Deficiência não é desculpa
O texto abaixo foi escrito pelo Jornalista Eduardo Goes.
Embora ainda sejam poucas, iniciativas de inclusão e formação profissional são eficazes e fundamentais (Foto ao lado: Cláudio e Kelli Tavares fundadores do site DEFICIENTE ONLINE).
Claudio Tavares, 32 anos brasileiro, daqueles que não desiste nunca. Profissional com mais de 14 anos no mercado de trabalho sendo 10 anos dedicados à criação e resolução de rotinas referentes à administração e recursos humanos, atua na área social do governo do Paraná, possui experiência em processos logísticos, finanças, graduado em sistemas de Informação, especialista em administração de dados e deficiente físico. Não, isso que você lê querido leitor, não é apenas um currículo, é a história de um cidadão que tem uma deficiência congênita, ocorrida ainda na fase gestacional que ocasionou o encurtamento do braço e ausência da mão direita. Nem por isso, Cláudio sentiu-se vítima da vida, tampouco preocupou-se apenas consigo.
Há dois anos, a esposa de Cláudio, Kelli Tavares teimava em voltar ao mercado de trabalho. Ele pensava em dar essa oportunidade a sua mulher como presente e queria fazer algo diferente que trouxesse resultados visíveis para a sociedade. Parece simples? pois bem, segundo Kelli, o trabalho foi árduo, precisava-se juntar as ideias e também dinheiro. O plano era trazer algo que contribuísse para que as pessoas com deficiência tivessem chances no mercado de trabalho. Dessa forma nasceu o site: www.deficienteonline.com.br
“O portal hoje atende uma porcentagem de 44% deficientes físicos, 19% auditivos ou surdos, seguidos de visuais e outras deficiências.” detalha Kelli e ainda conta o quão é desafiador o trabalho. “Fazer um gestor entender que uma pessoa com deficiência tem capacidade suficiente para alcançar grandes cargos nas empresas e ser um profissional de sucesso é um desafio.”
Kelli, que é sócia do marido na empreitada diz que ainda existe preconceito e que apenas uma minoria das empresas estão dispostas de fato a contratar uma pessoa com deficiência, e por muitas vezes, inexperiente, e ainda, qualificá-la para determinadas funções. Mas Kelli e Cláudio não desistem e dizem que é gratificante saber que fazem a diferença usando o conhecimento em benefício do bem comum.
O Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba (PR) é um exemplo de empresas que utilizaram os serviços da deficienteonline.com.br. A analista de Recursos Humanos, Priscila Fabro, conta que começou a usar este tipo de serviço pela dificuldade de identificar nos currículos, determinados profissionais. “Alguns descrevem, que são portadores de deficiência, mas essa prática ainda não é comum.” disse
Segundo a analista de RH, anunciar vagas em site específico para portadores de deficiência, facilita e agiliza o trabalho, porque somente pessoas com este perfil se candidatam na vaga anunciada. “O profissional já envia o currículo sabendo as atividades e exigências, e a empresa também consegue avaliar se a limitação daquele profissional está de acordo com a função a ser desempenhada”, conta.
Atualmente o hospital matem funcionários dessa natureza ocupando cargos em várias funções, e em vários níveis de escolaridade e formação. “São profissionais na higienização, auxiliares de cozinha, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, assistentes administrativos, vigias, assistentes sociais. E com diversas deficiências: física – membros inferiores e superiores, nanismo, visual, auditiva, mental leve” (Foto ao lado: Airton e Priscila).
O assistente administrativo, Airton Oliboni, trabalha no setor financeiro do hospital. É portador de uma deficiência física que atinge a elasticidade dos músculos e faz parte do quadro de funcionários há quase 5 anos. Ele foi contratado graças a um programa de cotas para deficientes que o hospital implantou. “Desde que estou no hospital sempre fui bem tratado, e visto pelos meus colegas e chefia como um profissional em condições normais para realizar as atividades impostas. Percebo que o tratamento dado fica além do meu setor, ou seja, não importa o grau profissional.” Diz Oliboni e ainda ressalta sobre a preocupação dos colegas de trabalho para com outros profissionais que se encontram na mesma situação. Ele destaca a importância de sentir-se adaptado e apoiado.
