Educação Inclusiva: Concepções de Professores e Diretores – Parte 1
De acordo com a professora Maria Regina Cazzaniga Maciel, já citada aqui no Blog, um dos passos para uma sociedade inclusiva é o da inclusão escolar.
Essa opinião é também compartilhada com a doutora Izabella Mendes Sant’Ana*, autora do artigo “Educação Inclusiva: Concepções de Professores e Diretores”.
Segundo Sant’Ana:
” Estudos recentes sobre a atuação do professor em classes inclusivas apontam que o sucesso de sua intervenção depende da implementação de amplas mudanças nas práticas pedagógicas (O’Donoghue &Chalmers, 2000), quais sejam: a adoção de novos conceitos e estratégias, como a educação cooperativa (O’Connor & Jenkins, 1996); a adaptação ou (re)construção de currículos; o uso de novas técnicas e recursos específicos para essa clientela; o estabelecimento de novas formas de avaliação; o estímulo à participação de pais e da comunidade nessa nova realidade social e educacional (Mantoan, 1997;Mantoan, 2001; Mrech, 1998; Pires & Pires, 1998;Westwood, 1997). Depende, além disso, de atitudes positivas frente à inclusão de crianças com necessidades especiais no ensino regular (Avramidis,Bayliss & Burden, 2000).
Contudo cabe lembrar que muitas dessas sugestões já estavam presentes na literatura educacional antes do surgimento da orientação inclusiva, mas que, em alguns casos, foram (re)direcionadas a partir dos princípios da inclusão. Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos vários níveis de ensino. No entanto,autores como Goffredo (1992) e Manzini (1999) têm alertado para o fato de que a implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender às necessidades educativas especiais, além de infra-estrutura adequada e condições materiais para o trabalho pedagógico junto a crianças com deficiência. O que se tem colocado em discussão, principalmente, é a ausência de formação especializada dos educadores para trabalhar com essa clientela, e isso certamente se constitui em um sério problema na implantação de políticas desse tipo.
Diante desse quadro, torna-se importante que os professores sejam instrumentalizados a fim de atender às peculiaridades apresentadas pelos alunos. Aqui, tendo-se em vista a capacitação docente, a participação das universidades e dos centros formadores parece ser relevante. Para Gotti (1988), a universidade, além de proporcionar cursos de aperfeiçoamento e de pós-graduação, deve envolver-se em pesquisas sobre o ensino aos portadores denecessidades especiais, desenvolvendo instrumentos e recursos que facilitem a vida dessas pessoas.
*Psicóloga, doutoranda em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica – PUC, Campinas.
É extremamente necessário investimentos por parte do governo, no que diz respeito a formação dos professores para trabalhar com alunos portadores de deficiência. Enquanto não houver esse investimento, teremos formações deficitárias de professores e consequentemente não haverá uma efetiva integração entre professor e aluno com deficiência.
Veja também nesse blog:
Educação Inclusiva: Concepções de Professores e Diretores – Parte 2
1º Passo para uma sociedade inclusiva
2º Passo para uma sociedade inclusiva
3º Passo para uma sociedade inclusiva