D&D abre mostra nem tão acessível assim
27 profissionais montaram ambientes para deficientes; alguns falharam nas adaptações
Começa hoje a 1.ª Mostra Casa e Corporativos Acessíveis, no Shopping D&D, especializado em decoração, no Brooklin, zona sul. O evento reúne 27 arquitetos e decoradores, que receberam o desafio de montar espaços preparados para acomodar visitantes com qualquer tipo de limitação física. E isso quer dizer construir ambientes adaptados às crianças, aos idosos e aos deficientes físicos.
Antes de a mostra abrir as portas, o Estado convidou a vereadora Mara Gabrilli (PSDB), de 42 anos, para visitar a exposição. Tetraplégica há 16 anos, desde que sofreu um acidente de carro, ela poderia avaliar melhor se os ambientes são acessíveis de fato. Mara foi lá conferir.
Encontrou boas ideias, mas pôde notar a falta de intimidade dos arquitetos com o assunto, que se revela em detalhes que passam desapercebidos para o público em geral, mas que dificultam muito a vida do deficiente físico.
No espaço feito em homenagem à vereadora, por exemplo, as arquitetas Solange Marchezinni e Cintia Padovan desenharam uma mesa, com forma arredondada, sustentada por um pé lateral, que deixa espaço livre para a cadeira de rodas. A altura, porém, é mais baixa que o ideal, e Mara não pôde entrar com sua cadeira. “Todas essas medidas estão numa cartilha universal que especifica os ambientes acessíveis”, diz ela.
Nove dos ambientes planejados estão espalhados pelos andares do shopping e 12 deram origem a uma casa térrea montada na praça de alimentação. E foi lá que Mara encontrou seu maior empecilho: na porta, uma escada com quatro degraus. O elevador instalado ao lado não estava funcionando. Mara teve de ser carregada. Constrangedor? “Não. Inseguro. Eu posso cair da cadeira.” Segundo Mara, o certo seria haver uma rampa. “Todas as pessoas devem entrar pelo mesmo acesso. O elevador segrega. E ele sempre pode quebrar”, afirma. Na antevéspera da abertura, Mara tentou, em vão, convencer a idealizadora do evento, Acácia Lischewski, do grupo Ciranda Cultural, a construir uma rampa de acesso. “No próximo pensaremos nisso”, prometeu Acácia.
Os decoradores se preocuparam em pesquisar no mercado acessórios adaptados de fábrica.No banheiro do casal, por exemplo, o arquiteto Robson Gonzales instalou uma pia com altura regulável. Marcos Jordão fez uma sala de home theater com aparelhos ativados com o comando de voz. “Em casa tenho de pedir para a minha assistente mudar os canais da TV”, afirma a vereadora.
Zona de perigo. As paredes do banheiro do casal, no entanto, são de granito rústico. “Pensar em entrar num ambiente assim assusta. Costumo ser carregada de um lado para outro. É fácil braços e pernas baterem nas paredes. Sairia toda ralada.” O mesmo acontece quando há quinas pontudas. “Na maioria dos ambientes não foram arredondadas”, diz Mara. “E não há equipamentos para deficientes auditivos.” Qual a nota que a vereadora dá para a mostra? “Seis.”
Serviço
CASA E CORPORATIVOS ACESSÍVEIS. ATÉ 25/7. SHOPPING D&D. AVENIDA DAS NAÇÕES UNIDAS, 12.555. TELS.: 3043-9000 / 3043-9650. DAS 10H ÀS 22H. GRÁTIS
QUEM É MARA GABRILLI
VEREADORA PAULISTANA
Em 2005, Mara Gabrilli se tornou a primeira secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da cidade de São Paulo. Atua na Câmara Municipal da capital paulista desde fevereiro de 2007. Em 2008, foi reeleita com 79.912 votos – com isso, se tornou a mulher mais votada no Brasil para o cargo e a quinta entre os 55 vereadores paulistanos.
Fonte: http://www.estadao.com.br/ (23/06/2010)
Prezada Vera, bom dia.