Priscila conta que esses funcionários tem a mesma produtividade, comparada aos demais e também são cobrados como qualquer outro. “Também procuramos ajustar a atividade com a sua limitação. Por exemplo: não contratamos um enfermeiro cadeirante para atuar no centro cirúrgico, já que o mesmo terá uma grande dificuldade de locomoção para auxiliar em uma cirurgia, porém, podemos contratar um uma pessoa com deficiência nos membros inferiores para atuar com digitação ou em algum setor administrativo, visto que a locomoção será mínima”.
Fonte: Deficiente Online
Show de Bola esses Caras. o mundo precisa de gente assim. sucesso para vcs
Realmente eles são "show de bola".
Aproveito este espaço para parabenizar o Claudio e a Kelli pelo brilhante trabalho desenvolvido por eles no site Deficiente Online.
Parabéns aos dois e toda equipe, por inserir inúmeras pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Desejo a vocês um 2011 de muita paz, saúde, sucesso e grandes realizações!
Abraços,
Vera
sou deficiente trabalhava de repositor num mercado era dificil cadastrei meu curriculo no site deles e 15 dias fui chamado para 2 entrevistas fui chamado para trabalhar de assistente e ganho o dobro e ainda recebo proposta. fico até emocinado em saber que são deficientes como eu.
Que em 2011 esse trabalho contiue firme e forte. Muito mais sucesso para vocês.
feliz 2011 para esse casal, obrigado pela força
Uma deficiência física não quer dizer que um profissional não seja bom o suficiente para merecer uma chance. O que tem de "vida loka" com os 4 membros inteiros e com todas as funcionalidades para trabalhar mas estão roubando e fumando crack é vergonhoso, enquanto tem gente até pouco tempo atrás considerada "inválida" metendo a mão na massa…
Coloque toda as desculpas de lado e lembre-se: Você é capaz.
Ter pena de si próprio é o seu pior inimigo, e se continuar nunca conseguirá alcançar nada no mundo. (Helen Keller)
Primeiramente parabéns ao casal que desenvolvem um trabalho palpável com resultados comprovados.
Vera sinceramente tem certas coisas que não da para ver ficar quieto e engolir, Exemplo esse título da matéria (DEFICIÊNCIA NÃO É DESCULPA), esse tipo de titulo é generalista e coloca todos no mesmo caldeirão como que todas as pessoas com deficiência tivessem as mesmas condições, esse tipo de título a meu ver é prejudicial a grande maioria de pessoas que tem deficiências de total dependência de outras pessoas para serem mantidos vivos, quem lê esse tipo de titulo passa a pensar que se ele faz porque você não faz também? (por conta do não saber) E passa a prejulgar e discriminar as pessoas em condições de dependência total dizendo que (DEFICIÊNCIA NÃO É DESCULPA).
Esse tipo de Título ou frase não serve para todos, e fica soando como que as pessoas com deficiência vivem dando desculpas que podem tudo sim, e isso sabemos que não é verdade.
Às vezes uma trajetória de sucesso como a do casal acima fica manchada por um título preconceituoso e descabido como esse (DEFICIÊNCIA NÃO É DESCULPA).
Não sei quem usou esse Titulo faço essas observações apenas como alerta.
Um grande Beijo e muito sucesso a todos.
Valdir Timóteo
Amigo Valdir,
Acredito que com esse título "Deficiência não é desculpa", o amigo Claudio Tavares, também com pessoa deficiência e também um grande lutador pela causa, está se referindo às PcD que infelizmente se sentem uns "coitadinhos", "vítimas da sociedade" e acomodam-se no sentido de não procurar trabalho. Tenho certeza que ele não está se referindo a uma pessoa que seja totalmente dependente.
Sabemos que a pessoa com deficiência é antes de tudo uma pessoa, com qualidades e defeitos. Ou seja, podem ser boas ou más, trabalhadoras ou preguiçosas e por aí vai… Sabemos que a lei de cotas é muito polêmica, no entanto foi através dela que muitas PcD foram inseridas no mercado de trabalho. Se a sociedade nos enxergasse como qualquer outra pessoa, com direitos e deveres e oferecesse as mesmas oportunidades, não haveria necessidade da lei de cotas.
Foi isso que eu entendi.
Beijos e um feliz 2011!