Deficiente visual desiste de vestibular na UFRGS por não poder usar sua própria máquina de braile
MAIS UM CASO DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO!
Contrariada por negativa, Jéssica prestará vestibular em outra instituição
Decepcionada, Jéssica de Souza, 17 anos, não quer mais saber do vestibular para Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Deficiente visual desde que nasceu, a estudante pediu à Comissão Permanente de Seleção (Coperse) para utilizar a sua máquina de braile durante o concurso, em janeiro, mas teve o pedido negado.
A solicitação de duas horas adicionais — apoiada por um atestado médico em anexo — também recebeu resposta negativa da universidade. Os pedidos de atendimento especial são feitos por meio de um formulário que deve ser preenchido após o término da inscrição regular.
Aluna do último ano do Ensino Médio do Colégio Pastor Dohms, na Capital, Jéssica acompanha as aulas normalmente, sempre com a máquina que, na prática, é sua caneta. A diferença é que os trabalhos têm de ser traduzidos do braile para o português pela mãe ou por professores especializados.
Jéssica poderia usar máquinas de braile fornecidas pela UFRGS, mas explica que se sentiria insegura sem o seu equipamento de hábito. Contrariada com a negativa, ela fará vestibular na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
A estudante foi atendida pela UFRGS em uma série de outros itens solicitados, como prova em braile, sorobã (aparelho para cálculos matemáticos) e sala com profissionais para darem suporte. Mas alguns dos pedidos foram novidade para a universidade:
— Nunca ninguém pediu horas a mais (alunos com necessidades especiais já contam com uma hora além dos demais), mas isso pode ser conversado. Da mesma forma, nunca ocorreu de um candidato pedir para levar sua máquina de casa, pois temos as nossas aqui — explica Maria Adélia Pinhal de Carlos, presidente da Coperse, reiterando que a UFRGS deseja que a candidata faça o vestibular.
Fonte:http://zerohora.clicrbs.com.br
Referência: Rede de Mobilização Social
Veja também nesse blog:
Discriminação e preconceito na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB)
Jovem que luta para fazer Enem é destaque da UFRGS
Oi Vera,
quando eu leio estes posts seus falando da dificuldade que as pessoas com alguma necessidade especial tem para fazer vestibular, lembro da minha época, nossa como foi difícil, não tenho menor saudade! Mas eu sempre gosto de falar e divulgar que a USP e PUC-SP atenderam a minha solicitação, que foi poder levar uma pessoa que eu já conhecia para escrever a prova para mim. Fica eu, a minha escriba e o fiscal. Isso me ajudou muito.
Bjs,
Carol
Quanto ao tempo extra eu me abstenho de comentar, mas realmente é vacilo não quererem permitir que ela use o tipo de máquina que está habituada. Quero ver se o senador Paulo Paim (que infelizmente foi reeleito) vai ter a dignidade de defender o direito dessa guria com tanto empenho quanto ele defende os egressos de colégio público autodeclarados negros (alguns com nariz menor e cabelo menos "pixaim" que o meu) que entram de favor na UFRGS com essa palhaçada populista de cota racial (ao invés de estudarem como essa guria que apesar da deficiência não pediu nenhuma moleza)…
Fico muito feliz em saber que você foi bem recebida nas universidades da PUC e USP. Mas você viu a caso da Jéssica? Lembrei na hora do Guilherme Finotti e do Ricardo Evandro Ribeiro. No caso do Guilherme a barreira foi colocada pelo ENEM, pois diziam que não tinham computador adaptado para a necessidade dele. Já no caso do Ricardo, após ser aprovado no vestibular da UESB,ele foi impedido de estudar na universidade por um erro na resolução de vagas adicionais feito pela própria universidade. Isto é revoltante! Quando os direitos de estudantes com deficiência serão finalmente respeitados? O sonho da estudante Jéssica é o mesmo de Guilherme e Finotti, ela SÓ QUER TER O DIREITO DE ESTUDAR.
Obrigada pelo comentário, Carol!
Beijos!
Estou indignada com este caso, Daniel! Depois de ter visto alguns casos como este, como eu disse a Carol, e constatar que nada mudou, que o preconceito e a discriminação por parte algumas universidades em relação a estudantes com deficiência continua, olha nem sei mais o que dizer… Também quero ver o que fará Ministério Público, o Ministro da Educação, a Secretaria dos Direitos Humanos…
Garanto para você que para chegar onde ela chegou,com certeza, enfrentou vários obstáculos, preconceitos, desafios… E agora perto de prestar o vestibular acontece isso…
Abraços, Daniel!
Oi Vera,
eu aqui novamente, mas é eu o que a Jéssica, Guilherme Finotti e o Ricardo Evandro Ribeiro estão passado. A USP e a PUC me receberam bem, acho que isso é preciso ser falado. Mas também tive serios problemas com outra universidades que acho que também têm que ser divulgado, para ajudar e orientar quem está passando por isso.
Bjs,
Carol
Oi Vera,
Estamos no século XXI e ainda há tanto preconceito. A pessoa com deficiência ainda é considerada por muitos como um "fardo", que dá trabalho e que gera gastos. Tomara Deus que esses que discriminam nunca venham a tornar-se deficientes.
Obrigada pelas boas informações e dê uma passadinha no meu Blog. Deixei um selinho prá você lá.
Abraços
Fico imaginando pelo que você deve ter passado, Carol. Ainda bem que conseguiu superar tudo isso. Você é uma vencedora!
Beijos!
Você disse tudo, Mariza! É isso mesmo.
Com certeza passarei no blog "Estar Deficiente".
Beijos e obrigada!