Deficientes visuais são contratadas para Central de Telefonia em Pernambuco
Parceria tem como finalidade inserir pessoas com deficiência no mercado de trabalho
Contrato de prestação de serviços celebrado entre a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região deu pela primeira vez a oportunidade a duas deficientes visuais para trabalharem na Central de Telefonia do tribunal. A parceria foi firmada no final da manhã da última quarta-feira (30), no gabinete da presidência, e contou com a participação de representantes da associação.
O presidente do TRF5, desembargador federal Luiz Alberto Gurgel de Faria, destacou a importância da parceria lembrando que a telefonia significa uma das portas de entrada das pessoas no tribunal. “O número de telefonistas insuficiente deu oportunidade para que contratássemos as duas profissionais”, declara o desembargador federal.
Carmen Oliveira, 40 anos, e Maria Angélica Silva, 30, não tiveram maiores problemas em desempenhar a nova atividade. As duas mulheres nasceram com a visão normal e devido à retinose pigmentar congênita deixaram de enxergar na adolescência. Ainda assim buscaram ter uma vida normal chegando a ter experiência profissional em telefonia, mas Angélica nunca teve a carteira profissional assinada.
A nova contratação vai possibilitar um atendimento diário de 600 ligações telefônicas. O número de telefonemas recebidos é tratado com tranqüilidade pelas profissionais. Com os dedos ágeis elas conseguem manusear todos os telefones sem nenhum empecilho. Apenas uma agenda telefônica com mais de mil ramais foi traduzida para o braile.
O setor de trabalho das novas servidoras não precisou passar por adaptações. Os equipamentos das operadoras de telefonia são os mesmos de uma pessoa que possui a visão normal. O período de contratação das duas telefonistas é de um ano podendo ser renovado pelo mesmo prazo.
Fonte: Jus Brasil (13/10/09)