Congresso Discute a Possibilidade de Afastar Crianças com Deficiência do Ensino Regular
Por Sonia Dezute e José Deoclécio de Oliveira
Uma política vil que vem acontecendo há décadas e que tem na vanguarda o mesmo segmento da cultura coronelista; uma imoralidade que sustenta algumas famílias e empresas de poder. E saibam mais, quem denuncia leva “chumbo”!
Na reabilitação clínica e neurológica é lamentável o comportamento de algumas entidades que se auto intitulam patrocinadores de atos filantrópicos vendendo uma imagem que, na prática, é outra. Elas criam uma ilusão que promete absorver todas as demandas, mas não o fazem. Nossos representantes políticos endossam e se omitem em criar políticas públicas que coíbam tal engodo. Na verdade essas entidades rejeitam a grande maioria que as procuram, alegando que as patologias são graves, de difícil progresso e, assim, escolhem os menos graves, de curto e médio período de tratamento e com maior retorno de resultados. Não há respeito, solidariedade, transparência, tampouco coerência.
Vamos lá tentar uma vaga nas entidades, que se fazem em cima de angariar dinheiro em campanhas; a fila de espera por um procedimento pode superar os três anos. Recebem doações para os ricos e privilegiam apadrinhados.
Inocentemente as pessoas falam na responsabilidade do governo e ponto. Esquecem-se que não podemos fechar nossos olhos ao sistema de lobby, poder de famílias poderosas e empresas que se valem da indústria da deficiência na pressão dentro das câmaras; isso é um poço sem fundo. Poder, pressão, lobby, troca de interesses dentro das câmaras, sempre impediram e querem continuar impedindo as mudanças que realmente interessam à grande massa da população.
No debate sobre a Inclusão Escolar temos uma grande parcela do segmento das pessoas com deficiência, incluindo adultos, que tem plenas condições de se integrarem dentro das Escolas Regulares, desde que, é claro, se capacite profissionais da área e se façam as adaptações estruturais de acessibilidades e de forma a não sobrecarregar o professor.
Outra parcela, porém, necessita de um cuidado maior, com monitoramento médico, psiquiátrico ou aparelhos e medicações que, somente a estrutura de uma entidade afim, poderia lhes oferecer. A essa outra parcela deve-se apreciar o risco de estar dentro de uma escola regular, pois que a ela cabem cuidados ambulatoriais de período integral.
Portanto criar um modelo único, generalizando e radicalizando pode ser uma trajetória muito mais perigosa que foge ao entendimento de grupos e políticos leigos. Acreditamos que quem deve entender se uma pessoa tem ou não condições de participar de uma escola regular ainda são as famílias e os profissionais da área qualificados em psicologia pedagógica; os neurologistas, os fisiatras, os psiquiatras. Não podemos deixar que um grupo de interessados e políticos padronizem as necessidades dos estudantes com deficiência.
Nossa sociedade é dinâmica, os avanços são inevitáveis e não podemos deixar retroceder simplesmente para satisfazer os interesses de grupos e de políticos que visam interesses pessoais.
“Em alguns casos a igualdade se revela na forma como se pratica a exceção”!
Veja: