Dançarinas do ventre cadeirantes desfilam em escola de samba: ‘A beleza disso não tem limites’
O grupo composto por 5 mulheres com deficiência foi a comissão de frente da escola Catedráticos do Samba em Campo Grande (MS), que falou sobre a cultura árabe na avenida.
Na noite desta terça-feira (6), o último dia de desfile das escolas de samba de Campo Grande (MS), a Catedráticos do Samba trouxe para a avenida o tema “A Magia do mundo Árabe e do oriente”. Na comissão de frente, um grupo de dança do ventre composto por cadeirantes, que desenvolveu uma coreografia ao lado de outras dançarinas do mesmo estúdio até o final do trajeto.
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A coreógrafa do grupo, Lisa Lima, explica que o desafio foi encontrar um ponto de equilíbrio entre as limitações físicas de cada uma e os movimentos que poderiam e gostariam de desenvolver, para montar uma coreografia que todas pudessem dançar juntas. O convite partiu da escola, que conhecia o trabalho do grupo que existe há mais de um ano. Lisa conta que a reação do público mostra que a mensagem foi compreendida:
“As pessoas ficaram encantadas, admiradas vendo que elas executaram uma dança sagrada, que fala de beleza, sem que a cadeira de rodas fosse uma limitação em nenhum momento. Falamos de inclusão em meio a uma festa popular e isso é muito importante.”
Empoderamento das mulheres com deficiência
A dançarina Mirella Ballatore Tosta, também é presidente da Associação das Mulheres com Deficiência de Campo Grande (AMDEF). O grupo de dança chama-se “AMDEFdance” e é composto por cinco mulheres com deficiências – três cadeirantes, uma com órtese na perna e uma com visão monocular.
Para ela, a emoção de desfilar foi muito além de passar pela avenida e sentir a energia do público levando uma mensagem sobre inclusão. Mostrar que mulheres cadeirantes podem fazer dança do ventre é provar que a cadeira de rodas não as limita, pelo contrário, liberta:
“Foram muitos ensaios, muito sacrifício, é preciso o dobro de dedicação quando você tem uma limitação física, mas tudo isso valeu a pena por podermos mostrar o empoderamento da mulher com deficiência: a gente pode ser o que quiser. A beleza disso não tem limites.”
Fonte: G1