Meu nome é Robson Gonzales, sou o arquiteto responsável pelo projeto do banheiro da casa acessível. Esta matéria feita pelo ESTADÃO, é no mínimo descabida, pois pela primeira vez, um evento desta importância foi feito direcionado ás pessoas com deficiência. A senhora Mara Gabrilli, deveria apoiar e aplaudir esta iniciativa e não procurar defeitos, pois a matéria foi realizada sem que os espaços estivessem prontos, e no meu caso, meu banheiro é 100% acessível e repeita plenamente a NBR9050. Onde aparece que existe cantos vivos, existem sim, mas não nas áreas onde poderão causar acidentes ou machucar a pessoa em cadeira de rodas, nessas áreas os cantos estão arredondados, conforme sugestão da norma. O granito flameado aplicado nas paredes, é um revestimento rústico, mas de modo algum poderá causar ferimentos e medo, conforme descrito na matéria. Sou pós graduado em acessibilidade e a mostra teve curadoria do Instituto Brasil Acessível, onde os projetos foram analisados e aprovados pela DRa. Sandra Perito (Doutora em acessibilidade). O acesso á obra foi feito de maneira precária, pois a estrutura não estava pronta. A Sra. Mara Gabrilli reclama que teve que ser carregada para o espaço, mas não foi obrigada a fazê-lo, aceitou acessar sendo carregada, o que realmente não é nem de perto o ideal, mas devemos ter responsabilidade sobre nossos atos, então se ela aceitou vistoriar os ambientes ainda em obra, onde o acesso era precário, não deve reclamar.
Convido a todos a visitarem a mostra, e principalmente meu ambiente, que foi concebido carinho e dedicação, assim voces poderão tirar suas próprias conclusões.
obrigado,
Robson Gonzales
Caro leitor,
Aí está o convite feito pelo arquiteto Robson Gonzales, da 1.ª Mostra Casa e Corporativos Acessíveis, no Shopping D&D.
Gostaria de parabenizar o shopping e os arquitetos, pelo ponta pé inicial,acho muito legal a iniciativa sobre esse assunto.Pois dai possa vir novas ideias para ambiente acessiveis, como cinemas , casas de show , hospitais e escolas.Acho que o comentario que a Mara Gabrilli fez, foi muito irresponsavel, pois ela como deficiente fisica, deveria aplaudir a iniciativa. Não teve ate hoje nenhum outro meio que divulgasse o tema da acessibilidade.Os arquitetos que participaram , tenho certeza que fizeram tudo com muito carinho e principalmente tentando se colocar no lugar das pessoas que poderia usar os ambientes da casa.Que essas criticas tão irresponsaveis,não infraqueça essa iniciativa.
Parabens a todos pelos ambientes, a casa alem de acessivel, ficou linda.
OB: Conheço bem o assunto pois tenho em casa minha irmã cadeirante, e justamente por isso sei que não temos tantas iniciativas a favor de pessoas com necessidades especiais .
Bruna Cortez
Cara Vera,
Uma boa dica para você, da mesma maneira que tem a preocupação em trazer informações que são importantes para o seu público leitor, deveria também ver a veracidade das notícias que apenas copia e cola em seu blog. Saber que fizeram uma matéria de uma Mostra antes mesmo de sua abertura, com tapumes, com a plataforma desligada por segurança. Se você tivesse contato direto com a Vereadora Mara Gagrilli saberia que ela não esta de acordo com o que foi colocado na matéria e, por este motivo, está tentando a todo custo reverter o desconforto causado por esta pseudo jornalista do Estadão, que veiculou informações inverídicas sem o aval da própria vereadora.
