Despreparo dos profissionais de saúde para lidar com pessoas com deficiência intelectual
Quando uma pessoa com deficiência Intelectual necessita passar por consultas rotineiras com vários especialistas, tudo ocorre normalmente de acordo com relatos de acompanhantes. Segundo as famílias, a maior dificuldade é quando precisam levar a criança com deficiência na emergência de um hospital, seja ele particular ou público. Na maioria das vezes os profissionais da saúde demonstram dificuldade e insegurança em fechar um diagnóstico. Um exemplo, é o caso de um paciente com paralisia cerebral e também complicações pulmonares e convulsões, na maioria das vezes, sem ter certeza do estado do paciente, os médicos optam pela internação, o que gera grande stress aos familiares da criança com deficiência intelectual.
Em tempos de pandemia sem previsão de término, fica ainda mais difícil para os médicos decidirem o diagnóstico em relação a esses pacientes especiais. E, infelizmente, acabam generalizando cada caso de um paciente sem um diagnóstico preciso.
Percebo claramente uma grande fragilidade de conhecimento apresentada por esses profissionais, no que diz respeito ao atendimento de crianças com deficiência intelectual. Penso que as faculdades de medicina deveriam criar um curso de especialização referente a saúde desse segmento, a fim de evitar ou mesmo amenizar esses sofrimentos. É evidente que em alguns diagnósticos são necessários a internação, mas por outro lado as internações poderiam ser evitadas se os clínicos tivessem mais conhecimento para lidar com essa situação.
Enquanto não tivermos uma medicina voltada aos conhecimentos dessas necessidades, os familiares lamentavelmente terão que aprender a lidar com os sintomas de seus filhos para evitar esses aborrecimentos e entraves.
A meu ver já passou da hora do Ministério da Saúde se preocupar em exigir das Faculdades de medicina, a criação de currículos e cursos de especialização onde os estudantes de medicina aprendam a lidar com crianças e adultos que apresentam algum tipo de deficiência intelectual, para que haja um atendimento de qualidade a esse segmento da pessoa com deficiência que merece um tratamento digno dentro do universo da medicina.
Por José Deoclécio de Oliveira