Emílio Figueira supera dificuldades causadas por paralisia cerebral e já escreveu mais de 70 livros
A falta de oxigenação no cérebro durante o parto provocou uma paralisia cerebral no escritor Emílio Figueira, 41, e, como consequências, problemas de coordenação motora e fala.
Ele mesmo lembra que na época os deficientes eram preparados para viver dentro de instituições, recebendo a assistência adequada, mas isolados do convívio social.
Emílio tem orgulho de ter sido uma das pessoas a conseguir “derrubar os muros”, numa abertura para a inclusão ocorrida principalmente durante a década de 1980.
O caso dele é exemplar.
O escritor não conquistou apenas independência. Virou um multiprofissional, intelectual inquieto, cheio de ideias e planos para os próximos anos.
Tem 74 livros publicados, 66 artigos científicos, peças de teatro, roteiros. Já trabalhou como jornalista e agora dedica-se à psicanálise, sempre escrevendo
Em breve terá um blog no BOM DIA (www.redebom dia.com.br), direcionado a pessoas entre 35 e 60 anos.
“Mulheres e homens que vivem os sabores e dissabores desse período, comportamentos, avanços, vida sentimental, sexo, grilos, autoestima, ambiente de trabalho, lazer, relacionamentos com jovens e pessoas com mais idade”.
Nos últimos anos, pesquisa o comportamento das pessoas de meia-idade. Criou uma clínica online em seu site [www.clinicadameiaidade.com.br] e tem planos de abrir espaço para clinicar pessoalmente.
Segundo ele, o modelo de clínica online é tendência nos Estados Unidos e Europa.
“Acredito que o grande barato da minha vida seja escrever ao grande público, seja em forma de livros, artigos, teatro, blog, colunas”, diz. “Assim desenvolvo minha teoria sobre o uso da psicologia e psicanálise no ato de escrever”.
Bauru /Emílio viveu em Bauru parte de sua trajetória, entre 1989 e 2006. Cursou psicologia na USC (Universidade do Sagrado Coração) e foi bolsista do Centrinho (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais) durante oito anos.
“Bauru representou a minha grande autonomia. Andava sozinho por toda a cidade, tomava ônibus, freqüentava o comércio, era livre fisicamente”.
Em seu livro de memórias, “O Caso do Tipógrafo”, mais de 100 páginas são dedicadas à época em que viveu aqui.
Hoje ele percorre o Brasil por causa de suas palestras e aulas em congressos e seminários.
A paralisia nunca o atrapalhou na hora de escrever, desde a época da máquina de escrever até agora, com o notebook.
Cronologia
Setembro de 1969
Emílio nasce em São Paulo e, no parto, sofre falta de oxigenação no cérebro
Década de 1970
Faz tratamentos na AACD
Aos 11 anos
Sai da casa dos pais, em São Paulo, e vai morar com os avós em Guaraçaí
Aos 12 anos
Escreve reportagens
Aos 16 anos
Faz quase sozinho a “Folha de Guaraçaí” e publica o primeiro livro
Aos 19 anos
Muda para Bauru e vira bolsista do Centrinho
Em 2006
Forma-se em psicologia
Em 2009
Conclui doutorado em psicanálise
Fonte: http://www.redebomdia.com.br/
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