Douglas "Robinho": dedicação, esforço e garra
Douglas Aparecido Antônio, mais conhecido como Douglas ‘Robinho’, aos 17 anos tinha uma vida normal, estudava, trabalha em uma concessionária de motos e tinha uma paixão, o futebol. E foi justamente numa dessas partidas entre amigos, que teve uma fratura na perna esquerda, daí em diante começou uma história cheia de superações. Hoje aos 27 anos, Douglas se tornou um paratleta, concluiu a Faculdade de Serviço Social e também é palestrante. Acompanhe a entrevista:
1-Como você se tornou uma pessoa com deficiência?
Tornei-me uma pessoa com deficiência após ter um LINFOMA NÃO HODGKIN (Câncer Maligno) no fêmur comecei então a usar usa prótese total de fêmur e joelho e um encurtamento de 9cm do membro inferior esquerdo por quase 10 anos, recentemente no dia 18 de julho de 2015, tive que passar pelo 31º procedimento cirúrgico culminando em uma desarticulação de quadril devido uma infecção na prótese interna.
2- Como o esporte entrou na sua vida?
Após passar pela quimioterapia comecei então a fazer hidroterapia e um professor de natação me viu e fez um convite par começar a nadar, algo que nunca tinha passado pela minha cabeça, após 6 meses já estava participando da minha primeira competição que foi em 2009 Jogos Regionais onde fiquei com a 3º colocação nos 100 metros livres desde então não parei mais de competir, atualmente estou treinando para me tornar um paratleta onde consiste em nadar, pedalar e correr.
3- Como você vê a questão da acessibilidade arquitetônica no Brasil?
Em questão da acessibilidade arquitetônica no nosso país tem melhorado vagarosamente, mas posso dizer que um dos maiores desafios são as barreiras atitudinais da nossa sociedade.
4- E a questão do mercado de trabalho para pessoas com deficiência?
A respeito do mercado de trabalho imagino um futuro em que as empresas não precisem de cotas destinadas para pessoas com deficiência e que elas contratem sem ser pressionados, pensando apenas em cumprir cotas. Vagas de trabalho existem, mas infelizmente não encontram pessoa com deficiência qualificada com a necessidade da vaga.
5- Dentre a carreira esportiva, o que é mais fácil e mais difícil?
Na carreira esportiva desde que você faça com amor, dedicação, esforço, garra, determinação se torna um pouco mais fácil para atingir os objetivos, o ponto mais difícil é na questão de patrocinadores para suplementação, transportes, competições os custos no geral, só sendo sanados esses fatores para ter um maior desempenho no esporte praticado.
6- Qual a maior alegria que o esporte proporcionou a você?
Um das maiores alegrias no esporte foi um crescimento como pessoa, crescimento este que levo sempre na minha vida, aprendendo a ter objetivos/metas e como alcançar.
7- Houve pouca divulgação da grande mídia em relação as paralímpiadas de 2012, apesar do grande número de medalhas conquistadas em Londres. A que você atribuiu isso?
Infelizmente nosso país não da visibilidade aos nossos atletas paralímpicos como devia algo que é uma pena, um exemplo quando passa uma matéria na TV em 30 segundos no máximo, podemos ver os quadros de medalhas do convencional e do paralímpico a diferença gritante. Vejo que os nossos ateltas são verdadeiros guerreiros que fazem com amor, garra e determinação os esportes que praticam, dando orgulho para nossa nação.
8- Você acredita que os jogos Paralímpicos de 2016 ajudarão na valorização das pessoas com deficiência no Brasil?
Sem dúvida, um evento dessa proporção dará mais visibilidade e valorização para mais de 45,6 milhões de pessoas que declaram ter algum tipo de deficiência no país o que corresponde a 23, 9% da população brasileira, segundo censo 2010.
9- Quais são seus planos para o futuro?
No ano de 2016 estarei lançando um site, blog e canal no youtube sobre pessoas com deficiência, estarei lançando meu livro, assumindo uma cadeira no Conselho Municipal dos Direitos Humanos de Limeira no segmento pessoa com deficiência, promovendo palestras motivacionais e sobre pessoa com deficiência física e eventos sobre moda inclusiva.
10- Deixe uma mensagem aos leitores do blog Deficiente Ciente.
Deixo uma frase que estará no meu livro que será lançado no ano de 2016 que diz assim:
“A experiência ajuda a crescer, ter sabedoria, não perder tempo e valorizar a vida.”
Contato:
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