Saber que a Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a secretaria Lina Mara que abriu a Mostra, o secretario adjunto Marco Antônio Pellegrini e a Deputada Célia Leão, todos foram à inauguração e satisfeitos deram nota 10 para iniciativa de conseguir colocar uma Mostra de decoração acessível dentro de um dos maiores Shoppings de decoração, onde a grande maioria ainda é muito preconceituosa. Os ilustres convidados tiveram a sensibilidade de saber, que com certeza a primeira Mostra ainda não sairia 100%. Porque quando falamos de acessibilidade, cada caso é um caso. Afirmo que foi um significativo início e digo com propriedade, tendo em vista que todos os que a visitaram e a visitam saem falando maravilhas, entendem o seu significado para a inclusão social de fato, percebendo a alegria que a beleza e o design dos ambientes trazem, projetados com todo carinho pelos talentosos arquitetos da Mostra. Todos participantes, a industria, empresas, arquitetos, todos cientes que não se trata de uma simples mostra de decoração, mas sim de algo muito mais importante, e gratificante para a alma.
É realmente muito triste este tipo de jornalismo sem propriedade, sem apuração dos fatos.
Como é difícil mudar a cultura de quem não passa pelo problema de ter uma deficiência, o quão difícil a batalha para juntar esses formadores de opinião os grandes profissionais da Arquitetura, únicos capazes de conscientizar para que ela seja inclusiva. E após tudo isso, deparar com jornalistas que relatam fatos seguindo apenas uma cartilha, fornecendo informações sem fundamentos, pior, e sem sensibilidade alguma para perceber que matérias como essas tiram o incentivo para iniciativas construtivas, onde as pessoas que estão exclusas são as maiores atingidas, pois ficam sem direito à beleza, à tecnologia e à qualidade de vida.
Visitem a Mostra que idealizei e constatem a alegria que ela trouxe, proporcionando beleza à vida de pessoas que ainda são muito pouco lembradas.
Sejam autênticos, por favor. Tirem suas próprias conclusões com verdade e amor no coração
Cara Acácia Lischewski,
Recebi seu comentário e gostaria de enviar a resposta por email.
O endereço eletrônico do blog é deficienteciente@yahoo.com.br
Atenciosamente,
Vera
Prezada Acácia,
Como não pude enviar a resposta através do seu email, já que não o tenho, responderei publicamente.
Em primeiro lugar gostaria de dizer o quanto admiro a vereadora Mara Gabrilli. Não a conheço pessoalmente, mas através do seu trabalho percebo sua valentia, sensibilidade e determinação. Várias matérias sobre seu competente e belo trabalho foram republicadas neste blog.
No que diz respeito às ferramentas “copiar e colar”, se a senhora analisar um pouco mais sobre o blog, notará que a proposta vai além disso… Mesmo que tais ferramentas sejam usadas, e isso não acontece somente nesse blog, todas as informações possuem a citação de suas fontes e referências, esta última, quando necessário. Sempre houve a preocupação de pesquisar as fontes antes de divulgar qualquer espécie de notícia, pois seria muita irresponsabilidade, falta de credibilidade para com os leitores do blog Deficiente Ciente. Quando soube dessa notícia, minha primeira preocupação foi saber qual era a fonte. Ao constatar que era do jornal o “Estado de S. Paulo”, que tem 135 anos de existência, republiquei. Agora o que não entendo é a senhora querer me culpabilizar por esta informação, sendo que vários sites e blogs republicaram a mesma notícia. Basta pesquisar e a senhora entenderá do que estou falando. Infelizmente falhas ocorrem. Todo ser humano é passível de erros. Se a senhora tivesse me enviado uma notificação por email me informando sobre a inverdade dessa notícia, já teria publicado no blog.
No que concerne a 1.ª Mostra Casa e Corporativos Acessíveis, gostaria de dar os parabéns pela iniciativa.
Atenciosamente,
Vera
Sr. Acácia a deficiência não é um problema como colocara, e as pessoas não são infelizes por terem uma deficiência. As pessoas com deficiência serão mais felizes se esse olhar que expusera aqui deixasse de existir.
Podem criar ambientes lindos, mas lamento não serão esses ambientes ou essas iniciativas que transmitirá o significado de INCLUSÃO.
A mostra apenas propôs integrar alguns a sociedade existente (que é excludente): a pessoa usuária de cadeira de rodas com um excelente poder aquisitivo, nada mais.
Tuca Monteiro.