"Em cima do skate qualquer um é igual", diz skatista sem pernas
“É o skate que me dá forças para continuar”. A frase motivadora poderia ter partido de qualquer skatista, mas no caso de Ruan Felipe Costa Pereira, de 19 anos, o significado da palavra superação é levado ao extremo.
Natural de Ribeirão Preto, Ruan sentiu na pele o efeito devastador de um erro médico aos três anos. Segundo ele, depois de contrair uma gripe e ser medicado com dipirona em um hospital em Santa Cruz das Palmeiras (região oeste de São Paulo), o skatista teve uma necrose e, sete meses depois, teve de amputar as duas pernas, além de ficar com os braços deformados. Ainda segundo o atleta, só mais tarde foi descoberto que ele era alérgico ao remédio.
O que para a maioria seria o fim, para o jovem Ruan foi o começo de uma nova fase. Aos sete anos, ganhou seu primeiro skate para ser utilizado como meio de locomoção. Com o passar do tempo, foi descobrindo outras possibilidades e aprendeu diferentes manobras radicais.
“Eu prefiro andar em transições, pois não preciso fazer tanta força”, afirmou Ruan, durante o Street League do Jump Festival, do qual participou de igual para igual com os outros competidores que não se importaram com sua diferença.
, analisou o destemido skatista, que por onde passa gera admiração e exemplo de vida. Durante a entrevista, Ruan foi interrompido diversas vezes por admiradores de várias idades e classes sociais. “Isso sempre me fortalece, ser querido pelas pessoas”
Apesar de, atualmente, se sustentar por meio de uma aposentadoria por invalidez, o jovem de 19 anos pretende explorar outros mercados. Diante dos convites, a próxima empreitada pode ser dar palestras motivacionais em grandes empresas. “Preciso estudar melhor como isso funciona”, despistou.
Ruan se espelha em outro skatista que tem problemas semelhantes, o pernambucano Og de Souza, que teve poliomielite na infância. Assim como Ruan, seu ídolo começou a usar o skate como meio de transporte antes de se transformar em esporte de competição.
Fonte: Esporte Uol