dia para criar experiências ricas e significativas.
Tampinhas coloridas de garrafa, por exemplo, podem ser ótimos para trabalhar cores e formas. Brincadeiras de cócegas com personagens infantis ajudam na interação e no estímulo da fala. O importante é respeitar os limites da criança e interromper a brincadeira caso ela demonstre incômodo.
Acima de tudo, aproveite cada momento com carinho, presença e atenção. Brincar, mais do que qualquer outra coisa, é um ato de amor.